Falece Maguila, lendário ex-pugilista brasileiro, aos 66 anos

O Brasil se despede de um ícone do boxe nacional. Adilson 'Maguila' Rodrigues faleceu aos 66 anos, nesta quinta-feira, em São Paulo.  A causa da morte ainda não foi revelada. Maguila lutava contra uma doença degenerativa relacionada aos golpes recebidos em sua carreira. Ele foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica, ou ETC, conhecida como 'demência pugilística', uma doença incurável.

Conhecido por sua personalidade carismática e seu talento nos ringues, Maguila deixou sua marca no boxe brasileiro e internacional. O ex-pugilista, nascido em Aracaju (SE) em 1958, iniciou sua carreira aos 17 anos, quando trocou o ofício de pedreiro por luvas e ringues em São Paulo. Inspirado por grandes nomes do esporte como Eder Jofre e Muhammad Ali, Maguila acumulou uma carreira vitoriosa ao longo dos anos.

Durante sua trajetória no boxe, o peso-pesado Maguila disputou um total de 86 combates, saindo vitorioso em 81 deles, sendo 68 por nocaute. Sofreu apenas cinco derrotas, quatro delas por nocaute, entre elas uma para George Foreman, duas vezes campeão mundial e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos — o que evidencia a habilidade e a determinação de Maguila dentro do ringue. Com um currículo expressivo, o ex-pugilista conquistou títulos importantes ao longo de sua carreira, incluindo os de campeão brasileiro, sul-americano, latino-americano e mundial. O último título foi obtido pela Federação Mundial de Boxe. Ele encerrou a carreira profissional no ano 2000, após uma derrota por nocaute para o brasileiro Daniel Frank.

Ainda na década de 1990, Maguila participou de programas de TV como o "Aqui Agora", do SBT, e o "Show do Tom", humorístico da Rede Record, em 2004. Cinco anos depois lançou-se como cantor com o álbum de sambas "Vida de Campeão". Ele também criou uma ONG, a Amanhã Melhor, dedicada a ensinar boxe a crianças e jovens carentes. Em 2010 foi diagnosticado com Alzheimer mas em 2015 passou a ser tratado para a ETC. Maguila estava internado em uma clínica em Itu, no interior de São Paulo, para cuidados paliativos. Deixa a esposa, Irani Pinheiro, e três filhos.

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