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Trabalho na terceira idade: uma realidade marcada pela informalidade
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Trabalho na terceira idade: uma realidade marcada pela informalidade

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Anamaria
01/10/2025 19h30
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© Crédito: FreePik
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O Dia Nacional da Pessoa Idosa, celebrado nesta terça-feira (1º de outubro), chama atenção para uma transformação silenciosa, porém significativa, no mercado de trabalho brasileiro: a ascensão da geração prateada. Segundo estudo da pesquisadora Janaína Feijó, da FGV/Ibre, com base na PNAD Contínua do IBGE, o número de brasileiros com mais de 60 anos ocupados cresceu 68,9% nos últimos 12 anos, passando de 5,1 milhões em 2012 para 8,6 milhões em 2024 — um aumento de 3,5 milhões de pessoas.

Essa estatística mostra não apenas o crescimento da presença de idosos na economia, mas também o fortalecimento da participação ativa deles no mercado de trabalho, um movimento que reflete mudanças sociais e econômicas profundas.

Informalidade marca a atuação dos idosos

Apesar do aumento no número de trabalhadores idosos, a realidade ainda é marcada pela precariedade. Em 2024, 53,8% das pessoas com mais de 60 anos estavam na informalidade, índice 15,2 pontos percentuais acima da média nacional, que é de 38,6%.

Essa condição significa que grande parte da geração prateada ocupa postos sem carteira assinada, sem acesso a direitos básicos como férias remuneradas, 13º salário e FGTS. Como resultado, o crescimento da presença de idosos no mercado de trabalho convive com a vulnerabilidade econômica.

Setores que mais contratam idosos

Analisando os setores que mais absorvem a mão de obra idosa, identificam-se duas áreas predominantes:

  • Serviços e comércio: 26,75%
  • Operários qualificados, artesãos e mecânicos: 21,20%

Esses dois segmentos concentram quase metade (47,95%) de todos os trabalhadores idosos do país. Isso revela onde estão as maiores oportunidades e também os principais desafios, já que a informalidade e a falta de proteção trabalhista ainda são comuns.

Benefícios e cuidados com o trabalho na terceira idade

Para a gerontóloga Cláudia Alves, autora do livro O Bom do Alzheimer, manter-se ativo profissionalmente pode trazer benefícios significativos, desde que o trabalho seja digno e seguro.

“O trabalho, quando exercido de forma respeitosa, pode ser um grande aliado do envelhecimento saudável. Ele mantém a pessoa ativa, com propósito e inserida socialmente”, afirma Alves. Por outro lado, ela alerta: “Quando falamos de informalidade e falta de proteção trabalhista, estamos diante de um cenário preocupante. A pessoa idosa precisa de condições especiais de trabalho, não de exploração”.

Motivação financeira e desejo de permanecer ativo

O crescimento da geração prateada também é impulsionado por fatores financeiros e pessoais. Muitos idosos precisam complementar a aposentadoria, mas também buscam continuar produtivos.

“A sociedade está começando a reconhecer o valor da experiência e da maturidade profissional que esses trabalhadores trazem”, destaca Cláudia Alves. Assim, o trabalho na terceira idade é tanto uma necessidade quanto uma oportunidade de manter o bem-estar e a autonomia.

Desafios futuros e necessidade de políticas públicas

O fenômeno da geração prateada no mercado de trabalho reflete o envelhecimento populacional brasileiro e as lacunas do sistema previdenciário. Com o aumento da expectativa de vida, a tendência é que esses números continuem subindo.

Projeções da ONU e do IBGE indicam que, por volta de 2029, a população com 50 anos ou mais ultrapassará a de crianças e adolescentes. Já o grupo com 60+ deve crescer até, pelo menos, 2070. Essa transformação exige políticas públicas que protejam esses trabalhadores e empresas que valorizem sua experiência.

“Precisamos urgentemente de políticas públicas que protejam esses trabalhadores e empresas que compreendam o potencial dessa mão de obra experiente”, conclui Cláudia Alves.

Resumo: A geração prateada cresce no mercado de trabalho brasileiro, passando de 5,1 milhões em 2012 para 8,6 milhões em 2024. No entanto, a maioria ainda enfrenta informalidade. Serviços e comércio lideram as oportunidades, enquanto especialistas alertam para a necessidade de condições dignas e políticas públicas adequadas.

Leia também: 

Lei das Domésticas: como regularizar o registro profissional

Leia a matéria original aqui.

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