Windsurfista de 98 anos revela segredos da alimentação: 'Potássio e magnésio'

Envelhecer bem é mais do que somar anos: é viver com autonomia, disposição e prazer. E poucos representam isso tão bem quanto Maria Carla Rivano, conhecida como Mariuccia. Prestes a completar 99 anos, a windsurfista italiana segue levando uma vida ativa, leve e inspiradora – com direito a verões na Sardenha praticando seu esporte favorito.

O segredo de Mariuccia para uma vida longa e saudável

Natural da província de Gênova e moradora de Roma, Mariuccia mantém uma rotina disciplinada e cheia de pequenos rituais. O primeiro deles: não comer nada antes das 11 da manhã, e sim beber meio litro de água em temperatura ambiente. “Não tomo tudo de uma vez, deixo um pouco na garrafa. Depois, adiciono um suplemento de potássio e magnésio, que ajudam nos ossos e na pressão arterial, é claro”, contou ao Corriere della Sera. Só depois vem o café da manhã preparado pelo marido, Mauro: suco natural de kiwi ou laranja e uma infusão de erva-doce, que auxilia na digestão.

Alimentação fresca e sem exageros

Mariuccia lamenta a perda de sabor dos alimentos industrializados. “As coisas não têm o mesmo gosto de antigamente. Nem batata frita tem gosto de batata frita. Sabe por quê? Porque são congeladas”, brinca. Por isso, ela cultiva sua própria horta e segue a filosofia do “da planta para a mesa”. A base da alimentação é vegetal, mas sem restrições rígidas: come um pouco de tudo, prefere frutas e verduras frescas e faz até geleias caseiras sem conservantes.

No almoço, preparado por Mauro, predominam saladas e pratos simples, como cenouras gratinadas com tomate e aipo. Entre seus lanches preferidos estão pão torrado com mussarela de búfala, queijo feta e azeitonas. O jantar também é leve, com vegetais cozidos – embora ela não abra mão de um agrado de vez em quando: “Se eu quiser comer um bife, como. Aliás, tenho que admitir que é isso que vou jantar hoje à noite.”

Movimento é longevidade

O esporte sempre fez parte da história de Mariuccia. Ela começou a nadar ainda na juventude. Depois vieram o tênis, o basquete, a caminhada e o windsurf, paixão que mantém até hoje. “Eu não queria ser dona de casa. Sempre tentei reservar um tempo para mim. O poder da atividade física é se sentir bem consigo mesma – e, consequentemente, com os outros.”

Aos 80 anos, após ficar viúva, ela decidiu aprender golfe. Uma década depois, aos 90, começou a tocar piano. “Sabe, quando a gente fica viúva, os dias parecem intermináveis. A primavera em Sestri Levante parecia eterna, então procurei distrações. Comprei um piano de segunda mão para os meus seis netos e acabei me envolvendo.”

Amor, rotina e leveza

Foi nessa fase de reinvenção que a windsurfista conheceu Mauro, engenheiro eletrônico, 30 anos mais jovem. Os dois compartilham a vida com bom humor e ritmos diferentes: “Preciso do meu tempo. Não tenho vontade de comer assim que acordo”, confessa ele, enquanto ela sorri e mantém o hábito que, segundo ela, “faz toda a diferença”. Mariuccia prova, com serenidade e vitalidade, que a longevidade não é apenas sobre contar os anos. É sobre viver bem todos eles.