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Uma introdução aos vinhos espanhóis
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Uma introdução aos vinhos espanhóis

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04/10/2025 11h00
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Por Richard Torin* para o Beverly Hills Courier

Nossa entrevista com o grande chef José Andrés coloca a culinária espanhola em destaque. Achamos apropriado que os vinhos espanhóis também estivessem representados. O Beverly Hill Courier pediu ao especialista em vinhos Richard Torin uma visão geral dos vinhos espanhóis, desde os tempos antigos até os dias atuais.

Os vinhos espanhóis existem há muito, muito tempo, há milhares de anos, igualando-se ou até mesmo precedendo seus vizinhos italianos. Hoje, a Espanha é o terceiro maior produtor de vinho do mundo, atrás da França e da Itália, e a variedade de opções é ao mesmo tempo deslumbrante e confusa, visto que existem 400 variedades de uvas nativas disponíveis. As mais conhecidas e utilizadas são Tempranillo, Garnacha, Mazuelo, Mencia e Airen, esta última agora em declínio, assim como aconteceu com a uva Malbec em Bordeaux.

Existem quatro principais regiões vinícolas: Rioja, Ribera del Duero, Priorat e Montsant, na Catalunha, e Rias Baixas, na Galícia. Apesar do recente aumento da popularidade dos vinhos brancos espanhóis, os vinhos tintos ainda predominam no cenário vitivinícola espanhol.

História

É possível aventurar-se até cerca de 3.000 a.C. para encontrar a primeira menção à viticultura moura e depois avançar até cerca de 700 a.C., quando os fenícios estabeleceram a viticultura em Cádiz, e então avançar até 700 d.C., quando o xerez foi produzido pela primeira vez na região de Xerez da Fronteira, na Andaluzia.

A região vitivinícola mais famosa é Rioja, ou La Rioja, localizada no centro-norte da Espanha, ao longo do Rio Ebro, que por sua vez é subdividida em três zonas: Rioja Alta, Rioja Oriental e Rioja Alavesa. Possui uma DOCa., ou "Denominação de Origem Qualificada", a categoria mais alta na regulamentação de vinhos espanhóis.

A Rioja começou a se modernizar no século XIX, quando os vinicultores espanhóis adotaram técnicas francesas de vinificação, particularmente o envelhecimento em tonéis de carvalho, e isso foi potencializado pela migração de muitos vinicultores franceses para a região em meados do século, quando a filoxera [doença dos vinhedos que é causada pela infestação pelo inseto conhecido pelo mesmo nome] dizimou a região de Bordeaux. Como resultado, houve um aumento na demanda por parte dos consumidores ingleses, que perdurou até o final do século, quando a filoxera invadiu a região de Rioja, causando danos extensos e o replantio de vinhedos.

Em meados do século XX, os vinhos espanhóis tornaram-se um item básico nas prateleiras dos supermercados europeus, em grande parte devido aos vinhos baratos e de baixa qualidade, conhecidos como plonk. Esse fenômeno se espalhou para os Estados Unidos, e quem se esquece de quando era estudante e se deliciava com sangria, geralmente preparada com vinho espanhol barato e vodca como ingredientes principais?

Vinhos Tintos Espanhóis

Houve uma exceção notável, a mais valorizada de todas as vinícolas da Rioja, a Vega Sicilia, fundada em 1864 por Don Eloy Lecanda y Chaves. Ele plantou variedades de uvas Cabernet Sauvignon e Merlot que importou da França e que ainda são usadas nos vinhos hoje, embora a mistura majoritária seja 80% Tempranillo. Os vinhos envelhecem em tonéis por oito a dez anos antes do lançamento, um período excepcionalmente longo para qualquer padrão global, e safras de alto nível, como 1962 e 1970, podem atingir preços de aproximadamente US$ 1.000 por garrafa em leilão. A vinícola Vega Sicilia desfruta de uma reputação de produzir vinhos de alta qualidade e continua tão aclamada como sempre foi.

No final da década de 1990, surgiu uma nova geração de produtores de vinho pioneiros, liderada pelo dinamarquês Peter Sisseck, que fundou o Dominio de Pingus na região de Ribera del Duero, com preços que rivalizam com os da Vega Sicilia, de US$ 600 a US$ 1.000 por garrafa.

Na região do Priorat, Álvaro Palacios surgiu como um jovem astro com sua marca premium L'Ermita, que utiliza uma alta porcentagem da uva Carinena com resultados espetaculares e níveis de preços que superam até mesmo os de Pingus e Vega Sicilia.

Por fim, na região de Bierzo, no norte da Espanha, a Bodegas Raúl Pérez Ultreia foi idealizada por Raúl Pérez. Ela utiliza a uva Mencia para produzir vinhos encorpados, com equilíbrio estruturado e grande potencial de guarda, mas com um preço bem mais modesto, de US$ 20 a US$ 80 por garrafa.

Vinhos Brancos Espanhóis

Nas últimas décadas, a qualidade dos vinhos brancos espanhóis também melhorou significativamente, sendo o mais notável o Albarino, ou Alvarinho, da Galícia, no noroeste da Espanha. Mais leves, esses vinhos são conhecidos por sua mineralidade e são especialmente deliciosos quando harmonizados com frutos do mar.

Dois vinhos para se experimentar são o Verdejo, um vinho leve com sabor de carvalho e de sauvignon blanc, e o txakoli, um vinho seco e levemente espumante do País Basco.

Normalmente, os vinhos brancos espanhóis custam entre US$ 20 e US$ 30. Esses vinhos são, em geral, leves e aromáticos. Eles enfrentam forte concorrência de rivais franceses e americanos do Oregon e da Califórnia, com preços semelhantes, mas apresentam uma excelente relação custo-benefício.

*Richard Torin é o proprietário da Clarets LLC (www.clarets.com), uma empresa de comércio de vinhos finos fundada em 1992 que fornece vinhos excelentes para clientes locais e internacionais. Richard pode ser contatado pelo e-mail rtorin@gmail.com.

Leia o artigo original aqui.

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