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Arpão centenário é encontrado preso em baleia no Alasca
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Arpão centenário é encontrado preso em baleia no Alasca

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Aventuras Na História
09/10/2025 18h35
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Em 2007, caçadores indígenas Inuit no Alasca fizeram uma descoberta surpreendente durante uma caça de subsistência: ao abrir o corpo de uma baleia-coroa (bowhead whale, espécie Balaena mysticetus), viram fragmentos de um arpão antigo embutidos entre a pele e a gordura da região do pescoço. Esse artefato não era moderno; tratava-se de um tipo de lança explosiva usado no final do século 19, provavelmente entre 1885 e 1895.

Pesquisadores conseguiram rastrear a origem do artefato, identificando que ele foi fabricado em Nova Bedford, Massachusetts — uma das capitais históricas da indústria baleeira daquela época. A partir desse dado, estimou-se que a baleia em questão tinha entre 115 e 130 anos quando foi morta.

Arpão na baleia

Essa descoberta é relevante porque confirma, com evidência física clara, que as baleias-coroa estão entre os mamíferos de vida mais longa do planeta. A espécie já era suspeita de viver por séculos, com estimativas de até 200 anos ou mais, baseadas em estudos químicos de aminoácidos nos cristais dos olhos dessas baleias, bem como outros fragmentos de arpoado encontrados em indivíduos mais velhos.

O método de determinação da idade, que analisa a taxa de transformação de aminoácidos como o ácido aspártico no cristal do olho, permite estimativas bastante precisas para indivíduos com muitas décadas de vida. Comparado a técnicas tradicionais, como a contagem de camadas de crescimento em estruturas ósseas ou cartilaginosas, esse método se mostra mais confiável em casos extremos de longevidade.

Além disso, o achado do arpão centenário demonstra a resistência do animal: mesmo após perfuração por arma antiga, ele sobreviveu por muitos anos. Isso sugere uma impressionante capacidade de regeneração ou tolerância a lesões, características associadas à biologia da espécie, que evoluiu para suportar ambientes hostis do Ártico, com águas extremamente frias e desafios constantes de sobrevivência, conforme repercute o Olhar Digital.

Essas evidências reforçam o status da baleia-coroa como o mamífero mais longevo conhecido. Elas também contribuem para a compreensão do impacto da caça comercial do passado, que marcou populações inteiras, mas deixou sobreviventes capazes de carregar em seus corpos lembranças materiais de séculos de história. O caso mostra não apenas a resiliência desses animais, mas também como a biologia pode guardar registros vivos da interação entre humanos e natureza.

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