Misteriosos aglomerados viscosos em praias do Canadá intrigam especialistas

Nos últimos meses, as praias de Newfoundland, no Canadá, têm sido palco de um fenômeno intrigante: o aparecimento de misteriosas 'bolhas' brancas. Esses objetos, que são pegajosos por fora e surpreendentemente firmes e esponjosos por dentro, desafiaram tanto moradores locais quanto cientistas marinhos em busca de explicações.

A atenção para essas estranhas aparições começou quando Philip Grace publicou uma imagem no grupo do Facebook Beachcombers of Newfoundland and Labrador, que reúne cerca de 40 mil entusiastas de achados do mar.

Grace comparou a substância a uma massa usada na preparação de toutons, uma iguaria local frita, descrevendo seu tamanho variado entre o diâmetro de um prato até o de uma moeda canadense de dois dólares. A publicação gerou um debate fervoroso sobre a origem dos objetos, com sugestões variando de cera de parafina a esponjas marinhas e âmbar cinzento. 

Bolha misteriosa

Dave McGrath, residente em Patricks Cove, relatou ter avistado "centenas" dessas formações ao longo da areia. "Pareciam panquecas antes de serem viradas, com aquelas bolhas características", comentou ao The Guardian. Ele ainda destacou sua perplexidade diante do mistério: "Vivo aqui há 67 anos e nunca vi algo assim."

O fenômeno chamou a atenção da Guarda Costeira, que constatou cerca de 46 km da costa cobertos pelas misteriosas bolhas sem identificar sua natureza ou possíveis riscos à saúde pública.

Este não é o primeiro caso de aparições inusitadas na região. Em 2001, os habitantes descobriram o chamado "Blobster" em Fortune Bay, posteriormente identificado como parte da carcaça em decomposição de uma baleia cachalote.

Apesar das especulações nas redes sociais sugerindo associações com resíduos de baleias, os cientistas descartaram essas possibilidades. Algumas teorias apontam para descargas provenientes de navios próximos à refinaria Come By Chance, mas sem confirmação oficial.

Até agora, as investigações científicas federais eliminaram hipóteses como hidrocarbonetos petrolíferos ou lubrificantes petroquímicos, mas o verdadeiro componente dos objetos ainda permanece desconhecido. Testes mais aprofundados podem levar meses para fornecer respostas conclusivas.

Enquanto isso, McGrath expressa seu desejo por esclarecimentos: "Uma resposta seria legal. Não é sempre que você encontra algo que deixa as pessoas que conhecem este lugar e estas águas perplexas".