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Sombras no necrotério: corpos mumificados são achados em hospital
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Sombras no necrotério: corpos mumificados são achados em hospital

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03/10/2025 22h56
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O que deveria ser um espaço reservado ao respeito e à dignidade dos mortos se transformou em um cenário de mistério e negligência. Quatro corpos em estado de mumificação foram descobertos nesta sexta-feira (3) no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. A cena, que mais lembra um enredo de filme sombrio, está agora no centro de uma investigação da Polícia Civil, que apura se os cadáveres foram deixados para trás por semanas — ou até meses — sem o devido cuidado.

Os agentes da 23ª Delegacia de Polícia (Méier) chegaram ao local durante diligências que fazem parte de uma investigação maior: ao menos dez inquéritos policiais estão em andamento para apurar por que diversos corpos estão sendo entregues ao Instituto Médico Legal (IML) já em avançado estágio de decomposição, impossibilitando a realização de exames e laudos periciais.

Segundo informações divulgadas pela corporação, o alerta inicial partiu de um perito do IML, que comunicou oficialmente à polícia que os corpos provenientes do Salgado Filho estavam chegando em condições tão precárias que não era possível sequer produzir os laudos técnicos — documentos essenciais para a identificação e para investigações criminais ou administrativas.

A descoberta dos quatro corpos mumificados acendeu um sinal vermelho. Depoimentos colhidos pela polícia indicam que o problema pode ser ainda mais grave do que se pensava. Funcionários relataram que cadáveres vêm sendo abandonados no necrotério do hospital, e que em alguns casos não há nenhum tipo de identificação — uma prática que viola protocolos médicos, legais e éticos.

Durante as diligências, os policiais encontraram um corpo em condições tão deterioradas que não foi possível identificar se era de um homem ou de uma mulher. Segundo os investigadores, este cadáver em específico estaria no local desde dezembro de 2024, ou seja, há cerca de dez meses.

A Polícia Civil afirmou que todos os corpos localizados na sexta-feira foram imediatamente apreendidos e levados ao IML para análise. A expectativa é que os exames possam, ao menos, confirmar identidades e possíveis causas da morte, embora o estado dos corpos torne essa missão desafiadora.

A corporação também garantiu que todos os profissionais que, de alguma forma, tenham responsabilidade sobre a administração do necrotério ou sobre o destino dos corpos serão convocados a prestar depoimento nos próximos dias.

“As investigações continuam para apurar os crimes de fraude processual e vilipêndio de cadáver, bem como outros possíveis delitos”,
diz a nota oficial da Polícia Civil.

O crime de vilipêndio de cadáver — que consiste em desrespeitar, profanar ou tratar com indignidade um corpo humano — é previsto no Código Penal brasileiro e pode resultar em pena de um a três anos de prisão. Já a fraude processual, dependendo do contexto, pode configurar tentativa de alterar a verdade dos fatos em investigação policial ou processo judicial.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso. Fontes ligadas à pasta, no entanto, teriam iniciado uma apuração interna para verificar se houve falhas administrativas graves, omissão de funcionários ou sobrecarga no sistema que possam ter contribuído para a situação.

Enquanto as investigações seguem em sigilo, a descoberta dos corpos mumificados lança uma sombra perturbadora sobre a realidade enfrentada por hospitais públicos do Rio de Janeiro — e levanta uma pergunta difícil de ignorar: quantos outros corpos podem estar esquecidos, silenciosos, à espera de respostas?

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Leia a matéria original aqui.

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