O legado de Jane Goodall: a mulher que nos ensinou a ouvir os chimpanzés
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A comunidade científica e ambiental se despede de Jane Goodall, a lendária primatologista e incansável ativista global, que faleceu nesta quarta-feira (1º), aos 91 anos. A morte ocorreu por causas naturais, na Califórnia, EUA. A informação foi confirmada pelo Instituto Jane Goodall, em meio a uma turnê de palestras da pesquisadora.
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Goodall dedicou sua vida a transformar sua paixão de infância pela vida selvagem em uma jornada monumental de descobertas e proteção ambiental. Ela ficou mundialmente conhecida como a “amiga dos chimpanzés” por sua pesquisa pioneira. O Instituto destacou em comunicado que “As descobertas da Dra. Goodall como etóloga revolucionaram a ciência, e ela foi uma incansável defensora da proteção e da restauração do nosso mundo natural”.
Jane Goodall: uma vida dedicada aos primatas
Nascida em Londres em 1934, Jane sonhava desde cedo em viver junto aos animais selvagens. Sua oportunidade veio em 1957, quando viajou para o Quênia, onde conheceu o renomado antropólogo Louis Leakey. Assim, seguindo sua orientação, ela iniciou, nos anos 1960, sua pesquisa histórica com chimpanzés em Gombe, na Tanzânia.
Foi lá que Jane Goodall quebrou paradigmas da ciência ao ser a primeira a comprovar que os chimpanzés exibiam comportamentos até então considerados exclusivamente humanos. Ela observou que eles usavam ferramentas, caçavam em grupo, mantinham laços familiares complexos e demonstravam emoções. Além disso, ela humanizou a pesquisa ao nomear os animais em vez de simplesmente numerá-los, registrando suas personalidades únicas.
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Do campo à luta global
No Congo, um dos santuários apoiados por Jane ficou marcado pela história de Wounda, uma chimpanzé fêmea resgatada do tráfico de animais. Ela chegou ao local ainda filhote, ferida pelo mesmo tiro que matou a mãe. Assim, foi tratada e reabilitada até poder voltar à natureza já adulta. A despedida entre Jane e Wounda emocionou o mundo.
