'1499 – O Brasil Antes de Cabral': a história dos povos indígenas, segundo livro
Aventuras Na História
A história do Brasil começa em 1500. Antes disso, houve no sentido mais clássico da expressão, a Pré-História. Uma espécie de limbo narrativo no qual vivem as sociedades sem escrita. Para quem procura por histórias precisas de reis e eras, é como se não houvesse nada.
É mais ou menos essa a impressão que tem alguém que termina o Ensino Médio no Brasil. Que não havia nada, ou nada que se possa aprender, antes de Cabral. Fruto de uma pesquisa de 15 anos, 1499 – O Brasil Antes de Cabral, do jornalista Reinaldo José Lopes, busca desmontar essa visão antiga e inadequada.
Na ausência da escrita, quem conta a história dos indígenas é o registro arqueológico, as lendas, a história genética e até relatos históricos pós-colonização, desconsiderados em sua época como exageros e mentiras. E o que surge daí é uma história não menos fascinante que dos incas, astecas e maias.
Na Amazônia, os indígenas brasileiros fizeram cidades dispersas, mas com dezenas de milhares de habitantes – que só não se tornaram tão famosas quanto Chichen Itza porque eram de madeira e o tempo as apagou. Pela mesma época, havia uma rede de comércio criada pelos povos originários do Brasil que chegavannaos Andes. Aqui foram criadas algumas das mais importantes especialidades da América, o tabaco e o cacau.
Em outras palavras, esqueça o estereótipo de que os povos originários são “primitivos” em comparação aos do resto do continente. A obra de Reinaldo José Lopes também aborda alguns fatos e mistérios da antiguidade mais profunda, de muitos milênios antes da colonização.
Como a incrível fauna encontrada pelos primeiros migrantes, tatus com o tamanho de carros e preguiças grandes como elefantes. E o que teria acontecido com o povo de Luzia, o primeiro esqueleto da América do Sul, que parece ter pertencido a pessoas com características australoides, muito diferentes dos indígenas atuais.