5 respostas para dúvidas comuns após tomar a vacina contra a Covid-19
Aventuras Na História
Com a vacinação contra o Coronavírus avançando diariamente no Brasil, as dúvidas sobre o funcionamento e a eficácia dos medicamentos aumentam gradativamente. Isso porque, apesar da imunização, o número de casos continua crescendo no país.
Antes de sanar quaisquer dúvidas sobre as vacinas, no entanto, é importante pontuar que nenhum imunizante disponível no Brasil hoje é 100% eficaz contra o vírus Sars-CoV-2. Isso não significa, contudo, que a vacinação é descartável.
Segundo explicou Felipe Magalhães, diretor médico do curso Jaleko, em entrevista ao site da Aventuras na História, as vacinas são como os cintos de segurança. “Se eu falar que o cinto de segurança diminui em 30% a chance de você morrer em um acidente de carro, ele ajuda, mas não impede que você bata o carro. Essa é a ideia”, narrou.
Eu quero evitar que as pessoas batam o carro, ou quero ter um bom cuidado para quem já bateu o carro?”, pontua o médico. “Eu quero evitar os acidentes. É muito melhor do que eu ter um super CTI para tratar quem já bateu o carro.”
Por isso, inclusive, Felipe lembra que, quando somadas às outras medidas de prevenção, as vacinas são ainda mais eficazes. “Cinto de segurança e airbag previnem ainda mais sua morte. Com a vacina, o distanciamento e as máscaras é a mesma coisa”.
Confira cinco dúvidas frequentes sobre a vacinação:
1. Eu posso ser infectado pela Covid-19 mesmo depois de tomar as duas doses da vacina?
Existem chances, sim, de um paciente contrair Coronavírus apesar das duas doses do imunizante. Segundo a CNN, isso acontece porque nenhuma vacina criada até hoje é 100% eficaz contra a doença. Ainda mais, a proteção promovida pelos imunizantes só se concretiza de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose.
É preciso entender, no entanto, que a infecção pelo Coronavírus após ambas as doses da vacina não indicam que o medicamento é ineficaz. Esse cenário apenas sugere que o corpo ainda não conseguiu desenvolver os anticorpos necessários para evitar o vírus.
Sendo assim, a maior parte da população brasileira, que ainda não recebeu a segunda dose da vacina, continua podendo contrair, desenvolver e até mesmo transmitir o Sars-CoV-2. O que nos leva para a segunda pergunta acerca dos imunizantes.
2. Eu posso transmitir o vírus mesmo vacinado?
Atualmente, as vacinas disponíveis no Brasil não previnem em 100% a infecção pela Covid-19, apenas as consequências e os sintomas mais severos da doença. Por isso, ainda é possível contrair e transmitir o vírus causador da pandemia, segundo a CNN.
Esse quadro, no entanto, não invalida os medicamentos, já que estudos recentes mostram que, depois de vacinada, a maioria dos pacientes infectados apresenta apenas os sintomas leves da Covid-19 — isso quando não se tornam assintomáticos.
3. Com a vacina, estou imune ao Coronavírus e às variantes?
Após diversas análises dos medicamentos disponíveis no Brasil atualmente, constatou-se que tais vacinas apresentam um grande índice de proteção contra as variantes do Coronavírus já identificadas, ainda de acordo com a CNN.
Acontece que, como o vírus continua se disseminando em todo o mundo, os cientistas não têm controle sobre as novas cepas que podem surgir. Dessa forma, ainda podem nascer variantes não combatidas pelas vacinas. Por isso, inclusive, é importante frear a circulação do vírus com medidas de distanciamento e o uso de máscaras.
É crucial pontuar, contudo, que ninguém fica 100% imune ao Coronavírus, mesmo com as duas doses dos imunizantes. Com a vacina Oxford-AstraZeneca, por exemplo, a eficácia é de 70%. Já com a Coronavac, a primeira dose chega aos 50,7% de eficácia e, mais tarde, já com as duas doses, as chances de se contrair a forma grave da doença praticamente deixam de existir, já que a eficácia nesse caso específico sobe para 100%.
4. Se eu peguei Covid-19 ou estou com a doença, devo tomar a vacina?
Por mais que os imunizantes não impeçam uma reinfecção, é fundamental que todos aqueles já contaminados pela doença sejam vacinados. Cientistas sugerem, todavia, que a vacina seja tomada somente quatro semanas após a infecção — caso contrário, o paciente pode confundir os sintomas da vacina e da doença em si, segundo a CNN.
No caso de pacientes que já estejam infectados no momento da vacinação, não existem quaisquer riscos em tomar o imunizante. Acontece que, como o organismo já está combatendo o Sars-CoV-2, a vacina não irá causar interferências biológicas na reação do sistema imunológico, já que o medicamento não contém vírus vivos em sua composição — as doses, na verdade, vão garantir ainda mais anticorpos para a batalha microscópica.
5. Por que alguns são infectados e até morrem depois da imunização?
Como já foi dito anteriormente, nenhum imunizante disponível no mercado previne em 100% a infecção pelo Coronavírus. Por esse motivo, ainda é possível que as pessoas contraiam a doença — na grande maioria dos casos, contudo, em versões mais leves.
Acontece que, em casos de pacientes idosos, pessoas com condições prévias e doentes crônicos com diabetes, problemas pulmonares ou cardíacos, os sintomas da Covid-19 são bastante agravados enquanto o imunizante não faz efeito em seus organismos. É assim que se manifestam os casos mais graves após a vacinação.
A mesma coisa acontece no caso de mortes causadas pelo Coronavírus mesmo depois da imunização. Pacientes com comorbidades ou doenças preexistentes podem apresentar um sistema imunológico mais debilitado, o que pode deixar a Covid-19 ainda mais agressiva, com sintomas graves e até mesmo fatais.