Covid-19: Campanha australiana que mostra ‘paciente’ com falta de ar causa polêmica no país
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Como aponta matéria da BBC, a cidade de Sydney já entra em sua terceira semana de lockdown para tentar conter o avanço da variante delta da Covid-19. Desde que foi detectada, em junho, a nova variação do vírus já infectou 700 pessoas, 112 apenas na última segunda-feira, 12.
Diante desse cenário, o governo lançou a campanha ‘Arm themselves’ (ou ‘Arme-se’ em tradução livre). Entretanto, o comercial que visava incentivar a vacinação acabou recebendo duras críticas da população.
Nas imagens uma jovem aparece em uma cama de hospital tendo uma crise de falta de ar enquanto está conectada a um respirador. Ao fim do vídeo, aparece a mensagem: "A Covid-19 pode afetar qualquer pessoa. Fique em Casa. Faça o teste. Agende a sua vacinação". O comercial foi debatido pelo canal 7News (veja no vídeo abaixo).
Como explica a BBC, no entanto, parte da população achou a representação injusta, já que as pessoas com menos de 40 anos só deverão ser vacinadas no final do ano, segundo o calendário de imunização do país.
"Completamente ofensivo veicular um anúncio como este quando os australianos nesta faixa etária ainda estão esperando por suas vacinas", comentou o jornalista australiano Hugh Riminton em seu Twitter.
"Por que temos como alvo [da propaganda] os jovens? Não deveríamos ter como alvo o aumento da taxa de hesitação contra vacina em pessoas com mais de 55 anos?”, questionou outro usuário da rede social.
Apesar da polêmica, o diretor de saúde, Paul Kelly, defendeu a campanha, que está sendo veiculada apenas em Sydney, principal região afetada pela variante delta. Para Paul, a propaganda tinha a intenção de “ser explícita” para “passar a mensagem” sobre a importância de ficar em casa e agendar a imunização.
Desde o início da pandemia, conforme aponta a Our World in Data, a Austrália já registrou a infecção de 31.323 pessoas e 912 mortes. Além disso, mostra a BBC, apenas 26% da população tomou ao menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus — e cerca de 10% dos australianos já tomaram as duas doses.