Cardápio da realeza: Estudo descobre quais pratos eram servidos ao rei George III
Aventuras Na História
Uma equipe de pesquisadores de múltiplas universidades publicou recentemente na revista científica "Food and History" ("Comida e História", em tradução livre) um complexo estudo detalhando a alimentação da realeza europeia.
O estudo fornece um extenso banco de dados que contém cerca de 40 mil pratos diferentes que foram consumidos por monarcas como George III, do Reino Unido, assim como seu filho, o príncipe regente George IV.
Para chegar a essas informações, os especialistas consultaram os antigos livros de receitas dos palácios reais. Através desses documentos é que eles descobriram, por exemplo, que as famílias reais do passado não se alimentavam apenas com comidas típicas de seus próprios países, e também que existia um 'cardápio infantil' para as crianças da monarquia.
Muitos pratos – como os kebabs turcos – apareceram apenas uma ou duas vezes, sugerindo que há muitas experiências acontecendo nas cozinhas do palácio, inclusive com cozinhas importadas do exterior", apontou Dr. Adam Crymble, co-autor do estudo, conforme repercutiu o Phys.org.
"Nossa pesquisa também mostra como as crianças nos palácios costumavam fazer refeições diferentes das dos adultos, normalmente menos ricas e incluindo porções saudáveis de vegetais, mostrando que até príncipes e princesas comiam ‘comida de criança'", acrescentou ainda.
Dieta real
Segundo exposto pela pesquisa, os dez alimentos mais consumidos pelo rei George III —provavelmente, seus favoritos — eram, respectivamente: caldo de galinha, tortas doces, carpão assado (que é um peixe), carneiro assado, aspargos, lagosta, espinafre, alcachofras, frango assado e carne assada.
Ainda de acordo com o Phys.org, os historiadores observaram que o governante britânico gostava de uma culinária mais simples, composta principalmente por comidas típicas do campo.
Seu filho, por outro lado, o príncipe GeorgeIV, tinha preferências mais refinadas. Todas as suas refeições contavam com acompanhamentos de carne, ele consumia um amplo escopo de bebidas alcoólicas e ainda finalizava as refeições com sobremesas elaboradas.
"Estes dados são inestimáveis para compreender os diferentes membros das famílias reais, desde o rei e a rainha até às suas empregadas domésticas. Mostram-nos como viviam pública e privadamente, como a posição social afetava a comida que comiam e a forma como os médicos viam a conexão entre saúde e alimentação. Mais do que isso, porém, essas informações nos ajudam a pensar sobre como ingredientes, sabores e métodos culinários da Grã-Bretanha e de todo o mundo se uniram durante uma época em que a identidade britânica estava sendo definida na mesa de jantar", concluiu Sarah Fox, outra co-autora, também ao veículo.