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Do crânio ao osso do pé: As relíquias de Maria Madalena
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Do crânio ao osso do pé: As relíquias de Maria Madalena

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Aventuras Na História
06/12/2023 20h57
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Conhecida por acompanhar Jesus, testemunhar sua crucificação e ressurreição, Maria Madalena foi uma importante figura mencionada nos evangelhos canônicos da Bíblia. No entanto, há dois mil anos sua identidade é alvo de debate.

Diferentes interpretações a retrataram como uma mulher piedosa ou até mesmo como a esposa de Jesus. Outras chegaram a associá-la erroneamente a uma prostituta.

No entanto, as dúvidas que envolvem essa personalidade bíblica não param por aí. Supostas relíquias, que incluem um crânio, um osso do pé, um dente e uma mão, também são objetos de debate. Confira, a seguir, detalhes sobre o tema.

Maria de Magdala

O epíteto "Madalena" sugere que essa mulher, discípula de Jesus, e que o apoiava "com seus recursos", era oriunda da cidade pesqueira de Magdala, situada na costa oeste do Mar da Galileia, na Judeia romana.

O portal History Hit destaca que documentos evangélicos ressaltam que Madalena foi a primeira testemunha da ressurreição do Salvador, sendo também a primeira a pregar as "boas novas" desse milagre.

De acordo com a fonte, antigos textos cristãos sugerem que sua posição como apóstola rivalizava com a de Pedro, levando alguns a especularem sobre um relacionamento íntimo com Jesus, até mesmo sugerindo que ela poderia ter sido sua esposa.

Pinturas representando Maria Madalena / Crédito: Wikimedia Commons/El Greco e Piero di Cosimo

Confusão do papa

Mais tarde, no ano 591 d.C., uma confusão promovida pelo papa Gregório I associou Maria Madalena erroneamente a Maria de Betânia e a uma segunda figura feminina — uma mulher pecadora que teria ungido os pés de Jesus com óleos — resultando na crença generalizada de que ela era uma trabalhadora do sexo ou mulher promíscua.

Muito tempo depois, já durante a Contrarreforma, a Igreja Católica a renomeou como símbolo de penitência. Foi somente em 1969, porém, que a instituição religiosa removeu essa identificação errônea. Até agora, contudo, persiste uma reputação de arrependimento por sua suposta vida anterior.

O que diz a tradição

Segundo a tradição da Igreja, Maria, seu irmão Lázaro e Maximino fugiram da Terra Santa após a execução de São Tiago em Jerusalém, chegando à França em Saintes-Maries-de-la-Mer. Lá, a discípula realizou pregações e conversões. Ela preferiu a solidão nos últimos 30 anos de vida, vivendo em uma caverna nas montanhas de Saint-Baume.

Os relatos sobre seu fim de vida, entretanto, variam, com algumas tradições orientais afirmando que ela acompanhou São João Evangelista a Éfeso, enquanto outra tradição relata sua morte na Via Aurélia, em Saint-Maxim.

Afresco intitulado 'Noli me tangere' / Crédito: Wikimedia Commons/Fra Angelico

O crânio de Maria

As relíquias atribuídas a Maria Madalena, como seu crânio, osso do pé e mão esquerda, são preservadas em diferentes igrejas católicas situadas na França e na Itália.

O crânio, considerado uma relíquia preciosa, permanece em uma caixa lacrada na Igreja de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, embora análises em 1974 não tenham fornecido conclusões definitivas sobre sua autenticidade.

Na época, os cientistas apontaram que o crânio pertenceria a uma mulher que viveu no século 1 e que teria morrido com cerca de 50 anos. Além disso, constataram que ela tinha cabelos castanhos escuros e não era originária do Sul da França.

Na mesma igreja está em exibição o 'noli me tangere', um pedaço de carne e pele da testa de Madalena que se diz ter sido tocado por Jesus quando eles se encontraram no jardim após a ressurreição do messias.

Outras relíquias

Um osso do pé, alegadamente do primeiro pé a entrar no túmulo de Jesus após sua ressurreição, é preservado na basílica de San Giovanni dei Fiorentini, na Itália. Além disso, no Mosteiro Simonopetra, no Monte Atos, é afirmado que a mão esquerda de Maria Madalena é uma relíquia incorruptível, a qual exalaria uma fragrância encantadora e à qual são atribuídos vários milagres.

Além dessas relíquias, também existe um dente que se acredita ter pertencido à discípula e que se encontra atualmente em Nova York, no Museu Metropolitano de Arte.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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