Jim Morrison não morreu: entenda o que diz teoria da conspiração

Em 3 de julho de 1971, o mundo perdia o vocalista da banda The Doors. Jim Morrison foi encontrado sem vida na banheira de seu apartamento em Paris, na França. A causa foi ataque cardíaco. Pelo menos é o que diz a versão oficial. Uma teoria da conspiração aponta que o artista forjou a própria morte porque estava sendo perseguido pelo FBI, o serviço de inteligência e segurança dos Estados Unidos.

Um passo para trás

Jim Morrison era aclamado pela juventude como um ícone libertário e um crítico do autoritarismo e do estilo de vida americano. O governo, por sua vez, o via como um agitador, um militante contra a Guerra do Vietnã e alguém relacionado ao movimento New Left (Nova Esquerda). Prova disso é que o FBI mantinha um arquivo com 95 páginas a respeito dele – o documento caiu em domínio público e pode ser conferido neste link.

Em 1º de março de 1969, no Dinner Key Auditorium em Miami, na Flórida, a perseguição chegou ao ápice. Em um show para 7 mil pessoas, mas com 12 mil participantes, Morrison se estressou com a plateia e, segundo algumas testemunhas, teria mostrado o pênis. Ele foi processado por exposição indecente e uso de linguagem profana. Pagou multa de US$ 500 e fiança de US$ 50 mil. Mesmo assim, foi condenado a seis meses de prisão.

Apavorado com a perspectiva de ir para a cadeia, o vocalista do The Doors anuncia para o resto da banda que ele e a namorada Pamela Courson estavam de mudança para a França. A intenção era ficar longe da pressão que sofria nos Estados Unidos, tanto por parte da imprensa como do governo americano. O refúgio, porém, durou poucos meses.

A morte de Jim Morrison

Jim Morrison foi encontrado por Pamela Courson de madrugada. Ele estava com os braços pendurados nas laterais da banheira, cabeça pendida para trás e cabelo molhado. O médico francês que examinou o corpo decretou que a causa da morte foi ataque cardíaco. Não foi feita autópsia.

Vale ressaltar que, à exceção da namorada, nenhum conhecido viu o corpo. O empresário do The Doors, Bill Siddons, voou até à França para o velório, mas encontrou o caixão fechado. O cantor foi sepultado em 7 de julho – quatro dias após o incidente da banheira – no cemitério parisiense de Père-Lachaise. A notícia da morte levou ainda mais dois dias para ser divulgada.

O que defende a teoria

As circunstâncias do falecimento de Jim Morrison foram cercadas de mistérios e serviram como base para a teoria da conspiração que acredita que o cantor teria forjado a própria morte para fugir da perseguição do FBI. Um dos que corroboram com a versão, inclusive, é o tecladista do The Doors, Ray Manzarek.

A seguinte declaração aparece no livro Secret and Suppressed: Banned Ideas and Hidden History (Secretas e Suprimidas: Ideias Banidas e História Oculta, em tradução livre), de Jim Keith: “Se existe alguém que teria sido capaz de encenar a própria morte, pagando algum médico para conseguir um atestado de óbito falso e colocando sacos de areia com cerca de 70 quilos dentro do caixão, para desaparecer em algum lugar deste planeta – África, quem sabe –, esse alguém seria Jim Morrison”.

Mais do que caçar evidências na morte de Morrison, uma série de pessoas dizem ter visto o artista vivo – o que contribui com a teoria dos conspiracionistas. A principal declaração nesse sentido é de Gerald Pitts. Em 20 de maio de 2005, o programa de televisão norte-americano A Current Affair exibiu o depoimento do cinegrafista. De acordo com ele, o vocalista do The Doors tinha se tornado criador de cavalos e até chegou a aparecer em alguns rodeios realizados no sul do estado do Oregon, em 1998.

O outro lado

Até seu falecimento em 2013, Manzarek agarrou-se à possibilidade de que o colega de banda realmente tivesse forjado a própria morte. Porém, o guitarrista do The Doors, Robby Krieger, não concorda com a teoria. Em entrevista à revista inglesa Classic Rock, em 2020, ele declarou: “Ray sempre dizia: ‘Eu não ficaria surpreso se Jim estivesse vivo’. E eu pensava: ‘Qual é, cara? Você não acredita mesmo nisso, não é?’ Era uma grande besteira”.

O baterista do grupo, John Densmore, compartilha da mesma visão. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, também realizada em 2020, o músico disse que considerava Morrison um kamikaze.

Fato é que a saúde de Jim Morrison estava em ruínas em 1971. Ele estava em um dos períodos mais complicados de sua vida, enfrentando prisões e abuso de álcool e drogas. Isso sem contar um problema respiratório. Dizem que o vocalista consultou médicos em Paris porque estava tossindo sangue. Ao olhar por esse prisma, a morte por ataque cardíaco não parece tão suspeita assim.

Mais fontes: G1, Rolling Stone e Superinteressante