Camila Camargo conta sobre a influência que a maternidade tem em sua vida
Anamaria
É explícito em seu olhar, em suas falas e em suas postagens nas redes sociais: Camilla Camargo vive a felicidade absoluta com a maternidade. Mãe de Joaquim, 3 anos, e Julia, 2, ela se desdobra em várias para dar conta do recado. Mulher, esposa, profissional e mãe. E não há dúvida: este último tem sido seu papel de maior destaque, aquele que a despertou para um amor incondicional e deu a ela uma força descomunal para cuidar, amparar e proteger os filhos.
Casada com o diretor de TV Leonardo Lessa, a artista, que está prestes a estrear em Tudo Igual... SQN, série do Disney +, compartilha sua rotina ao lado das crianças no Instagram, além de ter um canal no YouTube, onde divulga especialmente episódios do dia a dia com os pequenos, mostrando a vida como ela é, as dores e delícias desse grande momento.
Com o instinto materno tão aflorado assim, não à toa, expor questões sobre a educação e a criação dos filhos se tornou um terreno confortável para Camilla, que, inclusive, se tornou referência para outras mamães, que se enxergam nela e se dão conta de que a maternidade é plena, mas tem lá suas imperfeições.
“Dividir experiências, falar sobre a maternidade real, o que realmente acontece, sem colorir demais… Tudo isso gera identificação e apoio. Não existe rotina perfeita. Não estamos sozinhas, existem os momentos, as fases boas e ruins. Esse acolhimento é necessário”, fala à AnaMaria.
Confira a entrevista completa:
Acredita que existe um sentimento de culpa por parte das mães quando se pontuam as dificuldades? Se sim, por quê?
Com certeza, existe. Acredito que por uma série de cobranças que a mãe enfrenta desde a gestação, e isso é sem fim. Os outros cobram, a própria mãe se cobra, fora as comparações, que também aumentam essa culpa, de sempre achar que a ‘grama do vizinho é mais verde’, entende? Existe uma ideia equivocada de que, se você tem dificuldade em algo, se desabafa por causa de alguma coisa, significa que você não é grata. Como se fosse errado ter o direito de expressar os desafios no caminho e ‘reclamar’ de algo divino. A maternidade não é fácil, mas vale cada segundo!
Existia alguma coisa que você não sabia antes de ser mãe que pesaria e agora vivencia? Na sua opinião, qual é o maior desafio na maternidade?
Tem muitas coisas que não sabia antes de ser mãe. Na real, a gente só descobre o que é ser mãe sendo, mas nada que pesaria. Vejo a maternidade como um momento que exige paciência, adaptação e vivência mesmo. Então, vou tentando deixar tudo isso acontecer da forma mais tranquila possível – mas não significa que vai ser tranquilo [risos]. Para mim, o maior desafio é educar. Aliás, nada é mais difícil do que isso.
E como é lidar com a tripla jornada: de mãe, mulher e profissional?
Algo que estou aprendendo ainda [risos]. Não é fácil mesmo, mas a gente dá conta. Isso, claro, desde que a gente não exija ser perfeita e entenda que vamos falhar algumas vezes.
Hoje, muitas mães estão mais abertas a falar e dividir as experiências reais sobre a maternidade. Como você vê esse movimento? Acredita que tem gerado mais empatia e acolhimento?
Com certeza! Acho que dividir experiências, falar sobre a maternidade sem colorir demais o que realmente acontece... Tudo isso gera identificação e apoio. Não existe rotina perfeita. E a gente, que vivência isso, acaba vendo que não estamos sozinhas e que existem os momentos, as fases boas e ruins, e tudo passa e dá certo no final. Mas, para isso, esse acolhimento é necessário e extremamente importante.
E o medo de ser real já foi uma questão para você?
Nunca! Simples assim.
Uma mensagem para motivar as mães que querem voltar a trabalhar, porém sentem o peso da ausência no dia a dia…
Não é fácil no início, é um processo dolorido e importante. Eu diria: não se cobre tanto, não tente não sentir o que você está sentindo, simplesmente porque isso faz parte. E, principalmente, entenda que é necessário fazer por você também, ter seu momento, e isso só vai fazer bem para a relação com seu filho. Tenha calma que, com o tempo, tudo se ajeita.
Temos falado cada vez mais sobre sustentabilidade, no mundo e na moda também. Você tem ligação com o tema? O que faz para manter uma vida mais sustentável e qual é a importância de se colocar em pauta essa questão?
Com certeza, acho que todos deveríamos entender que é uma pauta urgente. Sustentabilidade na moda, por exemplo, é essencial. É preciso levar em conta o consumo consciente, marcas que adotem modos de produção menos poluentes para o planeta... Mas sustentabilidade não pode ser visto como algo passageiro, como uma pauta que está em alta apenas, ou mesmo um modismo. Sustentabilidade é imprescindível para uma mudança necessária, e tem que ser para sempre. Sou adepta dos brechós, desse reaproveitamento e upcycling [reutilização]. Sempre mostro nos stories do Instagram também que, considerando que tenho um armário já bem completo, o que é um privilégio, quando uma nova peça entra, outra sai para ser doada. A intenção de mostrar isso é tentar incentivar que outros façam o mesmo, gerar uma corrente de conscientização sobre atitudes possíveis para um mundo melhor.
De alguma forma, ainda que seus filhos sejam pequenos, já mostra para eles a relevância do assunto?
Já, com a importância de doar, por exemplo, e não simplesmente acumular, seja brinquedos ou roupas. E, aos poucos, quero mostrar mais e mais...
Ainda sobre suas crianças, o amor de irmãos começa ainda na barriga?
Com certeza, mas é a vivência que cria os elos e fortalece os sentimentos.
A sua relação e o modo como encara a maternidade são bem avaliados, especialmente nas redes sociais. Sempre teve o instinto materno aguçado?
Primeiramente, muito obrigada. Acredito que sim, pois sempre amei crianças, sempre quis ser mãe e sempre fui aquela amiga que era considerada a ‘tia’ de que todos gostavam, porque eu fazia dormir, dava comida, brincava, fazia tudo [risos]!
Você já declarou em entrevista: “Mães sabem que quando chega um novo filho a culpa vem junto”. Que culpa é essa?
Culpa de sempre ter o mesmo tempo para os dois, para dar e doar sempre igual a eles, culpa de estar sempre presente e, quando um precisar mais de você, ter que ‘deixar o outro’ para dar mais atenção ao que é necessário naquele momento, entende? Enfim, é culpa de todos os lados para que nenhum sinta sua falta e você consiga estar para os dois a todo instante [risos novamente].
Falando um pouco agora sobre a Camilla mulher, é notório que você ressignificou até mesmo a sua relação com a moda após ser mãe. Por quê?
A maturidade, de forma geral, traz autoconhecimento em todas as instâncias e, se conhecendo melhor, você consegue se apropriar muito mais daquilo que faz com que você se sinta você mesma, além de expressar a maneira que se sente bem. A maternidade também fez com que eu enxergasse muita coisa de maneira diferente. Hoje, mais do que nunca, priorizo o conforto quando, por exemplo, vou sair com meus filhos, até para conseguir brincar e cuidar deles. Eu adoro moda, mas eu a uso a meu favor, escolhendo peças que eu realmente gosto, não apenas pelo hype do momento, incorporando aquelas tendências pontuais com as quais me identifico. E hoje também consigo identificar mais o que me valoriza. Pra mim, moda vai muito de como estou me sentindo naquele dia, e isso reflete também nas cores e modelos que acabo usando.
E a moda pode ser também um instrumento de empoderamento paras as mulheres?
Sim, claro! A moda reflete nossa identidade e é uma grande forma de expressão.
Agora, conta pra gente seus planos profissionais para 2023…
Estarei na próxima temporada de Tudo Igual... SQN, série do Disney +, que deve estrear em breve. Voltei recentemente a fazer testes, tenho conversado sobre algumas peças... Espero ter mais novidades logo, logo...