Cássia Kis toma medida drástica e denuncia atores da Globo por assédio moral
Anamaria
Cássia Kis denunciou alguns colegas de elenco de ‘Travessia’ por assédio moral na semana passada. A atriz argumenta que foi discriminada por sua opinião política e religião e pede que a TV Globo se pronuncie sobre a situação.
Segundo o NaTelinha, a artista citou nomes e detalhou as ocorrências. Em uma delas, ela relatou que as colegas deixam o camarim quando ela chega para trabalhar.
A intérprete de Cidália disse que não consegue melhorar o desempenho nas gravações, porque estaria sendo impedida de trabalhar. Além disso, contou que vem sendo chamada de apelidos pejorativos por conta de suas convicções, como “esposa de Bolsonaro” e “Perpétua”, sua personagem na novela ‘Tieta’, que defendia valores ultrapassados.
Vale lembrar que o incômodo com Cássia Kis começou após a artista participar de uma live com Leda Nagle. Desde então, ela vem sendo denunciada por intolerância religiosa e homofobia.
SE DEFENDEU
Após ficar em silêncio por muito tempo sobre as falas consideradas homofóbicas que teve no podcast de Leda Nagle, Cássia Kis se manifestou sobre o assunto em um texto publicado pela Folha de S. Paulo na noite do último sábado (12).
Nele, a atriz falou sobre as denúncias que têm sido feitas contra ela, as críticas à fala preconceituosa que teve - que ela diz não ter sido assim - e sua fé.
“Nos últimos dias, muito se tem falado a meu respeito. Falado mal, diga-se. Inclusive entre colegas de ofício a quem sempre respeitei como criaturas humanas e profissionais, a boataria tem sido grande”, começou ela.
“Quem escreve estas linhas não é a Cássia protagonista de novelas da TV, mas a Cássia que assumiu o protagonismo da sua própria vida, com serenidade, após reencontrar na fé católica o barro de que é feita. Não busquei confrontos, mas também, na minha idade e com as minhas cicatrizes, não quis parecer o que não sou. Simples assim”, comentou sobre sua atitude de publicar o texto.
Sobre a fala no programa de Leda Nagle, ela disse: “Não, meus caros, não sou nem nunca fui homofóbica. Sou, no máximo, ‘mentirofóbica’ e ‘idiotofóbica'”.
Ela ainda mencionou o descontentamento que vem causando entre a classe artística, principalmente entre seus colegas de emissora: "Dizem que, por assumir uma posição política conservadora, eu estaria ‘envergonhando’ a classe artística. Se fosse apenas isso, tudo bem. Mas o zum-zum-zum chegou além, pois me atribuem intenções que não tenho, palavras que não disse e crises que não criei”.
“A pressão sobre mim —verdadeiro assédio moral— ganhou contornos policiais, pois me chega a notícia de que estou sendo formalmente acusada de ‘homofobia’ por um grupo de ativistas do Rio de Janeiro”, seguiu. Vale lembrar que Cássia Kis foi denunciada por 15 atores em um compliance Globo de ter comportamento homofóbico dentro e fora dos sets de filmagem, além de um comportamento inadequado.
POLÍTICA
Sobre sua posição política, a Cidália de ‘Travessia’ disse: “Meus detratores dizem que política e religião não se misturam, porque o Estado é laico. Mas eles estão justamente politizando a minha fé, talvez imaginando que rezar o terço, ir à missa aos domingos e me confessar com um sacerdote sejam atos políticos. Estão enganados”.
“Ocorre que a Cássia que reza é a mesma cidadã que tem o direito constitucional de manifestar suas preferências políticas. Uma só pessoa, duas coisas diferentes”, finalizou ela. Kis chegou a participar de manifestações anti-democráticas e contra o resultado das eleições, das quais Lula (PT) saiu vencedor. A atriz é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL).