Ex-integrante de 'Malhação' revela ser trans não-binária; entenda
Anamaria
Em meio às celebrações do Dia Nacional da Visibilidade Trans neste domingo (29), a atriz Nila revelou ser uma pessoa trans não-binária. A artista é conhecida por ter integrado o elenco da novela 'Malhação' entre 2018 e 2019, na qual protagonizou o primeiro beijo gay do folhetim adolescente.
"Eu sou atriz, sou uma pessoa trans não-binária", disse Nila, em uma postagem no Instagram. A famosa também revelou que tem pensado sobre sua sexualidade desde 2020 e que no momento prefere ser chamada com pronomes femininos.
"Estou neste processo desde 2020, e hoje sinto muito a necessidade de mudar o meu nome. Nila é o nome que eu tenho experimentado desde o início de 2022 e que hoje sinto que me contempla não só como a pessoa que sou mas também como a artista que tenho me tornado", prosseguiu.
No último ano, ela estrelou a série 'De Volta aos 15', produção da Netflix protagonizada por Maisa Silva e Camila Queiroz. No seriado ela interpretou César, um garoto do interior de São Paulo que sofria por ser afeminado na escola, mas no futuro viria a se tornar Camila.
Em depoimento aos fãs, a artista desabafou sobre a dificuldade de achar trabalhos e atribuiu isso a falta de visibilidade envolvendo os diversos corpos trans. "Faço pouquíssimos testes por ano, e isso eu atribuo ao fato de que existem pouquíssimas personagens escritas para pessoas como eu", disse.
MAS AFINAL, O QUE É TRANS NÃO-BINÁRIO?
O termo se refere a pessoas que não se identificam com um gênero em específico, ou seja, sua identidade não é limitada exclusivamente ao masculino e feminino. Além disso, essas pessoas podem usar signos que transitam entre os dois universos.
Ainda em processo de mudança, que não passa apenas pelo nome, Nila garantiu que ainda está experimentando as mais diversas formas de expressão e que tem se identificado melhor como uma pessoa trans não-binária: "Sou atriz, sou uma pessoa trans não-binária, vim aqui falar mais sobre meu processo de transição e as novas etapas que tenho desbloqueado desse processo da minha vida".
"Quando eu me aproprio do termo transição para falar de não-binariedade, estou essencialmente falando para mim mesma que o meu processo de entendimento é infinito. Isso porque eu estou sempre descobrindo coisas novas em relação à minha vivência de gênero, que se aliam e somam ao que eu tenho experienciado de vida até então", disse Nila.