Luciano Huck quebra protocolo e fala sobre operação no RJ: 'É preciso combater'
Anamaria
Quase no fim da exibição do Domingão com Huck deste domingo (2), o apresentador Luciano Huck surpreendeu o público ao interromper o final do programa para fazer um desabafo sobre a recente onda de violência no Rio de Janeiro. Morador da cidade com a esposa, Angélica, e os três filhos, ele afirmou que não podia se calar diante dos fatos.
“Cento e vinte mortos em uma operação policial no Complexo do Alemão e na comunidade da Penha. Por trás desse número, existem 120 mães que enterraram seus filhos”, iniciou o apresentador, visivelmente emocionado. Em seguida, questionou: “Você acha que foi com isso que elas sonharam quando essas crianças corriam pelas vielas?”.
Ainda durante o discurso, Luciano Huck destacou a necessidade de uma ação conjunta entre autoridades para combater o crime organizado. “É preciso coordenar esforços entre todos os níveis de poder, valorizar os policiais e gerar oportunidades para quem nasce nas comunidades do Rio”, afirmou.
Conversa com os filhos
Em um momento mais íntimo do desabafo, o apresentador compartilhou uma conversa recente com os filhos Joaquim, Benício e Eva. Durante um jantar, eles comentaram sobre a violência urbana e o sentimento de impotência diante da situação. “Meus filhos disseram: ‘Pai, é impossível resolver isso’. Eu discordei”, contou.
Luciano Huck explicou que procurou mostrar aos herdeiros exemplos de cidades que conseguiram transformar sua realidade, como Medellín, na Colômbia, e Nova York, nos Estados Unidos, durante os anos 1980. “Isso já aconteceu em outros lugares. Com planejamento e vontade política, é possível mudar”, defendeu.
Com essa fala, o apresentador reforçou sua crença de que o Brasil pode seguir o mesmo caminho. Segundo ele, o problema não é falta de capacidade, mas de comprometimento e continuidade nas políticas públicas.
Luciano Huck critica ausência do Estado
O discurso de Luciano Huck também incluiu críticas à omissão do poder público. Ele afirmou que a ausência do Estado em comunidades vulneráveis abre espaço para que outras forças assumam o controle. “Quando o Estado se ausenta, outro poder ocupa esse lugar. E é isso que precisa mudar. A gente precisa reconstruir o sentimento de pertencimento”, declarou.
O apresentador defendeu investimentos em educação, cultura e geração de emprego como caminhos para reduzir a criminalidade. Além disso, alertou que quem realmente lucra com a violência não vive dentro das comunidades: “Aqueles fuzis e armas de guerra não foram fabricados ali e não chegaram sozinhos”, observou.
Homenagem aos policiais mortos
Antes de encerrar o programa, Luciano Huck prestou homenagem aos policiais mortos durante as operações. “Eu acredito na polícia pelos seus melhores exemplos e não pelas exceções. Os quatro policiais que morreram saíram de casa para trabalhar e não voltaram. Essa também é uma parte devastadora dessa história”, disse.
O apresentador concluiu pedindo união e responsabilidade coletiva para transformar o país. “Nós, brasileiros, queremos paz e segurança. Isso precisa ser um esforço de todos: governo, polícia e sociedade.”
Confira fala completa de Huck:
Resumo: No Domingão com Huck, Luciano Huck fez um discurso contundente sobre a violência no Rio de Janeiro, pedindo ação coordenada entre autoridades e oportunidades para as comunidades. Ele compartilhou uma conversa com os filhos sobre esperança e cobrou mais presença do Estado nas favelas, encerrando com homenagem aos policiais mortos.
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