Netflix lançará minissérie sobre incêndio da Boate Kiss
Anamaria
A Netflix lançará uma minissérie baseada no incêndio da Boate Kiss que aconteceu em 2013, em Santa Maria (RS).
A produção estreará dia 25 de janeiro na plataforma de streaming, e se chamará ‘Todo Dia a Mesma Noite’. Baseada no livro da jornalista Daniela Arbex, ela focará nos familiares que perderam entes queridos no incêndio.
O trailer da minissérie foi divulgado nesta segunda-feira (9), nas redes sociais da Netflix Brasil. “Aquela noite na Boate Kiss ainda se repete para sobreviventes e familiares. Por memória, por justiça, e para que não se repita”, escreveu a plataforma na legenda.
A direção geral é de Julia Rezende, com direção de Carol Minêm e roteiro de Gustavo Lipsztein. Nomes como Debora Lamm, Thelmo Fernandes, Paulo Gorgulho e Bianca Byington compõe o elenco.
O incêndio da Boate Kiss completará 10 anos no dia 27 de janeiro de 2023. Naquela noite, 242 jovens perderam a vida. O processo contra os responsáveis pelo incêndio foi anulado em agosto de 2022, e ainda espera-se um novo julgamento.
Confira o trailer de ‘Todo Dia a Mesma Noite’:
PEDIDO DE ANULAÇÃO
As defesas de Mauro Hoffmann, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, réus do caso Boate Kiss, já manifestaram que irão recorrer à decisão de pena e encaminhar, até quinta-feira (16), o pedido para que o júri seja anulado.
Segundo o advogado Jean Severo, que representa Luciano, o pedido de nulidade é baseado na menção ao silêncio do réu durante o interrogatório, que foi feito por um assistente da acusação. Isso pode ser interpretado como descumprimento de normas, passível de anulação do júri.
Se o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul não acatar, a defesa irá solicitar a redução de pena. Luciano foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado.
A advogada Tatiana Borsa, que representa Marcelo, também afirmou que vai recorrer pela readequação da pena, que foi considerada como "muito alta". Marcelo também foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado. Ela não descarta um possível pedido de nulidade.
Bruno Seligman, defesa de Mauro, por sua vez, afirmou que irá avaliar a sentença "com calma", assim como as possibilidades de nulidade. A pena de Mauro foi de 19 anos e seis meses em regime fechado.
Já a defesa de Elissandro Spohr, ex-sócio da boate, afirmou que não irá se manifestar. No Instagram, o advogado Jader Marques fez um post com a família do réu, afirmando que "ainda vai lutar muito mais do que até agora, porque não existe esse dolo eventual". Spohr teve a maior pena, com 22 anos e seis meses em regime fechado.
O incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), aconteceu em janeiro de 2013. Na ocasião, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas. O incêndio na casa noturna começou no palco, onde se apresentava a banda Gurizada Fandangueira, após um show pirotécnico que atingiu parte do teto, pegando fogo no isolamento acústico de espuma inflável - o que era contra as regras de segurança.
Os quatro réus foram condenados por homicídio simples com dolo eventual, ou seja, quando os agentes assumem o risco de que o crime ocorra mesmo sem querer efetivamente o resultado.