Paciente curada de leucemia aconselha Fabiana Justus: "Para Deus não existe o impossível"
Anamaria
Fabiana Justus, de 37 anos, anunciou, nesta sexta-feira (26), o diagnóstico de leucemia - no caso dela, mieloide aguda, a LMA. A doença, popularmente conhecida como “câncer no sangue", também afetou a palestrante Mari Toson, que mandou um recado à filha de RobertoJustus.
"Ela vai enfrentar uma tempestade, percorrer um deserto, mas jamais esqueça que existe uma força divina que vai protegê-la e guiá-la", iniciou a ex-paciente, em entrevista à AnaMaria Digital. "Por nenhum momento duvide ou desista de lutar pela vida dela", continuou a gaúcha, hoje com 45 anos.
Toson, diagnosticada quando ainda tinha 19 anos, ressalta a importância da espiritualidade em sua luta contra a leucemia. E ela indica o mesmo à Fabiana: "Para Deus não existe o impossível. E se eu fui abençoada com milagres, tenho certeza que Ele vai estar do lado dela".
O CASO DE MARI
A história da maior batalha da vida de Mari Toson começou em 29 de abril de 1998: o diagnóstico de leucemia linfocítica aguda tipo T. Seis dias antes, a descoberta de três "bolinhas" no pescoço. Horas depois, viraram cinco. Só que não eram "bolinhas", e sim gânglios.
Antes disso, apenas cansaço e muito sono - que acreditava serem sintomas da anemia que enfrentava. Mas ela só percebeu ter algo mais sério quando começou a suar exageradamente à noite. E aí veio o exame: "Eu baixei o hospital com 300 mil leucócitos, sendo que o normal é de 3 a dez mil".
"Eu esperava qualquer coisa na vida, menos um câncer", relembra Toson, que se chocou com o resultado dado pelo médico na mesma hora: "Ele me disse: 'Agora tu vai pra internação, daqui três horas a quimioterapia está começando. Eu falei pra ele, quimioterapia? Como assim? Câncer, do quê?".
MUNDO DE CABEÇA PRA BAIXO"
Não bastasse o diagnóstico inesperado, as notícias eram ainda mais alarmantes: a doença já estava em um estágio avançado, com apenas 20% de sobreviver. Inicialmente, 45 dias de internação. Depois, outros noves meses - sempre sendo acompanhada pela mãe. Sua grande escudeira, como ressalta Mari.
Mas, antes de todo o tempo hospitalizada, uma boa notícia. E poucos dias após a descoberta e a internação inicial. No dia seguinte ao diagnóstico, a notícia já havia se espalhado pela região. Amigos e familiares de Marília se juntaram em uma corrente positiva em prol da saúde da jovem.
CURA ESPIRITUAL
"Todos combinaram que, às 8h, fariam uma oração e pediriam a Deus pela minha vida". Mari recorda que, naquele momento, estava no quarto do hospital, acompanhada dos pais e os três irmãos. A família uniu as mãos e eles fizeram uma oração.
No dia seguinte, apenas a mãe a acompanhava. A veterana a entregou um livro de orações e pediu para que a filha escolhesse uma: "Eu peguei o livro, abri, olhei o e devolvi pra ela. Disse: 'Mãe, a oração que tu escolher pra mim, tá boa'", conta Toson.
"No que devolvi pra minha mãe um livro, eu me deitei novamente na cama, eu comecei por uma fração de segundos, ou talvez até milésimos, a sentir o meu corpo flutuar, aquela cama balançar e uma tontura e eu caí num sono profundo. Dormi imóvel por cerca de 11 horas", acrescenta a palestrante.
MILAGRE DIVINO
No dia seguinte, as enfermeiras entraram no quarto às seis da manhã para a coleta de sangue. Até então, ela só havia tomado um comprimido de quimioterapia. Poucas horas depois, o hematologista entra no quarto com uma notícia tão surpreendente quanto o diagnóstico: "Nós temos que repetir o exame, porque tem algo errado aqui".
A notícia chocou a paciente: "Mas o que mais pode estar errado? A gente está lutando com 80% de chance de morrer". Mas, ao contrário do imaginado por ela a novidade era boa. O médico anunciou que ela estava em remissão do câncer.
"Não existem mais células cancerígenas no sangue dela e ela está com 10 mil leucócitos". As chances de, em poucas horas, ter baixado de 300 mil para 10 mil, eram baixíssimas - para não dizer impossível. Mas o médico explicou: "Eu estava segurando o meu terço. Ele olhou pra minha mão, apontou e disse: "Talvez aquilo ali explique. E quando eu digo que quando a ciência não explica, quem explica é Deus".
Apesar de ressaltar o milagre em seu caso, Mari não esquece a importância do "tratamento violentíssimo" ao qual se submeteu ao longo dos meses de internação. Mas nada disso seria possível sem a força mental daquela jovem de 19 anos - como a própria também reforça.
MAIS DE DUAS DÉCADAS DEPOIS
Duas décadas depois, Toson buscou um novo propósito de vida: se tornou palestrante, em 2019. Ela conta a história de vida emocionante, a fim de inspirar outrar pessoas, prometendo levar positividade, força e gestão emocional. Em 2020, lançou seu livro: 'Meu Amigo Câncer'.
Além da batalha contra o câncer, Marília discorre sobre outras duas vezes em que encarou a morte: quando desenvolveu Osteonecroseuma, uma doença nos ossos que causou fortes dores e movimentos limitados no quadril, e durante a maternina. Ela perdeu dois dos quatro filhos.
Após o nascimento do segundo filho, Mari teve uma hemorragia e ficou internada na UTI por três dias em estado vegetativo, além de ter seus ovários retirados: “Eu sou mãe de 4 filhos e digo que tenho 2 deles aqui comigo”, diz a palestrante.