Qual a diferença entre GAG e engasgo? Veja como cuidar do bebê sem sustos
Anamaria
O engasgo é um dos maiores medos das famílias no momento de iniciar a Alimentação Complementar do bebê. Tal medo pode atrapalhar o desenvolvimento e o desenrolar da aceitação dos alimentos, pois tendemos a deixar tudo batido, em forma de purês, misturados e só cozidos quando, na verdade, devemos expor o bebê à variedade de texturas.
Em casos mais graves, bebês desenvolvem dificuldade de aceitar as proteínas, porque acabaram não desenvolvendo a habilidade de mastigar, ressalta a nutricionista Nathalia Escudero, com quem conversei em uma entrevista sobre o assunto. Então, é importante saber a textura correta de ofertar, e como diferenciar um engasgo de um GAG.
"Com a difusão do método BLW (baby led weaning) pelo mundo, passamos a entender que, sabiamente, quando o bebê tenta engolir um pedaço de alimento maior do que conseguiria, um reflexo protetivo é acionado, e ele coloca esse pedaço para fora, ou seja, o cospe. É justamente este reflexo que chamamos de chamamos GAG", explica a especialista.
Assim, muitas pessoas não conseguem diferenciar o GAG do engasgo, e estas são duas situações muito diferentes. "Caso o cuidador não saiba identificar, isso pode deixar o momento da refeição perigoso, tenso e aflitivo, atrapalhando a compreensão do bebê sobre como lidar com o alimento na própria boca", ressalta Nathalia.
Exatamente por isso, listamos alguns sinais que podem te ajudar a identificar quando seu bebê está fazendo GAG, ou quando está acontecendo um engasgo e será preciso aplicar a manobra de desengasgo.
Em situações de GAG, notamos:
- Olhos lacrimejando;
- Rosto avermelhado;
- Presença de barulho (tosse/arranhar de garganta);
- Bebê faz ânsia, como se fosse vomitar, colocando a língua para fora.
Em situações de engasgo, notamos:
- Olhos estalados;
- Bebê fica roxo/azulado;
- Ausência de barulho, apenas um barulho de tentativa de respirar;
- Bebê tenso, pernas e braços tensos/esticados.
Outra dica importante é se atentar a maciez do alimento oferecido. Ao espremer/apertar o alimento entre os dedos polegar e indicador, ele deve ser facilmente amassado. Se houver resistência ao apertar, cozinhe por mais tempo ou troque a maneira de fazer.
É importante estudar e ler sobre esta questão, porque isso trará mais segurança para quem está ofertando o alimento e, consequentemente, o bebê também se sentirá mais seguro no momento da refeição, aumentando a aceitação e ingestão.