Taís Araujo relembra pressão aos 17 anos para aparecer nua na televisão
Anamaria
Taís Araujo fez uma grande revelação sobre a época em que tinha 17 anos e estrelou a novela ‘Xica da Silva’ (1996). Em entrevista ao podcast ‘Vênus’, a atriz relembrou a pressão para aparecer nua na televisão - quando ainda era menos de idade.
De acordo com Taís Araujo, os meios de comunicação faziam contagem regressiva para o momento em que ela apareceria nua no folhetim da extinta TV Manchete.
“Xica da Silva foi muito transformador, só que eu não sabia. Eu vejo hoje o quanto foi, porque eu era uma adolescente de 17 anos”, começou ela.
“Então eu estava preocupada era se o menino que gostava de mim, que era evangélico, se ia continuar me querendo depois que eu aparecesse com os peitos de fora com 18 anos, entendeu? Minha grande preocupação era bem na superfície”, seguiu Taís.
Ela ainda comentou como interpreta atualmente a situação pela qual passou na juventude: “Hoje em dia, vejo grandes reflexos, mesmo assim na época eu tentava me defender... muita nudez, tentava não fazer... Hoje em dia, quando vejo o que vivi lá, falo 'meu Deus do céu, cada situação tão difícil que eu tive que enfrentar ali, muita exposição”.
“A questão da nudez, então, tinha contagem regressiva no jornal e na televisão era assim: 'faltam cinco dias pra ela fazer 18 anos, pra você ver tudo'. Eram umas coisas medonhas e que eu via... mas olhando hoje em dia, são coisas bastantes sérias e graves”, finalizou Taís Araujo.
Veja a entrevista completa de Taís Araujo:
MAIS ABUSOS NOS BASTIDORES
Taís Araujo relembrou sua primeira protagonista na TV em entrevista à revista Piauí. A atriz deu vida à polêmica Xica da Silva em novela homônima de 1996, quando tinha apenas 17 anos. Ela relatou ter sofrido uma série de abusos nos bastidores das gravações.
“Eu era invisível na Barra da Tijuca, sequer beijei na boca de alguém do condomínio”, começou contando em menção ao racismo que sofria na época. Segundo ela, a vida real contrastava com a sensualidade de Xica da Silva na trama.
Os abusos nas gravações teriam sido cometidos pelo diretor Walter Avancini, falecido em 2001. Taís contou que o funcionário da Rede Manchete tinha comportamentos inadequados e fazia constantes ofensas a sua atuação - com a justificativa de que isso seria capaz de tornar as cenas mais viscerais.
Ela relembrou: “O Avancini era genial. Muito do que sei de comprometimento e disciplina, aprendi com ele. Mas era extremamente abusivo”, destacando que já ouviu que era a ‘maior decepção da vida dele’.
Avancini teria chegado a pedir desculpa pelas atitudes, mas os maus tratos só pioraram com o passar do tempo. “Eu tenho ódio de você, porque olho para sua cara e não sei o que você está pensando!”, dizia o diretor.
Mais uma estratégia abusiva era criar tensão entre Taís e os colegas de elenco. Muitas vezes, ele teria pedido para que a atriz olhar nos olhos de todos os demais para depois dizer: “Ninguém gosta de você, todos queriam fazer o seu papel”.
Para Taís, um dos momentos mais tensos foi quando Avancini decidiu explorar sua chegada aos 18 anos (nove semanas após a estreia da novela) para vender fotos nuas da atriz. “Ninguém me obrigou a fazer essas fotos, mas é claro que ali eu cedi às pressões”, contou. Na ocasião, ele teria até mesmo debochado do desconforto da jovem.