A enfermeira que matou pacientes e inspirou série arrepiante da Netflix
Aventuras Na História
Recentemente, chegou à Netflix a minissérie 'Enfermeira' (ou 'The Nurse', em inglês), uma produção que acompanha a enfermeira Pernille Kurzmann, que passa a trabalhar no Hospital Nykøbing Falster, na Dinamarca, e inicia uma amizade com uma colega de trabalho, Christina Aistrup Hansen, no entanto, logo começa a suspeitar que ela esteja envolvida na morte de alguns pacientes.
A série conta com Josephine Park dando vida à Christina Hansen, e Fanny Louis Bernth como Pernille Kurzmann, com direção de Kasper Barfoed. Além disso, é inspirada no livro 'The Nurse: The True Story Behind One of Scandinavia's Most Notorious Criminal Trials' ('A enfermeira: a verdadeira história por trás de um dos julgamentos criminais mais notórios da Escandinávia', em tradução literal), escrito por Kristian Corfixen.
Porém, apesar da trama complexa e digna de uma obra ficcional, 'Enfermeira' se trata, na verdade, de uma minissérie inspirada em um crime real. Confira a seguir a verdadeira história que inspirou a nova produção da Netflix que vem chocando internautas pelo mundo.
História real
Em março de 2015, a enfermeira dinamarquesa Christina Aistrup Hansen foi julgada e presa, acusada de matar intencionalmente, além de expôr a risco de vida, uma série de pacientes no Hospital Nykøbing Falster, no sul do país.
De acordo com o site Women's Health, durante os turnos da noite, Hansen administrava medicamentos, como doses letais de morfina e Diazepam, em alguns de seus pacientes visando piorar suas condições de saúde, apenas para que pudesse tentar "salvá-los" logo em seguida. Era uma estratégia para se destacar entre as colegas.
A princípio, como ninguém desconfiava que era ela quem expunha essas pessoas a risco, suas ações eram consideradas heroicas, sendo assim muito respeitada por toda a equipe.
Porém, no dia 1º de março de 2015, essas ações de Hansen fugiram de seu controle, e ela acabou levando dois pacientes que estavam sob seus cuidados à morte, além de a equipe ter conseguido reviver, no último minuto, outra mulher de 73 anos.
Mas essas não foram suas únicas vítimas: no livro de Kristian Corfixen, é dito que a primeira vítima da enfermeira foi uma pessoa em 2012, cujo sangue continha a mesma combinação de medicamentos que as vítimas de três anos depois.
Pernille Kurzmann
A série, porém, é contada do ponto de vista de Pernille Kurzmann, uma mulher que tinha acabado de concluir o curso de enfermagem, e começara seu primeiro emprego no mesmo hospital que Hansen trabalhava, conhecendo-a em 2014. Embora 'Enfermeira' coloca as duas mulheres como amigas próximas, no livro — que é mais fiel ao caso — a relação entre as duas não fica tão clara.
Porém, um fato em comum é que, tanto na série quanto na realidade, foi Kurzmann quem suspeitou do envolvimento de Hansen nas mortes em 2015, um ano após ter começado seu trabalho. Ela notou que pacientes sob os cuidados da colega morriam ou tinham pioras em um ritmo incomum.
Tantas pessoas suspeitaram de algo ou viram algo – e ainda assim é a nova enfermeira, aquela que está em seu primeiro emprego que não apenas sente que algo está errado, mas que realmente faz algo a respeito e arrisca tudo", conta o diretor Kasper Barfoed à Netflix.
Com as investigações, não demorou para que toda a verdade fosse esclarecida, e Hansen acabasse considerada culpada pelos crimes. Na época do julgamento, inclusive, Kurzmann e outras cerca de 70 pessoas testemunharam contra a enfermeira assassina, como informa o Radio Times.
Hoje em dia
Christina Hansen foi presa em 2015, e, em 2016, foi acusada oficialmente de ter cometido três assassinatos (o do primeiro paciente, em 2012, e os dois de 2015), além de uma outra tentativa de homicídio e roubo de remédios do hospital que trabalhava.
Após 28 dias de julgamento, Hansen foi considerada culpada de todas as acusações, sendo, então, condenada à prisão perpétua. Porém, em 2017 ela apelou da primeira condenação, de forma que um tribunal superior condenou-a por quatro acusações de tentativa de homicídio e, com isso, sua pena foi reduzida para 12 anos, sendo assim, sua saída planejada para 2028.
Já Pernille Kurzmann, por sua vez, ainda trabalha no Hospital Nykøbing Falster, tendo se casado após o incidente em 2015 com Niels Lundén, o médico retratado na série.