A Favorita: Como morreu a rainha Anne?
Aventuras Na História
Na última semana, um filme de 2018 chegou ao catálogo da Netflix e, desde então, se destaca entre as produções mais assistidas da plataforma. Se trata do filme 'A Favorita', do cineasta grego Yorgos Lanthimos. A obra, por sua vez, mistura fato e ficção ao retratar a corte da rainha Anne, da Gra-Bretanha, no início do século 17.
"Na Inglaterra do século 18, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough, exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da rainha Ana. Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail, nova criada que logo se torna a queridinha da majestade e agarra com unhas e dentes essa oportunidade única", narra a sinopse do longa.
De fato, na corte da rainha, existiram as intrigas entre Sarah Churchill e Abigail Masham que culminariam, inclusive, na eventual destituição do cargo de guardiã da Bolsa Privada do Reino Unido de Sarah.
E outro elemento do filme que condiz com a realidade é o fato de a rainha Ana (interpretada magistralmente por Olivia Colman) ter uma saúde debilitada, o que levanta dúvidas: como se deu a morte da monarca? Confira!
+ A Favorita: Veja a verdadeira história por trás do filme;
Saúde debilitada
Filha do rei Jaime II de Inglaterra e de Ana Hyde, Duquesa de Iorque e Albany, Ana da Grã-Bretanha nasceu no dia 6 de fevereiro de 1665 e, desde a infância, sempre apresentou uma saúde debilitada. Ela tinha 37 anos quando foi coroada, e mesmo em sua própria coroação, precisou ser carregada em liteira aberta: sofreu com um grave ataque de gota — doença caracterizada por fortes dores, vermelhidão e sensibilidade nas articulações.
Além disso, com o passar dos anos, o grande número de gestações debilitaram ainda mais sua saúde: ao todo, foram 18, das quais a maioria terminara em abortos espontâneos. O único filho que sobreviveu, William, Duque de Gloucester, nasceu em 1689, mas faleceria ainda jovem, em 1700, aos 11 anos.
Últimos momentos
Segundo o The National Archives Trust, no fim de sua vida, a rainha Anne sofria cada vez mais com a gota e, por isso, mal conseguia andar. Na manhã de 30 de julho de 1714, ela adoeceu, e faleceu em 1º de agosto, por volta das 7h30 no Palácio de Kensington.
O doutor Thomas Lawrence, que fez a autópsia da monarca e entregou o artigo 'Sobre as Observações da Abertura do Corpo da Rainha', descobriu nela uma pequena hérnia umbilical antes de embalsamá-la.
Seu sepultamento ocorreu ao lado do túmulo de seu marido, o príncipe consorte George da Dinamarca, e de seus filhos, na Capela Colegiada de São Pedro de Henrique VII, na Abadia de Westminster.
Tantos eram seus problemas de saúde ao longo de seus 49 anos de vida, que um de seus médicos, John Arbuthnot, contou ao escritor Jonathan Swift que acreditava que a morte seria mais uma libertação de seus problemas de saúde que uma tragédia de fato. "Acredito que o sono nunca foi tão bem-vindo para uma viajante cansada quanto a morte foi para ela", escreveu em carta.