A Grande Descoberta: Veja o que aconteceu com o criminoso retratado na série
Aventuras Na História
"A Grande Descoberta", nova série da Netflix, está conquistando espectadores ao redor do mundo. Embora considerada uma série dramática fictícia, a produção é baseada no livro de não-ficção de mesmo nome publicado pela jornalista Anna Bodin e pelo genealogista Peter Sjölund em 2021.
Dividida em quatro episódios, a minissérie explora os obstáculos enfrentados pela polícia em uma investigação que permaneceu sem solução por 16 anos: o duplo assassinato de um menino e de uma mulher de meia-idade na cidade sueca de Linköping.
De acordo com a revista People, apesar das evidências encontradas na cena do crime, como o DNA do suspeito, os recursos tecnológicos disponíveis na época do incidente não foram suficientes para identificar o culpado.
Crime real
Era ano de 2004 quando o garotinho MohamadAmmouri, de 8 anos de idade, e Anna-Lena, de 56, foram assassinados. Ele, que seguia seu caminho para a escola, foi encontrado caído com a garganta cortada, sendo declarado morto ao chegar ao hospital. Já a mulher, esfaqueada no estômago, chegou a ser transportada com vida para um hospital, mas acabou falecendo durante a cirurgia. As vítimas não se conheciam.
Testemunhas apontaram que o assassino seria um jovem na casa dos vinte anos e que usava uma jaqueta bege na altura do joelho e chapéu de lã azul ou preto. Como destacou o The Local Sweden, pessoas que se encontravam no local afirmaram que ele "não correu, mas se afastou da cena do crime".
Acreditava-se que a arma do crime era uma faca deixada no local ao lado de um boné ensanguentado. Mas, apesar das pistas, o caso permaneceu sem solução por anos.
Reviravolta
A reviravolta do caso veio somente em 2019, quando a Suécia aprovou uma legislação que permitiu à polícia pesquisar correspondências de DNA em sites comerciais de genealogia em investigações criminais.
Naquele ano, as autoridades recorreram a genealogistas especializados, que entrevistaram e testaram o DNA de inúmeras pessoas. Após criar árvores genealógicas, os resultados levaram os investigadores a dois irmãos, assim como mostrado em "A Grande Descoberta", antes de finalmente encontrarem seu par, de acordo com um relatório de setembro de 2020 do The Nomad Today.
Após análises mais detalhadas, a investigação chegou a Daniel Nyqvist — no filme, o assassino chama-se David Nilsson —, um homem que tinha 21 anos na época do crime e vivia com os pais na cidade de Linköping. Ele foi detido em 2020. Uma amostra de seu DNA foi comparada às evidências da cena do crime, resultando em uma correspondência perfeita.
Durante os interrogatórios, o sueco confessou os assassinatos, revelando que sofria de pensamentos obsessivos sobre matar. Ele escolheu Mohamad e Anna-Lena aleatoriamente, sem qualquer conexão anterior com as vítimas.
Condenação
Após sua confissão, Nyqvist foi submetido a uma avaliação psiquiátrica. Especialistas concluíram que ele sofria de um grave distúrbio psicológico, o que levou à sua condenação a cuidados psiquiátricos forenses, em vez de prisão tradicional. Durante os julgamentos, ele admitiu que, no dia do crime, acreditava que seria capturado ou morto.
"Lembro que não escovei os dentes porque ia morrer ou ser pego naquele dia", disse ele, de acordo com a People. "Mas eu tinha que fazer isso. Eu fiz isso no automático."
Nyqvist ainda segue internado na Clínica Regional de Vadstena, sob cuidados médicos rigorosos. Relatórios recentes indicam que ele está em estabilidade psiquiátrica e segue um tratamento com medicamentos.
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