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A turbulenta saga de Robert Downey Jr. até o auge em Hollywood
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A turbulenta saga de Robert Downey Jr. até o auge em Hollywood

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Aventuras Na História
16/08/2023 20h14
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A cada ano, é cada vez mais comum um aumento no número de filmes e séries de grandes produtoras, como a Marvel. Enquanto em 2008 só surgiram 'Homem de Ferro' e 'O Incrível Hulk', em 2021 os fãs — e são muitos os que acompanham todas as produções da Marvel — foram presenteados com quatro filmes e cinco séries.

E é claro que em um universo que se expande cada vez mais, o número de personagens segue sempre aumentando, de forma que uns acabam sendo mais queridos que outros. No entanto, um personagem parece ser colocado sob um pedestal por muitos: Tony Stark (ou para os que preferem, o Homem de Ferro).

Enquanto uns podem atribuir o amor dos fãs da Marvel ao personagem à sua extensa história no Universo Cinematográfico Marvel (UCM), ou então ao seu heroico sacrifício em 'Vingadores: Ultimato' (2019), a verdade é que um elemento importante para a composição é seu intérprete, o ator americano Robert Downey Jr.

É indiscutível que a escolha de Downey Jr. para o papel foi um grande acerto: hoje, quando se pensa em 'Homem de Ferro', é o ator o primeiro a vir à mente. Porém, aquele que hoje é um dos atores mais bem sucedidos de Hollywood possui um passado cheio de extravagâncias, problemas e controvérsias que, talvez, até mesmo ajudaram-no a dar vida ao "gênio, bilionário, playboy e filantropo" Tony Stark.

Robert Downey Jr. como Tony Stark em 'Homem de Ferro' (2008)
Robert Downey Jr. como Tony Stark em 'Homem de Ferro' (2008) / Crédito: Reprodução/Walt Disney Studios Motion Pictures

 

O pai

Hoje, com certeza o nome de Robert Downey Jr. é referência o suficiente para qualquer um, sendo bastante conhecido. Porém, parte de sua fama, e de muitos dos caminhos que seguiu em sua vida, se deve àquele que lhe deu o nome: Robert John Downey, seu pai.

Um famoso cineasta, escritor, ator e produtor norte-americano de origem judaica, Robert Downey "pai" ficou razoavelmente conhecido após alguns trabalhos que bombaram no final da década de 1960, mas nenhum de destaque. Porém, a pouca fama que conquistou foi suficiente para entrar em contato com um dos maiores problemas da história de Hollywood: as drogas.

E o uso de drogas de Downey "pai" não seria nem um pouco escondido de seu filho: com apenas seis anos, Robert Downey Jr. provou um cigarro de maconha dado por seu pai, e isso só pioraria com o passar dos anos. "Quando meu pai e eu nos drogávamos juntos, era como se ele tentasse expressar seu amor da única forma que sabia", disse o ator no livro 'The New Breed: Actors Coming of Age' (1988).

Em paralelo ao consumo de drogas, ainda assim Downey Jr. era creditado como aquele que seria "o melhor ator de sua geração", pela imprensa da década de 1980. Porém, em 1996 ele começou a chamar atenção por outras razões: problemas. Nesse ano, foi preso por dirigir sob efeito da "melhor cocaína que tinha experimentado desde a que consumia com meu pai e Jack Nicholson", como descreveria posteriormente à Rolling Stone, além de levar no porta-luvas heroína e uma Magnum 357.

Um mês depois desse ocorrido, ele ainda protagonizou outra confusão que colocaria seu nome nas manchetes: entrou na casa errada e dormiu na cama do filho de seus vizinhos. Uma ligação da dona da casa à polícia vazou na época, e foi com os sons de Downey Jr. roncando ao fundo que, finalmente, passou a ser visto aos olhos de todos como mais um famoso que se perdeu nas drogas.

Robert Downey Jr. e o pai, Robert John Downey
Robert Downey Jr. e o pai, Robert John Downey / Crédito: Getty Images

 

Tratamentos e prisões

Uma vez no fundo do poço, Downey Jr. recebeu apoio dos atores Sean Penn e Dennis Quaid, que o levaram para um centro de reabilitação. Porém, não ficaria ali por muito tempo. Depois de fugir pela janela do banheiro, foi encontrado pela polícia em Malibu sob efeito de drogas, dirigindo seu Porsche.

Às vezes, quero sair para comprar de tudo. Em outras, só quero ver esportes, me masturbar e tomar sorvete. Mas isso não significa que esteja deprimido ou que seja um maníaco. Fui diagnosticado com transtorno psicológico por um médico que não sabia que eu fumava crack no seu banheiro. Você não pode fazer um diagnóstico enquanto o paciente não estiver sóbrio", disse o ator em entrevista à Esquire.

Um ano depois dessa confusão, Downey Jr. faltou a uma reunião de controle antidrogas, e foi então condenado a 113 dias na prisão. Erro este que se repetiria em 1999, e lhe garantiria outra condenação, agora de 3 anos.

Nesse período, ficou no presídio de Corcoran, época em que também habitava o líder de seita Charles Manson. Nesse tenso ano que passou na instituição prisional, encontrou alívio somente em um disco do vocalista britânico Sting.

Robert Downey Jr. depois de ser preso em 1999
Robert Downey Jr. depois de ser preso em 1999 / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

 

Retorno a Hollywood

Após cumprir a pena, Downey Jr. não demoraria muito até conseguir um novo trabalho em Hollywood: uma aparição na série 'Ally McBeal: Minha Vida de Solteira' — que inclusive rendeu-lhe um prêmio no Globo de Ouro. Porém, ele revelou posteriormente que, neste momento, ainda não se importava se voltaria realmente a atuar ou não.

Dessa forma, em novembro de 2000 o ator foi preso mais uma vez, agora em um hotel, portando anfetaminas e quatro gramas de cocaína. E meses depois ele já tinha perdido tudo novamente: foi encontrado em uma rua cheia de ratos, tendo sido abandonado pela então esposa, a cantora Deborah Falconer — que levou consigo o filho do casal, Indio, nascido em 1993 — e demitido ou cortado de todos os seus trabalhos.

Então ele se viu mais uma vez em posição de enfrentar seus problemas e lidar com o vício. Nessa época, recebeu inclusive grande apoio do músico Elton John, que o escolheu para participar do clipe 'I Want Love', e do amigo Mel Gibson, que pagou de seu próprio bolso um seguro para que pudesse protagonizar o musical 'Crimes de Um Detetive' (2003), de Keith Gordon

Foi assim que, pouco a pouco, a crítica voltou a se apaixonar por Downey Jr. e todo o carisma que seus personagens carregam. Então, no Dia da Independência de 2003, tomou uma das decisões mais drásticas de sua vida: jogou todas as drogas que tinha no mar, enquanto passava pela costa do Pacífico, e controlou sua abstinência com pilares, filosofia, meditação e kung-fu, além de terapia constante. Em 2005, se casaria com a produtora Susan Levin, em cerimônia que inclusive contou com apresentação de Sting.

Fotografia de Robert Downey Jr. e Susan Levin
Fotografia de Robert Downey Jr. e Susan Levin / Crédito: Getty Images

 

Ascensão

Desde então, a vida de Downey Jr. não passou por grandes e desagradáveis reviravoltas, e ele seguiu trabalhando em outros papéis. Porém, sua vida mudaria em 2007, quando foi cotado para dar vida ao 'Homem de Ferro' nos cinemas — personagem este perfeito para ele, considerando todo o seu histórico com vícios, excessos, drogas... Imperfeições humanas num herói.

Hoje, o ator praticamente conquistou espaço como um grande ícone da Marvel, quase tanto quanto o próprio Stan Lee, sendo lembrado mesmo depois de 4 anos de sua morte nas telonas. E sua marca na história permanece, como um ator imperfeito que, mesmo com problemas, alcançou o sucesso em Hollywood, superando dificuldades que até mesmo os heróis da Marvel enfrentam por vezes.

Robert Downey Jr. como Tony Stark em 'Vingadores: Ultimato' (2019)
Robert Downey Jr. como Tony Stark em 'Vingadores: Ultimato' (2019) / Crédito: Reprodução/Walt Disney Studios Motion Pictures

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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