Aftersun: Emocionante filme disponível na Netflix é baseado em fatos?
Aventuras Na História
Descrito como devastador e comovente, o filme Aftersun, lançado em 2022, chegou ao catálogo da plataforma de streaming Netflix. Dirigido por Charlotte Wells, o longa mostra a história de Sophie (Frankie Corio e Celia Rowlson-Hall), uma jovem que vive distante do pai, Callum (Paul Mescal).
As férias que passou ao seu lado na Turquia, no final dos anos 90, foram últimos momentos ao lado de Callum. Anos depois, ela visita à casa do pai e as memórias se misturam com o que ela entende dele e a pessoa que ele realmente era.
Com um roteiro comovente e personagens marcantes, muitos podem se perguntar se a história em questão retrata um acontecimento verdadeiro. Bom, a resposta é: não.
Isso porque 'Aftersun' é vagamente baseado nas memórias de Charlotte Wells, que também foi responsável pelo roteiro. A Variety relembra que 'Tuesday', lançado em 2015, foi o primeiro curta-metragem de Wells, que retrata a perda de seu pai enquanto era adolescente.
Memórias
Assim, ela queria explorar uma história diferente em 'Aftersun', que mostrasse um pai e a filha de férias. Em entrevista à Variety, ela explicou que, a medida que trabalhava no roteiro, que tinha uma trama convencional, ele se tornava cada vez mais pessoal. Entretanto, destacou que não se trata de um filme autobiográfico.
Depois, em entrevista à W Magazine, a diretora disse que as memórias de férias de sua infância formaram o esboço do roteiro. Assim, ela explica que o longa é 'emocionalmente autobiográfico', no entanto, a história é ficção.
"Além desse esboço inicial, deixei bem claro que o filme sempre foi ficção; nunca estive nestas férias, não foi minha experiência. Esses personagens – embora seu ponto de partida tenha sido certamente inspirado por mim e por meu pai – foram, em última análise, infundidos por muitas pessoas diferentes, fictícias ou não", disse ela ao veículo. "À medida que você avança em direção à produção, a história diverge desse lugar de si mesmo de uma forma que permite que você se coloque na página de uma maneira que parece muito exposta, mas menos exposta quando você chega ao filme final, porque ele se transformou em sua própria coisa".
Em entrevista à Roger Ebert, Charlotte explicou como as memórias foram importantes para o resultado da história, que não existia no conceito convencional.
"Passei muito tempo trabalhando nisso e sempre houve uma infusão pessoal nos personagens. Isso nunca faltou. Eu apenas acho que ao longo da escrita, e permitindo que memórias e anedotas da infância formassem o primeiro esboço desse roteiro, foi um processo de busca em meu próprio passado. E esse processo chegou à página, sabe? Então o filme assumiu esse olhar retroativo que não tinha naquele conceito mais convencional", afirmou ela.