'Ainda Estou Aqui' teve vilão inspirado em personagem de Tarantino, revela ator
Aventuras Na História
'Ainda Estou Aqui' se destacou nos últimos meses como um filme brasileiro que vem conquistando grande atenção internacionalmente, garantindo inclusive uma estatueta do Globo de Ouro a Fernanda Torres.
No longa, acompanhamos a verdade brutal vivida por uma família durante os horrores da ditadura militar brasileira, sendo esta uma história inspirada na vida da família do autor do livro que inspirou o longa, Marcelo Rubens Paiva.
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E para transmitir o terror vivido pela família Paiva no filme, o ator Luiz Bertazzo, que interpreta o agente Schneider, que ocupa a casa dos Paiva quando Rubens (Selton Mello) é levado para um interrogatório, se inspirou em um personagem bastante icônico e influente na história do cinema: o grande vilão de um dos mais populares filmes de Quentin Tarantino.
"O Walter tinha uma ideia muito concreta sobre essa cena na casa. Quando ensaiamos, pela primeira vez, as cortinas se fechando, entendi o sentimento de destruição daquele lar, daquele sonho de Brasil", contou Bertazzo em entrevista à Rolling Stone Brasil.
O horror tinha que estar justamente na sensação de perigo por aquilo que não estava explícito, esse é mais um dos mecanismos de tortura dos agentes da ditadura: 'a falta de respostas'", acrescenta o ator.
Referência
Para incorporar um vilão de um dos períodos mais sombrios da história do Brasil, Bertazzo acabou se baseando não só no verdadeiro agente descrito no livro 'Ainda Estou Aqui', mas também em um vilão de um dos momentos mais sombrios da história da humanidade: o coronel nazista Hans Landa, interpretado por Christoph Waltz no filme 'Bastardos Inglórios' (2009).
"Se o militar fosse feito de forma violenta e bruta, poderia afastar o espectador, torná-lo um clichê, uma alegoria da violência. Quanto mais próximo ao cotidiano daquela casa, mais perigosos eles pareceriam", explica Bertazzo na entrevista. "Cheguei a rever o Christoph Waltz como o coronel nazista em 'Bastardos Inglórios', para ter onde apontar a bússola, e depois busquei encontrar a forma de um sujeito que poderia ser um vizinho, um familiar, alguém próximo, à espreita", conclui.