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Ainda Estou Aqui: Veja diferenças entre a história real e o filme
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Ainda Estou Aqui: Veja diferenças entre a história real e o filme

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Aventuras Na História
18/01/2025 13h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16443082/original/open-uri20250118-56-1ekqbwy?1737205429
©Arquivo pessoal e Divulgação/Globoplay
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Aclamado internacionalmente, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, narra a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que enfrentou a violência dos Anos de Chumbo durante a ditadura militar.

Eunice se viu 'obrigada' a cuidar sozinha dos cinco filhos após a prisão e desaparecimento de seu marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), no ano de 1971. O longa emocionante navega pela vida de Eunice, que ainda lutou contra o Alzheimer. 

Ainda Estou Aqui é uma adaptação do livro de memórias homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal. A trama de se mantém fiel à realidade dos fatos, como mostrando que Rubens Paiva dirigiu o próprio carro até o local em que prestaria depoimento aos agentes da ditadura — do qual nunca retornou após ser torturado e assassinado. 

A produção também acerta ao contar que Eunice e sua filha de 15 anos, Eliana, foram levadas encapuzadas ao mesmo local onde Rubens foi encaminhado. Eunice acabou presa por 12 dias, enquanto Elianapassou cerca de 24 horas no local

Além disso, a casa dos Paiva passou dias ocupada por militares, como mostrado no filme. Assim como na ficção, um pouco antes da libertação de Eunice do DOI-Codi, um policial também lhe disse que não concordava com o que acontecia no local. 

Outro ponto fiel à realidade é o fato da certidão de óbito de Rubens Paiva só ser emitida duas décadas e meia depois, em 1996, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que havia sancionado a Lei dos Desaparecidos. Ainda assim, o longa de Walter Salles tomou algumas liberdades poéticas; entenda!

1. O pet da família 

No filme é mostrado que o cachorrinho Pimpão foi adotado pelos Paiva após Marcelo encontrá-lo na praia. Mas, na vida real, a história é um pouco diferente, afinal, a família teve um gatinho que constantemente aparecia no escritório de Rubens.

De fato o animal ganhou o nome de Pimpão, mas acabou desaparecendo após Rubens ter sido levado pela polícia, conforme contou sua filha, Eliana, à Veja. 

A escolha de usar um cachorro ao invés de um gato nas gravações se dá pelo fato de que o trabalho de filmar felinos nem sempre é tão fácil quanto se imagina — devido a sua hiperatividade e comportamento mais arredio.


2. Resgate do carro

Quando Eunice Paiva foi presa com sua filha, Eliana, elas foram levadas até o DOI-Codi. No entanto, naquela altura, não sabiam para onde Rubens Paiva havia sido levado. 

Acontece que Eunice percebeu o destino do marido ao avistar o carro dele, um Opel vermelho, no pátio do local. No filme, é mostrado que a mãe da família Paiva retorna ao DOI-Codi para buscar o carro do marido, aproveitando a desculpa de levar para ele remédios de diabete. 

Rubens Paiva, do PTB - Divulgação/Memórias da Ditadura

No entanto, na verdade, foi a filha mais velha do casal responsável por 'resgatar' o veículo, em 4 de fevereiro, e ainda levar roupas e medicamentos para Rubens Paiva. A essa altura, porém, o ex-deputado já estava morto há cerca de duas semanas. 

Na ocasião, os militares entregaram à filha do casal o veículo e também lhe deram um recibo que constatava que o Opel vermelho estava no pátio do DOI-Codi. Porém, eles negaram que Rubens havia sido detido lá.


3. Professora dedurada

Durante o período em que ficou detida no DOI-Codi, Eunice Paiva foi interrogada por inúmeras vezes. Em uma delas, ela foi colocada frente-a-frente com um livro que continha fotos de procurados e presos políticos, e pressionada a reconhecer algum deles. 

Como mostrado no filme, Eunice Paiva acabou cedendo à pressão dos agentes e apontou a foto da professora das filhas, dizendo que não sabia o motivo dela estar no meio da lista. No decorrer da cena, um militar conta que a mulher voltava de uma viagem ao Chile quando foi interceptada com cartas destinadas à Rubens, que haviam sido escritas por exilados. 

Mas, como Marcelo Rubens Paiva narra no livro, Eunice não 'dedurou' a professora das filhas. "Minha mãe identificou a foto da professora das minhas irmãs, Cecília, no álbum de presos. Mas não disse nada".

Em junho de 1971, a docente enviou uma carta para Eunice (a mesma mostrada no filme), narrando que ficou detida com Rubens Paiva no DOI-Codi. Ela ainda revela que o ex-deputado repetia o próprio nome e implorava por água durante as sessões de tortura.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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