Bom Dia, Verônica: Série da Netflix é baseada em história real?
Aventuras Na História
Lançada em 2020, a série Bom Dia, Verônica se tornou um sucesso entre brasileiros na plataforma de streaming Netflix. Com episódios eletrizantes, a produção retratou temas que impactam a sociedade brasileira: feminicídio, violência doméstica, abuso sexual de menores, misoginia e corrupção.
Nesta quarta-feira, 14, a série chega ao fim após temporadas eletrizantes. Na série, o público acompanha a saga da investigadora Verônica Torres (Tainá Muller). Diante das dificuldades de seu passado, ela passa a ajudar mulheres vítimas de violência.
Na terceira e última temporada, Bom Dia Verônica contará com personagens da segunda temporada, como dos atores Klara Castanho e Reynaldo Gianecchini. No entanto, a etapa final também mostrará o vilão Jerônimo, interpretado por Rodrigo Santoro e sua mãe, Diana, interpretada por Maitê Proença.
Em uma cidade de interior, a investigadora conhecerá Jerônimo e estará diante dos muitos segredos que o lugar esconde. No entanto, Verônica se vê encurralada quando uma máfia ameaça sua família. É a sua última chance de fazer justiça.
Com uma trama tensa, e temas que nos impactam diariamente, muitos podem se perguntar se Bom Dia Verônica é baseada em uma história real.
Ficção
Na realidade, a série não é baseada em uma história verdadeira. Bom Dia Verônica compreende uma adaptação do livro de mesmo nome publicado pela criminóloga Ilana Casoy e Raphael Montes.
O livro foi lançado em 2016 e mostra a história fictícia de Verônica, Janete e Cláudio, um serial killer. Casoy, vale lembrar, já pesquisou e estudou perfis de assassinos em série, retratando o seu conhecimento em diferentes livros. Já Montes é autor de livros policiais, como 'Suicidas'.
Para eles, era importante a história promover uma reflexão sobre a realidade da violência contra a mulher. "Era muito importante fazer um thriller com viradas, mas não só. Era importante também discutir e denunciar alguns temas", disse Montes ao portal de notícias UOL em 2020.
Ilana também explica que Bom Dia Verônica chama atenção para a realidade em torno do trabalho da polícia no Brasil.
"Quando aparece um crime na TV, você pensa como essa mulher caiu nesse lugar? Por que ela não fugiu? São temáticas sensíveis, e a série faz um lindo trabalho social de dar visibilidade a esse processo e às dificuldades também da polícia. Nós temos uma polícia sem dinheiro, uma cultura em que se investe mais em viatura do que em inteligência. E os salários também estão longe do ideal", afirmou Casoy ao veículo no mesmo ano.
Troca de experiências
A experiência da criminóloga também foi importante para inspirar a trama. A personagem Janete, da primeira temporada, é um exemplo.
Isso porque ela foi idealizada a partir de uma entrevista que Ilana fez com a companheira de um serial killer. Assim como Janete (Camila Morgado), a mulher não sabia da vida dupla do marido.
"O marido dela tinha sido preso, e ela não sabia que ele matava, muito menos que ele matava em série. Ela chorava e falava 'doutora, me ajuda, onde que eu desligo o amor que eu sinto por ele? Eu quero parar de amá-lo, ele é um monstro, mas eu amo'", relembrou a escritora ao UOL em 2020.
De qualquer maneira, os detalhes da história que acompanhamos nas três temporadas é resultado da troca entre as experiências de Ilana com crimes reais e Montes como escritor de ficção.