Brincos, diamantes e colares: Veja o destino das joias de Maria Antonieta
Aventuras Na História
Maria Antonieta era conhecida por seus gastos e extravagâncias. Esposa do rei Luís XVI, a última rainha da França encontrou seu fim juntamente por conta de seus luxos. Afinal, enquanto ela gastava uma vasta fortuna, seus súditos passavam fome.
Em 'Fashion and Versailles', o jornalista Laurence Benaim indica que o orçamento anual de Maria Antonieta, para gastar com roupas, ultrapassava os 3 milhões de dólares, repercute o Yahoo Internacional. Os valores ainda se estendiam aos acessórios — incluindo joias.
Não teve jeito, Maria Antonieta e Luís XVI acabaram decapitados durante a Revolução Francesa. Mas o que aconteceu com as joias da rainha?
O colar de diamantes
O rei Luis XV, em 1772, encomendou um colar de diamantes aos joalheiros parisienses Charles Auguste Boehmer e Paul Bassenge. A joia, estimada em 2 milhões de libras, seria dada como presente para sua amante: Madame du Barry.
Entretanto, o monarca morreu de varíola em maio de 1774, antes que a peça estivesse concluída. Em seu lugar assumiu Luís XVI, marido de Maria Antonieta. Agora sem um comprador, Boehmer e Bassenge tentaram vender o colar para a nova rainha, que não mostrou muito interesse.
Precisando do dinheiro, eles entraram em contato com Jeanne de Valois-Saint-Rémy, também conhecida como Condessa de la Motte — descendente distante de Henrique II da França.
Fingindo ser Maria Antonieta, Jeanne escreveu várias cartas a um bispo e ex-embaixador, o Cardeal de Rohan, convencendo-o a pagar pelo colar em nome da rainha, aponta matéria da Reuters.
A fraude foi descoberta e la Motte e Rohan foram presos. Apesar de Maria Antonieta ter sido inocentada nesse caso, sua reputação estava longe de ser das mais satisfatórias.
Assim, acredita-se que o colar tenha sido um dos catalisadores para o início da Revolução Francesa. O que se sabe, de fato, é que o colar foi leiloado em novembro do ano passado, 2024, por 4,26 milhões de francos suíços (cerca de R$ 27,8 milhões).
Coleção dos Bourbon-Parma
Durante a Revolução Francesa, acredita-se que diversas joias de Maria Antonieta desapareceram sem muita explicação — talvez sendo contrabandeadas para Bruxelas ou para a Áustria. Algumas delas só ressurgiram décadas depois, como a Coleção da Família Bourbon-Parma, leiloada pela Sotheby's em 2018.
O fato é que como o início da revolta popular em 1789, Antonieta e seu marido planejavam uma fuga. Assim, a rainha empacotou suas joias em um baú de madeira e solicitou que elas fossem enviadas para Viena, onde seriam entregues ao seu sobrinho, o imperador austríaco Joseph II. Mas a tentativa de escape do casal fracassou e eles acabaram decapitados.
Sendo assim, a única filha sobrevivente do casal, Maria Teresa, recebeu as joias após ser exilada para a Áustria. Segundo matéria do Yahoo Internacional, ela entregou as peças para sua sobrinha, a Duquesa de Parma, que as passou de geração em geração pela Casa Real de Bourbon-Parma.
Entre os itens, havia um colar de pérolas de três fios com fecho de diamante; um broche de laço adornado com um diamante amarelo; e um anel de diamante exibindo as iniciais da rainha, que também continha uma mecha de seu cabelo.
O colar de pérolas e diamantes acabou arrematado por 36 milhões de dólares no leilão daquele ano — estabelecendo um recorde mundial para uma pérola. No total, a coleção de dez peças arrecadou quase 43 milhões de reais, repercute matéria da Veja.
Brincos de diamante
Atualmente o Smithsonian Institution possui dois diamantes que pertenceram à Maria Antonieta. Em formato de pera, as pedras possuem 14 e 20 quilates. Acredita-se que elas faziam parte de brincos pertencentes à rainha — que, mais tarde, foram dados de presente por Napoleão III à sua esposa, a imperatriz Eugênia, em seu casamento em 1853.
Mas, quando Napoleão III foi deposto, as Joias da Coroa Francesa foram vendidas em 1887; enquanto Eugênia, exilada na Inglaterra, vendeu sua coleção pessoal. Nessa altura, os brincos de diamantes foram adquiridos pela família real russa, que depois os vendeu ao joalheiro Pierre Cartier em 1928 — que posteriormente os repassou para a empresária americana Marjorie Merriweather Post.
Em 1959, Post pediu joalheiro Harry Winston para que montasse as joias em novos engastes de diamante e platina. Cinco anos depois, a filha de Marjorie, Eleanor Barzin, doou os brincos com seus engastes originais para o Smithsonian; onde hoje estão expostos na Gem Gallery do Museu Nacional de História Natural.
Pérolas cinzentas
Em 2007, a Christie's anunciou a venda de 21 pérolas cinzas que pertenceram à Maria Antonieta. As joias eram encaixadas em um colar de diamantes e rubis de 1849, as pérolas são datadas de mais de meio século antes. Entretanto, o leilão não aconteceu após a casa não receber lances que ultrapassassem o valor mínimo, de 700 mil dólares.
Pulseiras de diamantes
Por fim, em 2021, a Christie's colocou à venda duas peças pertencentes à Maria Antonieta: pulseiras de diamantes que também faziam parte da coleção da família Bourbon-Parma por mais de 200 anos.
As peças foram feitas pelo joalheiro pessoal da rainha, Charles Auguste Boehmer. Com 112 diamantes cada, variando de um a 4,5 quilates e engastadas em prata e ouro, Maria Antonieta comprou as pulseiras por 250.000 libras. Mas, na ocasião, elas foram vendidas por US$ 8,2 milhões.