Cidade Invisível: as novas lendas do folclore brasileiro retratadas na 2ª temporada
Aventuras Na História
Nesta quarta-feira, 22, chegou ao catálogo da Netflix a segunda temporada de ‘Cidade Invisível’, trama nacional escrita por Carlos Saldanha que retrata os personagens do folclore brasileiro.
A narrativa acompanha a história do detetive Eric (Marco Pigossi) que durante sua jornada para tirar dúvidas sobre seu passado acaba encontrando figuras de nosso folclore, como a Cuca, Iara, o boto-cor-de-rosa e o curupira.
Além da mudança de ambiente, do Rio de Janeiro para Belém do Pará, a nova temporada de 'Cidade Invisível' também apresenta novos personagens de nossa cultura. Pensando nisso, a equipe do site do Aventuras na História separou a lenda por trás de quatro dessas histórias.
Matinta Pereira
Consagrada na teledramaturgia brasileira, a atriz Leticia Spiller é uma das novas caras em 'Cidade Invisível'. Na trama, ela aparece com cabelo sujo, dentes podres e roupas rasgadas em sua caracterização de Matinta Perê.
Lenda da região Norte do Brasil, a história de Matinta Perê, ou Matinta Pereira, possui algumas variações. Mas, em suma, trata-se de uma bruxa velha que se transforma em diferentes pássaros durante a noite.
+ A curiosa lenda de Matinta Perera, personagem da segunda temporada de Cidade Invisível
Podendo ser uma coruja rasga-mortalha ou até mesmo um corvo, segundo o Splash, do UOL, a história aponta que Matinta Perê sobe no telhado das casas e começa a assobiar. Incomodando os moradores da residência, ela propõe uma troca para que os deixem em paz.
Letícia Spiller dando vida à Matinta Perera em 'Cidade Invisível 2'/ Crédito: Divulgação/Netflix
Em busca, principalmente, de cachaça, tabaco e café, a bruxa velha volta aos endereços no dia seguinte para receber sua parte do combinado. Caso os moradores não cumpram com sua palavra, ela joga uma praga para uma desgraça acontecer no imóvel.
Mula Sem Cabeça
Conhecida do cinema, teatro e de novelas na Globo e Rede Record, a atriz Simone Spaladore tem a missão de dar vida a um dos personagens mais icônicos de nosso folclore: a Mula Sem Cabeça.
Com uma presença cheia de efeitos especiais, a personagem de Spaladore, porém, ganha uma versão “desconstruída”. Popularmente, a Mula Sem Cabeça seriam as mulheres que possuem relações sexuais antes do matrimônio, em especial com padres e sacerdotes.
Simone Spaladore dá vida à Mula Sem Cabeça/ Crédito: Divulgação/Netflix
Desta forma, elas seriam amaldiçoadas e se tornaram as chamadas Mula Sem Cabeça — que como o próprio nome já sugere, seria um equino que, ao invés da cabeça, solta fogo pelas ventas. A Mula Sem Cabeça seria vista em matas e campos pela madrugada.
Zaori
Embora grande parte do folclore brasileiro seja mais difundido pelas lendas do Norte e Nordeste, a região Sul também tem uma rica história para contar. E é justamente desta parte do país que surge o personagem Zaori.
Na cultura sulista, os Zaoris são os homens que nascem na sexta-feira santa. Desta forma, ao invés da visão tradicional, eles possuem olhos capazes de enxergar as riquezas naturais da terra, como ouro e outras pedras preciosas.
Lenda de Zaori em Cidade Invisível/ Crédito: Divulgação/Netflix
Em 'Cidade Invisível', que vive o personagem é o ator Sebá Alves, conhecido como Mestre Sebá. Oriundo do Agreste de pernambuco, da cidade de Caruaru, como aponta o G1, Metre Sebá é Lazo, um Zaori que acabou sendo escravizado por garimpeiros.
Boiuna
Segundo o portal dos Povos Indígenas no Brasil, o povo indígena Tenetenhára-Guadajajara são um dos mais numerosos do Brasil, abrangendo mais de 10 Terras Indígenas da margem oriental da Amazônia.
E é justamente dessa tribo que vem a atriz Zahy Tentear, que interpreta a versão “humana”, chamada Débora, de Boiuna — uma lenda que possui origem na região Norte do país, aponta o Splash.
A atriz Zahy Tentear que interpreta a versão “humana” de Boiuna/ Crédito: Divulgação/Netflix
O imaginário popular aponta que Boiuna é uma cobra gigante que abriga o fundo de rios e lagos da Amazônia. Conhecida por seus olhos brilhantes, ela pode assumir a forma de mulheres, navio ou até mesmo de canoa. Tudo isso para enganar e atrair suas vítimas, de quem se alimenta.
