Como Interestelar transformou Christopher Nolan em um fazendeiro de verdade
Aventuras Na História
Christopher Nolan é um dos diretores contemporâneos mais talentosos de Hollywood, os números e suas produções dizem isso. Segundo a Far Out Magazine, do Reino Unido, o britânico já recebeu 34 indicações ao Oscar, conquistando 10 estatuetas.
Além disso, suas produções já arrecadaram mais de 4,2 bilhões de dólares, o que o torna o diretor mais bem-sucedido comercialmente da Hollywood atual, como aponta a The Street.
Não é para menos, já que Nolan carrega grandes filmes em seu currículo, como “Amnésia” (2000); “A Origem” (2010); “Dunkirk” (2017); isso sem falar de seus grandes sucessos: como a trilogia de "Batman" (2005 – 2012) e “Interstellar” (2014).
O último, inclusive, gerou um caso curioso para a carreira do diretor, afinal, o longa fez com que Christopher se tornasse fazendeiro de verdade.
Interstellar
O futuro não é do jeito que imaginávamos. Em 2067, a humanidade parece dar seus passos finais para o fim da vida humana na Terra. Por aqui, uma enorme catástrofe climática corroborou com o surgimento de diversas pragas, que praticamente dizimaram plantações espalhadas pelo mundo. Somente milho e quiabo se tornaram safras viáveis, sendo que esta última também luta para prosperar.
Como se não bastasse, uma gigantesca tempestade de areia paira por diversas regiões, o que torna tudo ainda mais apocalíptico. É nesse pano de fundo que Nolan imaginou a vida por aqui em Interstellar.
No longa, os efeitos ecológicos mudaram a vida das pessoas, que passaram a ser fazendeiros para não só sustentar suas famílias como para prover alimento para a população.
Como consequência, o enredo gira em torno de Joseph Cooper (interpretado por Matthew McConaughey), um ex-engenheiro espacial que descobre acidentalmente uma base secreta da NASA.
A partir daí, ele embarca numa missão sem precedentes para encontrar um novo planeta habitável para os humanos. O resto do longa envolve viagens interplanetárias, buracos negros, noções de tempo espaço e uma rica reflexão filosófica sobre a vida, o que nossos atos impactam no meio ambiente podem causar e como o amor — e a física — pode ajudar em situações como esta.
Nolan, o fazendeiro
Como já explicado acima, o milho era peça importante para o cenário daquela sociedade e justamente por conta disso que Nolan fez o impensável para que ele se tornasse um ‘protagonista’ oculto no cenário do longa.
Para isso, entretanto, o diretor achou que não seria o suficiente retratá-lo apenas por computação gráfica, o famoso CGI, ele precisaria de algo mais concreto. Assim, Christopher se inspirou num artifício usado por Jack Snyder para a construção do filme “O Homem de Aço” (2003).
Em prol do realismo cinematográfico, Snyder havia plantado cerca de 500 acres de milho. Ao Hollywood Reporter, Nolan comentou o fato: “Zack [Snyder] havia plantado um monte de milho, então eu disse: 'Quanto você pode realmente plantar na prática? Eles fizeram algumas centenas de acres [para o Homem de Aço], então examinamos isso; descobrimos que queríamos construir nossa casa de fazenda bem perto das montanhas do Canadá [bem longe de Calgary, onde a maior parte do longa foi rodado] ”.
Segundo o cenário imaginado por Nolan, a locação deveria ficar em um local com montanhas visíveis ao horizonte. O orçamento previsto para isso ficou em torno de 100 mil dólares, o que parecia pouco para um filme que custou mais de U$D 165 milhões, como diz o site especializado em cinema.
Ainda assim, como explica o Far Out Magazine, tudo isso era uma grande incerteza, já que diversos especialistas alertaram Christopher sobre o risco da plantação não vingar naquele local. Porém, ainda assim, ele seguiu com o projeto.
Por sorte, como revela Nolan ao Hollywood Reporter, o milho não só rendeu uma fotografia incrível para o longa, como gerou um bom lucro sendo vendido depois. “No final, obtivemos uma safra muito boa e realmente ganhamos dinheiro com isso”.