Como os filmes indicados ao Oscar podem auxiliar nos estudos para o Enem?

Estudantes que estão se preparando para o vestibular e o Enem podem encontrar no cinema uma ferramenta valiosa para complementar os estudos. Além de tornar conceitos mais acessíveis, os filmes ajudam a conectar teoria e prática de maneira envolvente, facilitando a compreensão de temas que frequentemente aparecem nas provas.

Os indicados ao Oscar de 2025 trazem narrativas que dialogam diretamente com questões recorrentes no Enem, como meio ambiente, conflitos históricos, identidade e ética. Essa abordagem amplia o repertório sociocultural dos estudantes, um diferencial importante para a redação.

A influência do cinema nas provas já é uma tendência. Em 2024, a Fuvest cobrou uma questão sobre o filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), abordando a ditadura militar no Brasil. Segundo o professor Paulo Jubilut, especialista em educação, o audiovisual auxilia na fixação de conteúdos e no desenvolvimento do pensamento crítico.

“O cinema permite visualizar eventos históricos, compreender conceitos científicos de forma aplicada e analisar questões sociais sob diferentes perspectivas. Ele desenvolve habilidades como raciocínio crítico, interpretação de texto e contexto, ampliação do repertório sociocultural e argumentação”, revela Jubilut.

"Os estudantes podem aproveitar os filmes para construir repertório para a redação associando os temas das produções a questões atuais, anotando referências e aplicando exemplos nas argumentações”, destaca.

Confira a seguir como alguns dos filmes indicados podem se relacionar com temas abordados no Enem e outros vestibulares:

Ciência e Meio Ambiente em "Duna – Parte II": A continuação da adaptação da obra de Frank Herbert retrata um mundo onde a escassez de água domina a realidade, levando a disputas políticas e desafios de sobrevivência em um ambiente hostil. O filme dialoga com temas frequentes no Enem, como os impactos das mudanças climáticas, a desertificação e a urgência da preservação ambiental. Além disso, possibilita reflexões sobre como o desequilíbrio ecológico pode desencadear conflitos e aprofundar desigualdades sociais.

Bioética, Etarismo e Pressão Estética em "A Substância": A trama apresenta uma sociedade obcecada pela juventude e aparência, onde um tratamento revolucionário promete reverter o envelhecimento.

O filme aborda o etarismo e a pressão estética, analisando os impactos psicológicos e sociais da busca incessante pela juventude. No contexto dos vestibulares, pode ser utilizado para discutir bioética, padrões de beleza impostos pela sociedade, a influência das redes sociais na autoimagem e os dilemas éticos associados aos avanços da biotecnologia. A produção também levanta reflexões sobre os limites da intervenção humana no próprio corpo.

Ditaduras e Memória Histórica em "Ainda Estou Aqui": Baseado em fatos reais, o filme retrata os impactos da ditadura militar no Brasil e a forma como suas consequências ainda repercutem na sociedade atual. Assim como O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias já foi tema da Fuvest, Ainda Estou Aqui pode servir como referência para compreender regimes autoritários, golpes militares e seus efeitos sobre a democracia e os direitos humanos.

Filosofia e Sociedade em "O Brutalista": O longa explora a arquitetura brutalista não apenas como uma manifestação artística, mas também como um símbolo de resistência e transformação social. A produção permite reflexões sobre urbanização, o impacto das construções no comportamento humano e debates filosóficos sobre estética e funcionalidade. Essa abordagem faz do filme um excelente material para análises interdisciplinares em provas que discutem a relação entre ambiente e desenvolvimento social.