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Conclave: O quão fiel à realidade é o filme que retrata a escolha de um papa?
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Conclave: O quão fiel à realidade é o filme que retrata a escolha de um papa?

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Aventuras Na História
29/01/2025 23h00
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©Divulgação
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Misturando suspense, mistério e religião, 'Conclave' chegou aos cinemas brasileiros na última semana. O longa, indicado em oito categorias do Oscar 2025, gira em torno do processo de escolha do mais alto representante da Igreja Católica: o papa

"O Cardeal Lawrence é encarregado de executar o processo secreto de escolha do novo sumo pontífice após a morte inesperada do amado Papa. Uma vez que os líderes mais poderosos da Igreja Católica se deslocaram de todas as partes do mundo e estão trancados nos salões do Vaticano, Lawrence encontra-se no centro de uma conspiração e descobre um segredo capaz de abalar a própria fundação da Igreja", diz a sinopse da produção. 

O processo de seleção de um novo papa, conhecido como 'conclave', foi realizado duas vezes nesse século: em 2005, com a escolha de Bento VXI; e em 2013, com o papa Francisco. 

A produção, dirigida por Edward Berger, foi baseada no livro homônimo de Robert Harris, publicado em 2016. A história se passa durante uma reunião fictícia de cardeais de mantos vermelhos que se aglomeraram na Cidade Eterna para votar em quem liderará os cerca de 1,4 bilhão de católicos do mundo.

Embora muitos estejam familiarizados com os momentos finais de um conclave, quando a famosa fumaça branca é solta pela chaminé da Capela Sistina, pouco se sabe sobre os bastidores do processo de seleção. Mas como foi construído o filme com tantos detalhes?

"Recebemos um tour privado pelo Vaticano, e eles foram bem receptivos, na verdade, bem prestativos", explicou o roteirista Peter Straughan ao USA Today. "Então foi um grande projeto de pesquisa, realmente. É um mundo fascinante e teatral, então você quer acertar esses detalhes. É uma coisa muito suntuosa."

Peter aponta que as autoridades do Vaticano entenderam a premissa chocante do filme, marcado por maquinações políticas dentro de um conclave. "Não queríamos ser inofensivos em nossa abordagem à igreja, que tem muitas falhas, mas queríamos ser respeitosos com o coração da Igreja Católica". Sabendo disso, o quanto 'Conclave' se aproxima da realidade?

As filmagens

Embora retrate uma cerimônia que é realizada no Vaticano, o filme não foi filmado no país. "Você não pode filmar no Vaticano, nunca", esclareceu Straughan. "Tivemos que pensar em alternativas."

Assim, a equipe achou alternativas em Roma, que é repleta de edifícios incrustados de mármore de séculos passados — certamente cenários muito próximos da realidade. 

Vale mencionar também que 'Conclave' mostra os interiores reconhecíveis da Capela Sistina. Mas filmagens não podem ser feitas lá. Com isso, o cenário foi recriado em estúdio e o famoso teto pintado por Michelangelo foi gerado por um computador. 

Parte do teto da Capela Sistina, no Vaticano - Getty Images


Os cardeais

Em 'Conclave' é mostrado que os 235 cardeais católicos ficam isolados até escolherem um novo papa. E é exatamente isso que acontece na vida real. Aliás, eles só podem interagir entre si após um oficial do Vaticano autorizar: "extra omnes" (ou "todos fora"). 

Não é suposto haver qualquer informação vinda do mundo exterior, ou saindo [do conclave], que possa influenciar a eleição de qualquer forma", aponta o roteirista. 

Porém, sempre que necessário, alguns oficiais podem atuar como emissários, mesmo que os próprios cardeais não possam sair até que uma votação seja bem-sucedida — ou seja, quando um cardeal receber dois terços dos votos e ser eleito papa. 

Cardeais na Capela Sistine em 2005 durante conclave para eleger novo papa, que escolheu Bento XVI / Crédito: Getty Images

"Embora algumas pessoas possam ir e vir, não tenho certeza se elas são usadas como detetives como são em nossa história", esclarece Peter


O dormitório

Na ficção, outro ponto que se aproxima da realidade é o fato dos cardeais que fazem parte do conclave dormirem nos arredores do local onde acontece a votação. Assim, os religiosos são alocados na Casa Santa Marta: um dormitório bastante simples no terreno do Vaticano. 

Quando estão por lá, eles são autorizados a se misturarem e conviverem nos prédios e pátios próximos. Eles também jantam juntos, em um ambiente compartilhado com algumas freiras. 

"Visualmente, você obtém essa mistura estranha de beleza absolutamente antiga em tremenda escala, contrastando com essa sensação quase de centro de conferências de negócios", aponta Straughan

Cena do filme 'Conclave' (2024) / Crédito: Divulgação

"Você obtém essa sensação de palco principal, com a Capela Sistina e esses homens decidindo quem representará os católicos do mundo, e então essa sensação quase modesta de bastidores. Um contraste e tanto, o que cria um ótimo cenário."


Processo de votação

Geralmente, nos dois primeiros dias de votação, os cardeais chegam a realizar o processo de escolha até quatro vezes por dia. O que ajuda a determinar quais candidatos possuem mais probabilidades de conseguirem a maioria dos votos. 

Como retratado no filme, o processo do 'Conclave' não é uma votação agitada e cheia de furor, mas sim algo mais solene e ritualístico. 

Cada vez que cada cardeal vota, ele deve caminhar até a tigela onde seu voto escrito será colocado e recitar um juramento [em latim]", contextualiza o roteirista Peter Straughan.

Assim, um a um, os cardeais colocam suas cédulas dobradas sobre um prato redondo, e então jogam esse papel dentro de uma urna oval enquanto declamam um juramento. Assim como mostrado no filme, esses papéis são costurados com uma linha e agulha, e depois são queimados com um produto químico para emitir uma fumaça preta (caso ainda haja um impasse) ou branca (o que significa "habemus papam").

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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