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Conheça Bandi e seu livro com histórias proibidas diretamente da Coreia do Norte
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Conheça Bandi e seu livro com histórias proibidas diretamente da Coreia do Norte

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Aventuras Na História
22/09/2023 19h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15783346/original/open-uri20230922-18-4lsugs?1695409426
©Créditos: Reprodução / Biblioteca Azul
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Pouco se sabe sobre o que acontece no país mais fechado do mundo. Parece lenda a existência de materiais literários clandestinos oriundos da Coreia do Norte, entretanto, esse tipo de conteúdo é apenas raro e de um valor histórico imensurável, é o que apresenta o livro A Acusação: Histórias Proibidas Vindas da Coreia do Norte”. 

A obra, originalmente escrita em papel marrom, traz sete contos impactantes e ambientadas na década de 1990. No rígido regime ditatorial norte-coreano, é expressamente proibido que conteúdos do gênero cheguem nas mãos de estrangeiros ou, como é o caso, sejam publicados. Por esse motivo, informações e outros dados foram modificados no decorrer da história, para que a segurança do autor e de pessoas mencionadas fosse mantida.

A PUBLICAÇÃO DO LIVRO

O autor começou a coletar histórias e situações em 1989, e assim finalizou em 1995. Ele pediu para uma conhecida, que estava a fugir ilegalmente do país, levar o manuscrito para fora do território. A mulher, desconhecida até os dias de hoje, rejeitou o pedido. 

Foi em 2012, que um ativista chamado Do Hee-Youn pagou a fiança para libertar a mulher que, com sucesso, conseguiu se mudar para a Coreia do Sul. Quando Do soube sobre o material que ainda estava no país, recrutou um amigo chinês que conseguiu trazer, discretamente e ilegalmente, o manuscrito. Todo esse processo foi concluído, em segredo, no ano de 2013. 

Sua publicação oficial ocorreu na Coreia do Sul, em 2014, por meio de uma plataforma online, afinal, nenhuma editora se interessou pela obra devido ao anonimato de Bandi. Foi em 2016, após ser publicado na França, que o livro começou a atrair a atenção do público e de editoras internacionais. A Acusação nunca foi lançada na Coreia do Norte por motivos óbvios.

OS CONTOS

Os sete contos que são relatados no livro nos apresentam histórias de homens e mulheres comuns, que enfrentam seu duro cotidiano em uma vida que é inimaginável para aqueles que conhecem o mínimo sobre liberdade. 

Relato de Uma Deserção, Cidade de Espectros, A Vida de Um Corcel Veloz, Tão Perto - Tão Longe, Pandemônio, No Palco e o Cogumelo Vermelho, são os contos que prendem o leitor e se intensificam a cada página nos mostrando, do outro lado do muro, como funcionam as coisas num país em que pouco sabemos sobre as coisas.

Histórias como a de um supervisor fabril que se vê em uma linha tênue de lealdade ao Partido ou a seu velho amigo impressionam a quem lê, e causam espanto ao lembrarmos que a realidade está sendo contada a cada página.

Se todo livro traz respostas sobre um assunto, A Acusação deixa o leitor estarrecido ao refletir sobre como estariam os personagens citados nos dias de hoje. Mencionando desafios de vida e as punições passadas para futuras gerações daqueles que forem contra o sistema ditatorial do país, a obra necessita de equilíbrio emocional e coragem para os que querem mergulhar, mesmo que mentalmente, no país mais fechado do mundo. 

Créditos: Reprodução / Biblioteca Azul
Créditos: Reprodução / Biblioteca Azul

O AUTOR

Bandi - que significa vagalume -, é um homem nascido em 1950, cuja identidade jamais será revelada ao mundo, tampouco ao seu país de origem. Uma das poucas coisas que sabemos sobre o autor é que o mesmo faz parte do Círculo de Escritores Coreanos, um órgão controlado e monitorado pelo governo para a produção de obras que retratam os periódicos estatais. 

Considerando que o manuscrito original possuía 750 páginas, muitas informações e trechos foram modificados, descartados ou ocultados para manter a segurança daquele que se descreve como “um autômato, um humano sob julgo”. Bandi ainda vive na Coreia do Norte e provavelmente não imagina a relevância de seu livro para a história do mundo. 


Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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