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Documentário analisa propaganda ideológica nos quadrinhos e animações
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Documentário analisa propaganda ideológica nos quadrinhos e animações

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Aventuras Na História
11/02/2025 16h00
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A Guerra Fria foi marcada por grandes momentos, como a corrida espacial, o conflito armamentista e as disputas nos Jogos Olímpicos. No entanto, o centro disso tudo foi um forte debate ideológico, disseminado, entre outros meios, pelos quadrinhos e animações.

A história sobre a disputa ideológica por meio da arte será esmiuçada no documentário inédito 'Guerra Fria: O Poder da Animação', que chega com exclusividade ao Curta!, nesta próxima sexta-feira, 14, às 22 horas, como parte das 'Sextas de História e Sociedade'.

Ideologia das animações

Quando a Segunda Guerra chegou ao fim, a Europa foi acometida por um desânimo geral. Afinal, além do desafio de reconstruir sonhos e amparar as crianças, estava também a incerteza sobre o futuro — devido ao início da Guerra Fria. 

Em 'Guerra Fria: O Poder da Animação', o diretor e roteirista Joël Farges apresenta imagens de arquivo, trechos de animações e depoimentos inéditos, mostrando como o contexto foi propício para que União Soviética e Estados Unidos começassem a disputar as mentes infantis em formação.

Primeiro, mostra a produção, eles se aproveitaram do chamado 'baby boom' do pós-Guerra. Assim, visavam iniciar as crianças em suas ideologias — através da produção de revistas, filmes e desenhos. Por serem uma mídia muito popular, acessível e eficaz para difundir ideias, os quadrinhos se tornaram peça primordial de propaganda.

Acredito que cada nação, cada religião e toda ideologia está interessada na educação de jovens para continuar uma tradição ou um estado de espírito. O que era ainda mais real durante a Guerra Fria. Esperava-se que os jovens fossem obedientes e disponíveis para a ação", avalia o historiador especialista em história em quadrinhos Michael Scholz.

O documentário também mostra como os países do Leste europeu, sob a influência soviética, começaram a nacionalizar editoras e criar estúdios de animação. Os desenhos deveriam mostrar exemplos a serem seguidos, lições de coletividade e valores do povo socialista.

Enquanto isso, os americanos tomavam a Europa Ocidental com personagens carismáticos criados por artistas como Walt Disney, propagando o 'american way of life' a partir de desenhos que se tornariam referência estética.

Nem tudo eram flores. No contexto de disputa e tensão, havia empecilhos. Criadores liberais e progressistas eram perseguidos nos Estados Unidos pela caça às bruxas do macartismo. Já na União Soviética, animadores sonhavam com mundos mágicos, mas deveriam seguir as diretrizes do Partido Comunista e criar desenhos alinhados à ideologia soviética, como 'Atze' e 'Frösi'.

Angustiava os diretores não poderem se expressar. Eles não conseguiam fazer filmes para adultos, nem contar as histórias em que estavam interessados", afirma a historiadora e curadora Michaela Metrova.

O documentário apresenta o talento de artistas como Jirí Trnka, o Walt Disney do Oriente; debate a criação dos super-heróis da Marvel no contexto de conflitos como a Guerra do Vietnã e analisa marcos importantes na história, como a reunificação alemã, o fim da União Soviética. Também apresenta a influência de uma ferramenta que iria mudar para sempre o mundo: a televisão.

"Os estúdios americanos eram absolutamente incapazes de fornecer as horas de animação exigidas pela televisão. E como a produção do Oriente se voltou muito cedo para crianças, tinham esses filmes prontos. Os desenhos americanos eram muito adultos", comenta Sebastien Roffat, Doutor em estudos cinematográficos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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