Documentário analisa propaganda ideológica nos quadrinhos e animações
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Aventuras Na História
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A Guerra Fria foi marcada por grandes momentos, como a corrida espacial, o conflito armamentista e as disputas nos Jogos Olímpicos. No entanto, o centro disso tudo foi um forte debate ideológico, disseminado, entre outros meios, pelos quadrinhos e animações.
A história sobre a disputa ideológica por meio da arte será esmiuçada no documentário inédito 'Guerra Fria: O Poder da Animação', que chega com exclusividade ao Curta!, nesta próxima sexta-feira, 14, às 22 horas, como parte das 'Sextas de História e Sociedade'.
Ideologia das animações
Quando a Segunda Guerra chegou ao fim, a Europa foi acometida por um desânimo geral. Afinal, além do desafio de reconstruir sonhos e amparar as crianças, estava também a incerteza sobre o futuro — devido ao início da Guerra Fria.
Em 'Guerra Fria: O Poder da Animação', o diretor e roteirista Joël Farges apresenta imagens de arquivo, trechos de animações e depoimentos inéditos, mostrando como o contexto foi propício para que União Soviética e Estados Unidos começassem a disputar as mentes infantis em formação.
Primeiro, mostra a produção, eles se aproveitaram do chamado 'baby boom' do pós-Guerra. Assim, visavam iniciar as crianças em suas ideologias — através da produção de revistas, filmes e desenhos. Por serem uma mídia muito popular, acessível e eficaz para difundir ideias, os quadrinhos se tornaram peça primordial de propaganda.
Acredito que cada nação, cada religião e toda ideologia está interessada na educação de jovens para continuar uma tradição ou um estado de espírito. O que era ainda mais real durante a Guerra Fria. Esperava-se que os jovens fossem obedientes e disponíveis para a ação", avalia o historiador especialista em história em quadrinhos Michael Scholz.
O documentário também mostra como os países do Leste europeu, sob a influência soviética, começaram a nacionalizar editoras e criar estúdios de animação. Os desenhos deveriam mostrar exemplos a serem seguidos, lições de coletividade e valores do povo socialista.
Enquanto isso, os americanos tomavam a Europa Ocidental com personagens carismáticos criados por artistas como Walt Disney, propagando o 'american way of life' a partir de desenhos que se tornariam referência estética.
Nem tudo eram flores. No contexto de disputa e tensão, havia empecilhos. Criadores liberais e progressistas eram perseguidos nos Estados Unidos pela caça às bruxas do macartismo. Já na União Soviética, animadores sonhavam com mundos mágicos, mas deveriam seguir as diretrizes do Partido Comunista e criar desenhos alinhados à ideologia soviética, como 'Atze' e 'Frösi'.
Angustiava os diretores não poderem se expressar. Eles não conseguiam fazer filmes para adultos, nem contar as histórias em que estavam interessados", afirma a historiadora e curadora Michaela Metrova.
O documentário apresenta o talento de artistas como Jirí Trnka, o Walt Disney do Oriente; debate a criação dos super-heróis da Marvel no contexto de conflitos como a Guerra do Vietnã e analisa marcos importantes na história, como a reunificação alemã, o fim da União Soviética. Também apresenta a influência de uma ferramenta que iria mudar para sempre o mundo: a televisão.
"Os estúdios americanos eram absolutamente incapazes de fornecer as horas de animação exigidas pela televisão. E como a produção do Oriente se voltou muito cedo para crianças, tinham esses filmes prontos. Os desenhos americanos eram muito adultos", comenta Sebastien Roffat, Doutor em estudos cinematográficos.
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