Eliza Samudio: O que você precisa saber antes de assistir ao documentário da Netflix
Aventuras Na História
Há mais de uma década, um crime que se tornou sinônimo de brutalidade e que chocou o Brasil ocorreu em 2010, envolvendo o então goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes de Souza, e a atriz e modelo Eliza Samudio.
Segundo investigações da Polícia Civil na época, a mulher, que tinha 25 anos, desapareceu em 2010 e era mãe de um menino de apenas quatro meses que teve com o atleta, de quem foi amante, repercute o portal de notícias G1. No entanto, Bruno não reconhecia a criança que Eliza teve — mas um eventual exame de DNA confirmou o parentesco.
Agora, 14 anos após esse caso que chocou o país, a história da morte de Eliza Samudio ganha uma nova perspectiva, com o novo documentário 'A Vítima Invisível: O caso Eliza Samudio', que estreia no dia 26 de setembro na Netflix.
A produção terá foco na trajetória da modelo, e nos eventos que antecederam seu desaparecimento — sendo a primeira vez que o ponto de vista da vítima deste caso terá foco.
Para o novo documentário, foram acessadas com exclusividade conversas e mensagens que Eliza Samudio trocava com amigos, revelando novos detalhes sobre o lado íntimo da vítima, que mal foi destacada na época do crime. O novo filme documental é produzido pela Boutique Filmes, dirigido por Juliana Antunes e conta com roteiro de Carol Pires e Caroline Margoni.
Confira a seguir detalhes sobre o caso que podem ser relevantes antes de assistir à nova produção:
1. Crime
Segundo o G1, Eliza Samudio foi levada à força do Rio de Janeiro até Esmeraldas, em Minas Gerais, onde o goleiro Bruno tinha um sítio. Lá, ela foi mantida em cárcere privado — enquanto o bebê, de apenas quatro meses, foi deixado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG) — e, eventualmente, assassinada.
Embora seu corpo nunca tenha sido encontrado, uma certidão de óbito foi expedida, que informava que a causa da morte da jovem modelo havia sido asfixia. Depois, suas roupas foram queimadas, e o corpo ocultado ainda no sítio.
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2. Julgamento e condenação
Nos julgamentos que sucederam o crime, Bruno foi sentenciado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (devido a motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), mais 3 anos e 3 meses em regime aberto pelo sequestro e cárcere privado, e ainda 1 ano e 6 meses pela ocultação de cadáver.
Com o desenrolar do caso, a pena aumentou, pois, Bruno fora considerado mandante do crime, no entanto, também foi reduzida após a confissão do crime. No fim, a condenação do goleiro Bruno foi de 22 anos e 3 meses, não somente pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, mas também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho.
3. Psicopatia?
A frieza com a qual o assassinato de Eliza Samudio foi planejado e orquestrado rapidamente chamou grande atenção da mídia e de todo o Brasil.
Segundo a sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, a personalidade de Bruno "é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade". Ela ainda destacou que "o réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos valores".
Marixa Rodrigues também acrescentou que "a execução do homicídio foi meticulosamente calculada", e que o réu "acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria certa".
4. Ex-mulher de Bruno?
Além do próprio goleiro Bruno, outra pessoa que chamou atenção nos julgamentos pelo possível envolvimento com o crime foi Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta. Ela foi apontada na época como uma pessoa envolvida no sequestro e no cárcere privado do bebê.
No entanto, em 2013, foi absolvida das acusações, e inocentada pelo conselho de sentença. Porém, um fato é que toda a ação em torno do assassinato de Eliza Samudio não foi orquestrada apenas por Bruno.
5. Outros envolvidos
Segundo a denúncia da polícia, após Eliza ser levada ao sítio em Esmeraldas, onde foi mantida em cárcere privado, ela foi entregue ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido como Bola, que seria o responsável direto por asfixiá-la e desaparecer com o corpo. Ele também foi condenado a 22 anos de prisão.
Além dele, também foram envolvidos no crime um comparsa, conhecido como Macarrão (Luis Henrique Ferreira Romão), e uma ex-namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro, condenados em novembro de 2012.
O último júri do caso ocorreu somente em agosto de 2013, quando Elenilson da Silva e Wemerson Marques (Coxinha) foram condenados por sequestro e cárcere privado de Bruninho, com penas entre dois anos e meio e 3 anos.