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Eunice Paiva: A história da mulher que rendeu o Globo de Ouro para Fernanda Torres
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Eunice Paiva: A história da mulher que rendeu o Globo de Ouro para Fernanda Torres

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Aventuras Na História
06/01/2025 15h30
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Na noite do último domingo, 5, a atriz brasileira Fernanda Torres ganhou o Globo de Ouro, na categoria de 'melhor atriz em filme de drama', por sua atuação em 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles

Torres concorreu com grandes nomes do mercado internacional, como Nicole Kidman ('Babygirl'), Angelina Jolie ('Maria Callas'), Kate Winslet ('Lee'), Tilda Swinton ('O quarto ao lado') e Pamela Anderson ('The last showgirl'), mas mesmo assim conseguiu um prêmio inédito para o cinema brasileiro

Em 'Ainda Estou Aqui', Fernanda Torres revive a história real de Eunice Paiva, advogada e mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva. Eunice passou 40 anos procurando a verdade sobre Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), seu marido desaparecido durante a ditadura militar no Brasil. Conheça sua história!

Quem foi Eunice Paiva?

Eunice Paiva se destaca como uma figura emblemática na resistência contra a ditadura militar que assolou o Brasil. Nascida em São Paulo em 1929, Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva foi uma estudante exemplar, tendo conquistado o primeiro lugar no vestibular para o curso de Letras da Universidade Mackenzie, conforme relatado pelo Estadão.

Em 1952, Eunice casou-se com Rubens Paiva e juntos tiveram cinco filhos. A trajetória familiar sofreu uma reviravolta drástica após o golpe militar de 1964, que resultou na cassação dos direitos políticos de Rubens, que era deputado federal na época.

Eunice Paiva / Crédito: Divulgação

No ano de 1971, Rubens foi sequestrado em casa por agentes da repressão e nunca mais foi visto. Eunice, que também foi presa durante 12 dias, iniciou uma busca incansável pela verdade sobre o desaparecimento do marido. Suas tentativas de contato com o presidente Emílio Garrastazu Médici e outras autoridades não obtiveram respostas satisfatórias; o regime oferecia versões contraditórias sobre o destino de Rubens.

Ativismo e Luta pela Verdade

Junto a outras ativistas como Zuzu Angel e Inês Etienne Romeu, Eunice emergiu como uma voz proeminente contra a opressão do regime militar. Essa luta culminou na promulgação da Lei 9.140/95, que reconheceu oficialmente como mortas as vítimas desaparecidas por razões políticas durante o período da ditadura.

Após um esforço contínuo de 25 anos, em 1996, Eunice obteve do Estado brasileiro o atestado de óbito de seu marido. Anos depois, em 2012, um documento revelando sua entrada no DOI-Codi confirmou formalmente seu assassinato.

Rubens Paiva, marido de Eunice / Crédito: Divulgação/Secretaria de Estado da Cultura

A vida de Eunice também foi marcada por sua luta contra o Alzheimer, doença que a afetou por 14 anos até seu falecimento em 2018, aos 86 anos.

Publicação e Adaptação Cinematográfica

A trajetória de Eunice é narrada por seu filho Marcelo Rubens Paiva no livro 'Ainda Estou Aqui', onde retrata tanto sua luta contra a repressão militar quanto sua experiência com a doença degenerativa. A adaptação cinematográfica levou sete anos para ser realizada por Walter Salles, um processo que exigiu dedicação minuciosa.

Durante sua participação no Festival de Veneza, Salles comentou: "Ao longo dos anos dedicados à criação de 'Ainda Estou Aqui', percebemos que a realidade brasileira estava se aproximando perigosamente da distopia vivida nos anos 1970 — o que tornou essa narrativa ainda mais relevante".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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