Irmãos Menendez: Entenda a batalha judicial em torno de Lyle e Erik
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Em agosto de 1989, uma notícia chocou a mídia de todos os EUA: o bem-sucedido empresário cubano-americano Jose Menendez e sua esposa, Kitty, foram brutalmente assassinados, com múltiplos disparos de espingarda calibre 12, na mansão da família em Beverly Hills, na Califórnia.
Quem informou a morte à emergência foi o filho mais velho do casal, Lyle, na época com 21 anos. Ele ligou para as autoridades, chorando desesperadamente, alegando ter acabado de voltar do cinema com seu irmão, Erik, de 18 anos, quando chegou em casa e se deparou com a cena brutal. No começo, as investigações apontavam que o caso poderia se relacionar ao crime organizado local.
No entanto, não demorou para que os holofotes da investigação, e também de toda a mídia americana, se voltasse aos órfãos Lyle e Erik, que esbanjavam a fortuna da família em artigos de luxo. Esse comportamento chamou atenção das autoridades, que começaram a considerar que eles poderiam ser os responsáveis pelo crime bárbaro.
A medida que as investigações avançavam, eles acabaram confessando a autoria no tribunal. Porém, as circunstâncias que alegaram foram diferentes do que muitos imaginavam: em vez de interesse na fortuna, os irmãos alegaram que agiram por legítima defesa, em decorrência de anos de abuso físico, emocional e até mesmo sexual pelos pais.
De qualquer forma, os relatos foram ignorados no segundo julgamento e os irmãos Menendez enviados à prisão perpétua e sem direito de liberdade condicional. Hoje com 56 e 53 anos, Lyle e Erik estão detidos juntos no Centro Correcional Richard J. Donovan, no entanto, uma reviravolta pode mudar a realidade dos irmãos.
30 anos depois, o caso, que voltou a ser comentado com a estreia de 'Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', conta com novas evidências que corroboram com a versão dos fatos apresentada pelos irmãos no passado.
Revisão?
Na última semana, o procurador do Condado de Los Angeles, George Gascón, anunciou que recomendaria uma nova sentença a Erik e Lyle pelos assassinatos dos pais.
Porém, a esperança de libertação dos irmãos ainda depende de uma série de decisões, que passam por figuras como um juiz do Condado de Los Angeles, o conselho estadual de liberdade condicional, o governador Gavin Newsom e a possível posse de um novo promotor público em dezembro, conforme explica o Los Angeles Times.
O que Gascón busca para os dois é a possibilidade de receberem uma nova sentença, fazendo com que sejam sentenciados a 50 anos de prisão perpétua. Como a dupla tinha menos de 26 anos na época dos assassinatos, estariam elegíveis para liberdade condicional de imediato, explicou o promotor.
"Cheguei a um ponto em que acredito que, segundo a lei, a nova sentença é apropriada", afirmou Gascón.
Os promotores argumentam ainda que os irmãos não são uma ameaça à segurança pública, e ressaltam o comportamento exemplar que demonstram sob custódia.
Vale mencionar que tanto Lyle quanto Erik se casaram, mesmo presos, e também conseguiram diplomas universitários nestas três décadas. Além disso, iniciaram programas que beneficiaram os demais detentos por onde passaram, como grupos de meditação e um projeto de "área verde".
Caminho para a liberdade
Agora, especialistas jurídicos acreditam que os irmãos Menendez podem chegar mais perto da liberdade com uma nova sentença. O caso, repercute o LA Times, será revisado no fim deste ano pelo juiz veterano do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, William Ryan.
Ele até pode conceder a petição imediatamente, mas ainda é provável que ocorra uma audiência com os entes de Erik e Lyle, a fim de ouvir mais uma vez todo o caso antes de confirmar que nenhum promotor discorde da decisão de Gascón.
Segundo o Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia, neste ano, foi concedida a liberdade condicional em cerca de 31% dos casos ouvidos pelo conselho. Ainda assim, por mais que os irmãos tenham esperança, é possível que eles sejam impedidos.
De qualquer forma, o desenrolar no caso de Erik e Lyle Menendez pode ser decidido até o final de 2024.
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