Jornada ao Oeste: conheça o conto que inspirou a série
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Aventuras Na História
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Nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, a Netflix disponibilizou uma adaptação em série de uma das obras fantásticas mais importantes já criadas, e uma das maiores histórias da literatura clássica chinesa: 'Jornada ao Oeste'. A série, do Japão, foi lançada originalmente em 2006.
Aqui, "um monge parte para a Índia em busca de escrituras sagradas budistas, acompanhado do Rei Macaco, um monstro do rio e um porco. Baseado em um clássico do século 16", segundo a sinopse.
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Essa história épica, descrita pelo professor especializado em literatura e história chinesas na Universidade Tecnológica de Nanyang, Qu Jingyi, à BBC, como "a maior história da literatura clássica chinesa", foi escrita no século 16, durante a dinastia Ming, por Wu Cheng'en.
Se passa no século 7, e se inspira na narrativa da peregrinação do monge Tang Sanzang, acompanhado por seus três discípulos: Sun Wukong, Zhu Bajie e Sha Wujing. Vale mencionar que, ao longo dos séculos, a 'Jornada ao Oeste' inspirou inúmeras histórias, desde adaptações do clássico ao teatro, até as animações, com Dragon Ball.
Conheça a seguir mais detalhes sobre esta aventura:
Rei macaco
Embora o protagonista da Jornada ao Oeste seja o monge Xuan Zang (também conhecido como Monge Tang Sanzang e Tripitaka), o personagem que mais ficou famoso mitologicamente foi o Rei Macaco, Sun Wukong, que realmente é um pilar, e também uma peça importante para compreender a aventura.
Nascido de uma rocha, o Rei Macaco aprendeu a desenvolver suas habilidades paranormais com um mestre taoísta. Os grandes poderes que aprendeu fez com que todos os macacos o considerassem de fato como um rei.
Entre seus poderes, estava a possibilidade de se transformar em 72 criaturas diferentes, além de grande força e conhecimentos marciais. Ele também era capaz de voar sobre as nuvens, e carregava consigo uma arma lendária, um bastão mágico que podia mudar de forma e tamanho conforme sua vontade.
Porém, essas habilidades, aliadas à sua travessura natural de um macaco, o levaram a provocar grande caos tanto no céu quanto no submundo. Por isso, o Imperador Celestial de Jade tentou acalmá-lo, concedendo-lhe o título de "Grande Sábio do Céu" — mas isso não adiantou, e o macaco causou grande alvoroço por todo o palácio celestial.
Foi então que Buda, uma existência muito mais poderosa, subjugou o macaco e o prendeu numa montanha.
Lá, permaneceu durante 500 anos, somente com a profecia de que um monge passaria por ali, o libertaria, e, com ele, o macaco deveria partir em jornada, em busca de sua liberdade plena.
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Monge Tang
A base da narrativa é um discípulo de Buda Sakyamuni que foi banido do paraíso celestial após danificar a Lei do Buda. Por isso, ele foi enviado ao mundo humano, e condenado a passar dez vidas cultivando o autocultivo religioso, para expiar seus pecados.
A décima vida ocorreu durante a dinastia Tang, reencarnando como um monge chamado Xuan Zang. Em dado momento de sua vida, o imperador lhe pede para que viaje ao oeste, para trazer as sagradas escrituras budistas Mahayana de volta à China. Ele então partiu em missão, mal equipado para todos os perigos que poderia enfrentar, apenas com seu cavalo branco.
Durante a jornada, ele encontrou Sun Wukong aprisionado na montanha. O macaco então promete protegê-lo durante sua peregrinação, apenas para reconquistar sua liberdade, segundo o National Geographic. Mas mesmo com um interesse, ele se mostrou um guarda-costas formidável, protegendo Tang de todos os demônios que o perseguem e tentam impedir sua aventura.
Ao longo da jornada, Sun Wukong tem contato com o budismo, convertendo-se e, eventualmente, tornando-se o primeiro discípulo de Tang.
Outros aliados
Ainda no início da jornada, mas já ao lado do Rei Macaco, o cavalo de Tang é engolido por um príncipe dragão. Sun Wukong faz tudo o que pôde para tentar recuperar o cavalo, mas não consegue; em vez disso, o próprio príncipe dragão se transforma em um novo cavalo, que passa a ser o novo transporte do monge.
Quando alcançam um vilarejo em busca de comida e abrigo, o grupo ouve falar sobre um monstro na região que teria prendido uma das filhas do patriarca, que Sun Wukong investiga, derrota, e descobre que ele estaria destinado a ser o segundo discípulo de Tang. Esse monstro, com feições suínas, começa a abraçar a fé budista após ser derrotado, e passa a ser chamado de Zhu Wuneng (ou Zhu Bajie).
Em outro momento, o monge se depara com aquele que se tornaria seu terceiro discípulo, um monstro em um rio, que anteriormente era um general celestial, mas foi punido pelo Imperador Jade por quebrar um vaso valioso, sendo transformado em uma criatura comedora de areia e humanos que habitava as profundezas de um rio. Após ser convertido ao budismo, ele passa a se chamar Sha Wujing, ou monge Sha.
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Conclusão
De fato, a Jornada ao Oeste é uma história bastante longa e, de certa forma, monótona, com o grupo enfrentando inúmeros monstros e tentações que testam suas fés no budismo ao longo de todo o percurso. Demônios e espíritos malignos sempre apareciam através da força ou da ilusão em busca do monge, tentando seduzi-lo com riqueza ou beleza.
Nesse aspecto, Sun Wukong foi uma peça fundamental na jornada, visto que era capaz de ver através dos demônios e de suas bruxarias, além de que não era tentado pela beleza ou riquezas. Com sua sagacidade, ajudou o monge a escapar de várias situações perigosas — 81, segundo algumas versões —, e no fim os peregrinos conseguiram triunfo na missão em busca das escrituras sagradas.
Assim, todos regressam aos seus legítimos lugares nos céus. Apesar da indisciplina em algumas ocasiões, Sun Wukong foi o responsável por grandes realizações, e foi premiado com o título de "Buda vitorioso em conflitos".
Zhu Wuneng, porém, ainda não estava disposto a abandonar seus desejos mundanos, e por isso recebeu um título mais humilde de "Mensageiro do Altar Celestial". Já Sha Wujing, vira um sábio budista.
Toda a jornada levou 14 anos para ser concluída, mas após conseguirem, os peregrinos retornam à China em apenas 4 dias, com ajuda dos deuses budistas, viajando através das nuvens. De volta em Chang’an, então capital chinesa, templos foram erguidos em homenagem ao monte Tang e aos peregrinos, sendo o mais famoso o Wild Goose Pagoda, que inclusive pode ser visitado hoje em Xi’an.
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