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Lee: conheça a história real por trás do filme ambientado na Segunda Guerra
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Lee: conheça a história real por trás do filme ambientado na Segunda Guerra

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Aventuras Na História
14/03/2025 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16483534/original/open-uri20250314-18-herq67?1741982571
©Divulgação/U.S. Army Official Photograph; Divulgação
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Durante a Segunda Guerra Mundial, Lee Miller destacou-se como correspondente de guerra, utilizando sua câmera para registrar imagens que capturaram a devastação dos bombardeios, o sofrimento dos civis e os horrores dos campos de concentração. Suas fotografias documentaram momentos críticos do século 20, revelando não apenas os combates, mas também as histórias humanas por trás do conflito.

Seu trabalho e legado são explorados no filme "Lee", estrelado por Kate Winslet e dirigido por Ellen Kuras (“Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”). A trama, baseada na biografia "The Lives of Lee Miller", de Antony Penrose, estreou no catálogo brasileiro do Prime Video nesta sexta-feira, 14.

“Lee” também é estrelado por Andy Samberg, Alexander Skarsgård, Josh O’ Connor e Marion Cotillard. O filme foi indicado à premiação Globo de Ouro 2025 na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama com a atuação de Winslet

Trajetória

Elizabeth 'Lee' Miller nasceu em 1907 em Poughkeepsie, Nova York, e desde cedo foi introduzida à fotografia por seu pai, Theodore, que a utilizava como modelo em seus trabalhos. 

Conforme conta Carolyn Burke no livro "Lee Miller – A Life", durante a adolescência, ela se interessou por teatro, estudando iluminação, figurino e design de cenários em Paris, e posteriormente ingressou em um grupo de teatro experimental no Vassar College, em Nova York. 

Sua carreira como modelo começou após ser descoberta nas ruas de Manhattan, culminando com sua primeira capa na Vogue americana em 1927. Em 1929, mudou-se para Paris, onde se tornou musa e colaboradora do fotógrafo surrealista Man Ray

Em entrevista ao site History Extra, da BBC, em setembro de 2024, Ellen Kuras destacou que a formação artística de Miller "foi crucial" para a maneira única com que ela abordava a fotografia, especialmente ao transitar para correspondente de guerra. 

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Kate Winslet em "Lee" / Crédito: Divulgação

Segunda Guerra

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, Miller vivia em Londres, após períodos em Paris, Nova York e Cairo, onde morava com seu primeiro marido. Em 1939, ela se envolveu com o artista surrealista britânico Roland Penrose e deu início a sua carreira como fotojornalista. 

Durante os intensos bombardeios da Luftwaffe entre 1940 e 1941, conhecidos como Blitz, Miller documentou a destruição de Londres para a Vogue britânica. Essa fase marcou uma mudança significativa em sua abordagem fotográfica. 

Como observa Kuras, Miller desejava “mostrar a realidade da guerra”, e essa busca pela verdade se tornou sua principal motivação.

Ela já era uma mulher de meia-idade pegando uma câmera, vestindo seu uniforme e simplesmente se jogando no meio da guerra para tirar fotos. Ela era uma pessoa muito incomum que não deixava as convenções da época segurá-la. Estava sempre tentando encontrar uma maneira de chegar onde queria ir”, destacou. 

Cerca de um mês e meio após o Dia D, Miller estava na França devastada pela guerra, acompanhando a 83ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA. Enquanto outros jornalistas se concentravam em batalhas e operações militares, ela focava nas histórias humanas, especialmente nas experiências dos civis e das mulheres, cujas vidas foram profundamente afetadas pelo conflito, contou Burke.

Conforme os Aliados avançavam pela Europa, Miller se aproximava das linhas de frente, testemunhando, por meio de sua câmera, a libertação de Paris e os horrores dos campos de concentração na Alemanha. Seu trabalho desse período é amplamente reconhecido, oferecendo evidências das atrocidades do Holocausto.

Um dos momentos mais icônicos de sua carreira ocorreu quando ela entrou no apartamento de Munique de Adolf Hitler e, em uma cena famosa, tomou um banho em sua banheira.

A fotografia, tirada por seu amigo e correspondente de guerra da Life, David E. Scherman, mostra Miller sentada na banheira, com o rosto impassível e o cabelo úmido, como se tivesse acabado de sair do banho. Suas botas, cobertas de lama, estão sobre o tapete de banho, enquanto um retrato de Hitler repousa atrás dela.

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Fotografia tirada por Lee no banheiro de Hilter é reproduzida no filme / Créditos: Divulgação; Reprodução/Arquivo Lee Miller

Essa imagem, capturada no mesmo dia em que o ditador cometeu suicídio em seu bunker em Berlim, se tornou um símbolo marcante da queda do regime nazista e uma das imagens mais emblemáticas da guerra. “Ela queria criar uma história desse momento”, disse Kuras.

Pós-guerra

Apesar de seu sucesso como correspondente de guerra, Millerenfrentou dificuldades nos anos seguintes. O impacto emocional do que ela testemunhou, combinado com a frustração de ver algumas das suas fotografias mais importantes não publicadas, causou um profundo desânimo.

A Vogue britânica, por exemplo, se recusou a publicar suas imagens dos campos de concentração, consideradas gráficas demais para seu público, embora a revista tivesse apoiado seu trabalho durante a guerra. 

Em 1947, Miller casou-se com Roland Penrose, teve um filho, Antony, e se estabeleceu na Farley Farm House, em Sussex, que se tornou um ponto de encontro para artistas e intelectuais, como Pablo Picasso e Joan Miró. Ela faleceu em 1977, aos 70 anos, vítima de câncer.

Legado

O trabalho de Miller poderia ter sido esquecido não fosse por seu filho. Após sua morte, Antony Penrose encontrou dezenas de milhares de fotografias, negativos e escritos que revelaram a importância de sua contribuição como correspondente de guerra, repercute a BBC. 

Até então, Penrose sabia pouco sobre a carreira de sua mãe, já que ela havia se afastado da fotografia após a guerra e raramente falava sobre suas experiências. Sua descoberta, no entanto, garantiu a preservação do legado de Miller, resultando em exposições e na criação dos "Arquivos Lee Miller". 

Penrose também publicou diversos livros sobre sua mãe, incluindo "Lee Miller's War", que oferece uma visão abrangente de sua fotografia e escritos de guerra.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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