Maníaco do Parque: A história do serial killer que será retratada em filme
Aventuras Na História
O Prime Video lançou recentemente o trailer de "Maníaco do Parque", filme baseado na história real de Francisco de Assis Pereira, um dos serial killers mais conhecidos do Brasil.
Interpretado no longa por Silvero Pereira, o assassino em série foi responsável por atacar diversas mulheres entre 1997 e 1998. O criminoso atraía suas vítimas se passando por um agente de modelos e prometendo ensaios fotográficos, levando-as ao Parque do Estado, em São Paulo, onde cometia seus crimes. O caso chocou o país, e a descoberta dos corpos na mata ganhou ampla repercussão na mídia.
O filme, dirigido por Maurício Eça, estreará no dia 18 de outubro no Prime Video e promete mergulhar nas investigações que levaram à prisão do criminoso e nos detalhes perturbadores de sua psicopatia.
Além do longa, uma série documental intitulada Maníaco do Parque: A História Não Contada será lançada ainda em 2024, com foco nas vítimas e sobreviventes. A produção vai abordar erros na apuração do caso e o papel da mídia no desenrolar das investigações, oferecendo uma perspectiva mais profunda sobre o impacto dos crimes.
Identidade
O homem que ficou conhecido como Maníaco do Parque após uma série de crimes praticados no Parque do Estado, em São Paulo, é Francisco de Assis Pereira. Ele, que tem hoje 56 anos, foi preso por assassinar 11 mulheres e por estuprar e tentar assassinar outras nove.
Francisco recebeu uma condenação de mais de 260 anos de prisão pelos crimes de homicídio, estelionato, atentado ao pudor e estupro.
Como agia
Para abordar suas vítimas, Francisco, que trabalhava como motoboy, se passava por um agente de modelos e caça-talentos, atraindo jovens mulheres de baixa renda. Ele as convidava para ensaios fotográficos na mata e, em seguida, as levava para o interior do parque, onde cometia os crimes.
Conforme relatos de sobreviventes, ele era extrovertido e usava seu carisma para conquistar a confiança das vítimas, todas jovens com idade de até 24 anos.
"Tentei convencer outras dezenas que não me deram bola, recusaram mesmo, foram resistentes. A essas meninas, eu agradecia mentalmente por não me deixar matá-las. Era uma briga interior muito grande. Um lado meu queria matar e o outro, bem mais fraco, não", disse Francisco em entrevista concedida à Folha de S.Paulo em 2001.
Descoberta de corpos
Em julho de 1998, a polícia encontrou os corpos de seis mulheres no parque, e o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) começou a suspeitar que um único autor estivesse por trás das mortes. As vítimas apresentavam sinais de violência sexual e foram todas encontradas despidas.
"Me aproximava das meninas como um leão se aproxima da presa. Eu era um canibal. Jogava tudo o que podia para conquistá-la e levá-la para o parque, onde eu acabava matando e quase comendo a carne. Eu tinha uma necessidade louca de mulher, de comê-la, de fazê-la sentir dor. Eu pensava em mulher 24 horas por dia", disse ele na mesma entrevista.
Francisco foi identificado com a ajuda de sobreviventes, que forneceram informações para a elaboração de um retrato falado. Ele foi preso em agosto de 1998, 23 dias após a divulgação do retrato, em Itaqui, a 731 km de Porto Alegre.
Atualmente, ele segue encarcerado em um presídio no interior de São Paulo, onde, segundo relatos, passa o tempo isolado, bordando tapetes e lendo a Bíblia diariamente.
Em uma das cartas escritas por Francisco para Simone Costa Bravo, autora de "Maníaco do Parque - A Loucura Lúcida", ele disse não precisar pedir desculpas, afinal, já foi perdoado: “sim a maldição foi quebrada extraordinariamente, porque o arrependimento foi sincero, que foi levado muita a sério, encontrei tudo o que de mim já estava escrito: eu corrijo e castigo todos os que amo, portanto, levem a sério e se arrependam sendo feito assim, não tem mais que ficar pedindo perdão para ninguém”.