Relembre a descoberta da tumba de um gladiador romano
Aventuras Na História
Neste ano, um dos filmes que chamam atenção nos cinemas é o novo épico de Ridley Scott: 'Gladiador 2', que estreou em novembro. A narrativa nos transporta para uma brutal história de vingança, ambientada no glorioso, embora cada vez mais decadente, Império Romano.
Acompanhamos aqui Lucius, um guerreiro que "deve entrar no Coliseu após os poderosos imperadores de Roma conquistarem sua terra natal. Com raiva no coração e o futuro do império em jogo, ele olha para o passado para encontrar a força e a honra necessárias", segundo a sinopse.
Curiosamente, em meio à grande expectativa sobre o lançamento do filme, no último mês de outubro, arqueólogos turcos descobriram uma tumba que pertenceu a um gladiador romano chamado Euphrates, mas que revelou ainda mais que um simples sepultamento. Relembre a descoberta curiosa.
Tumba de Eufrates
Em outubro, foi descoberto e escavado na cidade de Selçuk, na Turquia, um impressionante sarcófago de 1.800 anos. Quando as inscrições foram analisadas, as autoridades descobriram que pertencia a um gladiador romano chamado Euphrates. Entretanto, quando abriram o túmulo, a descoberta ainda revelou mais que um mero enterro.
No interior não havia apenas os restos mortais do gladiador, mas também os ossos de 12 homens e mulheres do século 5 d.C. Com isso, os pesquisadores concluíram que o sarcófago foi reutilizado cerca de 200 anos depois de sua construção, num diferente contexto social.
"Sabemos pela inscrição na tumba que ela foi usada primeiramente por gladiadores. Foi construída no século 3 d.C.", afirmou ao Live Science o líder da escavação, Sinan Mimaroglu, professor associado e historiador de arte na Universidade Hatay Mustafa Kemal, na Turquia.
A descoberta, vale mencionar, ocorreu dentro das ruínas de uma basílica na colina Ayasuluk, um monte na província de İzmir, no oeste da Turquia, que, no passado, era parte da antiga cidade grega de Éfeso.
Outro detalhe é que, além das inscrições, também havia símbolos de cruzes cristãs na tampa e no interior do caixão, semelhante a gravuras já conhecidas de outras regiões da Turquia e da Síria, segundo o Turkiye Today.
Outros sepultamentos
Além do sepultamento de Euphrates, os pesquisadores descreveram ter encontrado três relevos de cruz dentro do sarcófago, estes datados do século 5. Havia também cruzes na tampa, estas que teriam sido adicionadas só no século 8.
Segundo o Live Science, o túmulo, bem como outros mosaicos e um antigo sistema de drenagem de água encontrados no local, estava enterrado a apenas cerca de 20 centímetros do piso da basílica.
Essa igreja, por sua vez, também serviu como local de sepultamento, no momento em que o imperador romano oriental Justiniano I a converteu em um edifício abobadado — durante seu reinado, que se deu entre 527 e 565 d.C..
Por isso, Mimaroglu explica que aqueles homens e mulheres sepultados, embora estivessem amontoados, provavelmente eram figuras de alto status em sua época.
"Os enterros dentro da igreja provavelmente pertencem à classe alta ou ao clero, pois é improvável que uma pessoa comum seja enterrada de forma tão meticulosa dentro de uma igreja", explicou o especialista ao Turkiye Today.
Na prática, o que se sabe sobre o gladiador a quem a tumba foi construída primeiramente, Eufrates, não vai muito além de seu nome. Ainda assim, a descoberta de seu sarcófago permitiu aos arqueólogos e historiadores da região compreender mais sobre a rica história local.