Respect: Veja o que é fato ou ficção no filme sobre Aretha Franklin
Aventuras Na História
Nesta madrugada, a partir de 1h20, será exibido na TV Globo o filme 'Respect: A História de Aretha Franklin'. Dirigido por Liesl Tommy, o drama musical foi lançado originalmente em 2021, e gira em torno da vida da cantora americana que ficou conhecida como a "rainha do soul".
"Aretha Franklin canta no coro da igreja de seu pai quando criança, e cresce para se tornar uma estrela e lenda musical internacional, com uma das jornadas musicais e vozes mais emblemáticas que já existiu", narra a sinopse do filme.
Antes de assistir a 'Respect', confira a seguir se 5 momentos retratados no filme condizem ou não com a realidade e as histórias da vida de Aretha Franklin:
1. Dinah Washington
Em uma cena do filme, vemos Aretha se apresentando no clube Village Vanguard de Nova York, no ano de 1964, cantando a música 'Unforgettable', de Dinah Washington. E, em vez de considerar isso uma homenagem, a artista (interpretada por Mary J. Blige) fica enfurecida e insultaAretha por fazer um cover de sua música em sua presença.
Embora esteja no filme, esse episódio não ocorreu na vida real... Ao menos, não com Aretha. Segundo o Detroit Free Press, um caso semelhante aconteceu com a cantora Etta James, que cantou 'Unforgettable' durante um set em Rhode Island e, segundo ela relatou ao escritor David Ritz, desencadeou uma reação devastadora de Dinah Washington, levando James a correr para o camarim em prantos. Depois, fora consolada pela própria Washington.
2. Abuso
Uma das cenas mais perturbadoras do filme é quando Aretha, aos 10 anos, está em seu quarto em Detroit quando um homem mais velho entra. Nesse momento, a cena corta, mas um flashback posterior esclarece que esse episódio precedeu uma violação e sua primeira gravidez.
Na vida real, a primeira gravidez de Aretha seguiu envolta em mistérios por muitos anos. Ela tinha apenas 12 anos quando deu à luz a Clarence, mas o público geral não sabia exatamente quem era o pai, com especulações de que fosse um colega de escola ou mesmo alguma pessoa da caravana gospel do pai de Aretha, C. L. Franklin (Forest Whitaker).
Foi só após sua morte que, em um testamento escrito à mão, ela identificou um homem chamado Edward Jordan Sênior — com quem teve outro filho, Edward, aos 15 anos — era o pai de Clarence. No entanto, o testamento enfatizava que ele não receberia nenhum dinheiro ou propriedade porque "nunca fez qualquer contribuição" para o "bem-estar, futuro ou passado" de Clarence.
3. Beatles
Uma cena sutil em 'Respect' ocorre quando o produtor de Aretha, Jerry Wexler (Marc Maron), diz a ela que lhe ofereceram uma música para gravar que, caso ela recusasse, seria passada para os Beatles.
A cantora americana rejeita a canção, que eventualmente se tornou mundialmente conhecida pela voz do quarteto de Liverpool: 'Let It Be'.
Na realidade, segundo o próprio Wexler, os Beatles enviaram-lhe uma demo inicial da canção, e Franklin até chegou a gravá-la. No começo, ela hesitou em lançar a faixa, que apareceu em seu sétimo álbum com a Atlantic Records, ao lado de outro cover dos Beatles: 'Eleanor Rigby'.
4. Acidente em Geórgia
Outra cena que chama atenção ocorre quando Aretha sofre um acidente de palco durante uma apresentação em Columbus, na Geórgia, e acaba fraturando o braço. De fato, o acidente aconteceu, mas sob causas controversas: a cantora alegou ter ficado cega pelas luzes do palco, enquanto sua agente, Ruth Bowen, disse, anos depois, que um dos assistentes de Franklin revelou que a artista estaria "embriagada" na ocasião.
Um fato relevante sobre o episódio, retratado em 'Respect', é que o colapso de embriaguez no palco da cantora aconteceu no fim da década de 1960, em um período em que ela lutava contra a fama e ainda sofria a morte de Martin Luther King Jr., amigo íntimo de Aretha. Porém, na vida real, o acidente aconteceu bem antes, quando a artista encarava seu primeiro sucesso com a Atlantic Records.
5. Rainha do soul
Em 'Respect', a primeira vez que Aretha Franklin é chamada da forma como ficaria eternizada, "rainha do soul", foi por Wexler, durante uma fala para um vídeo promocional. De maneira geral, o filme não credita exclusivamente o produtor pelo título, mas é possível ter essa impressão ao assistir.
Porém, quem atribuiu a alcunha à cantora pela primeira vez foram os disc jockeys (de onde vem a sigla DJ, inclusive) de Chicago, Pervis Spann e E. Rodney Jones. Na ocasião, eles a homenagearam em um evento no Regal Theatre, e Spann, inclusive, colocou uma coroa na cabeça de Aretha — de fato, a coroação foi digna, e ela ficou lembrada para sempre como "rainha do soul".
