Voo Criminoso: Veja a história real por trás da série da Netflix
Aventuras Na História
Nesta sexta-feira, 22, chegou à Netflix a minissérie intensa 'Voo Criminoso', que recorda um notável assalto multimilionário que ocorreu na Suécia em 2009, no qual os ladrões habilmente escaparam com um helicóptero.
Com oito episódios, a produção é baseada no romance 'Helikopterrånet' ('Helicopter Heist', em inglês), escrito por Jonas Bonnier. No entanto, embora o episódio pareça absurdo demais para ser verdade, se inspira no assalto ao depósito de serviços de dinheiro da G4S — uma empresa de segurança — localizado no sul de Estocolmo.
Apesar de não existirem registros definitivos de como todo o assalto aconteceu, os eventos do fatídico 23 de setembro de 2009 chamam atenção. Confira a seguir o que se sabe e o que os investigadores puderam concluir sobre os detalhes do assalto:
O assalto
Era cerca de 5h15 da manhã do dia 23 de setembro de 2009, quando um helicóptero Bell 206, roubado de uma base de helicópteros na cidade sueca de Norrtälje, pousou no telhado do prédio da G4S em Västberga, um distrito no sul de Estocolmo, capital da Suécia.
Do helicóptero, conforme repercute a Vogue Scandinavia, emergiram homens que, habilmente, quebraram a sala de vidro do edifício com marretas e desceram para dentro do prédio pelas escadas.
Eles ainda posicionaram pequenas bombas estrategicamente por toda a instalação, explodindo portas de segurança e tornando todo o cenário ainda mais caótico para as autoridades lidarem.
"Assim que a gangue entrou, testemunhas relataram ter ouvido vários estrondos. O helicóptero pairou casualmente por 15 minutos esperando os homens carregarem as sacolas de dinheiro roubado do telhado. Uma testemunha disse à TV sueca: 'Dois homens se içaram para baixo. Eu vi quando eles içaram o dinheiro também'", noticiou o The Guardian em 2009.
Enquanto toda a segurança e a equipe noturna do local se esconde, temendo que o prédio pudesse desmoronar, os ladrões, vestidos de preto e com máscaras e capacetes, se moveram furtivamente pela estrutura, sabendo exatamente para onde iriam.
Munindo serras circulares, foram capazes de atingir o objetivo: roubar o depósito de dinheiro. Os assaltantes enfiaram a quantia em sacolas — levando um total estimado em US$ 150 milhões — e escapam rapidamente, de helicóptero, por volta de 5h35 da manhã.
A polícia sueca até chegou ao local do assalto enquanto os criminosos ainda estavam no prédio, mas o grupo estava preparado: prejudicou a ação das autoridades com ameaças com submetralhadoras e bombas, além de conseguir imobilizar toda a força de helicópteros de emergência da polícia.
Os criminosos também jogaram objetos pontiagudos na estrada que levava ao prédio, para detonar os pneus dos carros dos policiais.
Após três horas, o helicóptero utilizado na fuga foi encontrado abandonado em uma área florestal, ao norte de Estocolmo, e pode-se dizer que os assaltantes concluíram com sucesso o roubo. Porém, a investigação seguiu em andamento.
+ Síndrome de Estocolmo: Conheça o caso real que inspirou o termo;
Capturas
Um fato crucial para as investigações foi que, um mês antes do assalto, a polícia da Sérvia emitiu um alerta às autoridades de outros países escandinavos sobre uma tentativa de recrutamento de um piloto de helicóptero para um assalto que ocorreria na Suécia, sem uma data ou local definidos.
O suspeito de orquestrar o caso foi Goran Bojovic, um homem com antigas conexões com os Boinas Vermelhas da BIA, a polícia secreta da Sérvia.
E, a partir dele, vários envolvidos no assalto foram identificados. Primeiro, foi encontrado e capturado Sadhan Kadhum, que cortou a mão acidentalmente nas escadas ao entrar no prédio da G4S deixando sangue no local que permitiu identificá-lo pelo DNA.
Já o piloto do helicóptero, Alexander Eriksson, foi rastreado e capturado em um aeroporto nas Ilhas Canárias. Bojovic, suspeito de orquestrar o caso, foi capturado em seu apartamento, com uma grande bolsa de dinheiro.
Ao todo, ainda segundo a Vogue Scandinavia, 10 homens foram presos e acusados de envolvimento com o roubo, mas as suspeitas é que de ao menos metade de todos os envolvidos ainda estejam desaparecidos, bem como a maior parte do dinheiro.