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'Xógum': Veja a inspiração real para o personagem John Blackthorne
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'Xógum': Veja a inspiração real para o personagem John Blackthorne

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Aventuras Na História
11/03/2024 23h00
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©Divulgação/FX
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Nas últimas semanas, uma nova produção disponibilizada no Star+ e no Disney+ faz sucesso e recebe críticas positivas em seus três episódios: 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão'. Inspirada no romance 'Shōgun', de 1975 e escrito por James Clavell, ela salta os olhos com sua ambientação no Japão feudal, quando os samurais ainda detinham poder e disputavam entre si.

O personagem central da narrativa é o navegador inglês John Blackthorne, descrito como o primeiro britânico a chegar no Japão. Ele se dirige até a nação numa missão que visa tentar quebrar o monopólio comercial criado pelos portugueses, entretanto, se depara com um cenário cada vez mais tenso. 

Isso porque, no Japão, o então governante havia acabado de morrer, deixando como único herdeiro um garoto com meros sete anos. Como consequência, um conselho de cinco grandes regentes governa o Japão até que o garoto alcance a maioridade — antes disso, eles disputam pelo poder entre si.

+ ‘Xógum’: A trama da série é fiel à história do Japão? Historiador responde

Um cenário político tão conturbado, além da ambientação distante para nós, ocidentais, do Japão feudal, muitos podem se perguntar se os acontecimentos descritos em 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão' são condizentes o não com a realidade.

Na prática, a trama é parcialmente inspirada em eventos reais. Embora nem tudo retratado seja fato, alguns eventos e personagens realmente existiram,mesmo que não tenham suas histórias entrelaçadas. Mas, é possível garantir: John Blackthorne é inspirado em uma pessoa real. Entenda!

+ 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão': A série é baseada em uma história real?

William Adams

O homem que inspirou a história de John Blackthorne foi o navegador inglês William Adams — também conhecido no Japão como Anjin-sama e Miura Anjin. Ele nasceu em Gillingham, no condado cerimonial de Kent, na Inglaterra, no dia 24 de setembro de 1564.

Ainda em Kent, Adams serviu como aprendiz do proprietário de um estaleiro, onde aprendeu os mais variados ofícios náuticos da época. Graças a isso, quando adulto, ingressou na Marinha Real, onde serviu sob o comando de Sir Francis Drake — o primeiro capitão a circunavegar a Terra, em 1580 —, e eventualmente tornou-se piloto da Companhia de Marrocos.

John Blackthorne (Cosmo Jarvis) em 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão' / Crédito: Divulgação/FX

Segundo o site Men's Heath, em 1598, ele deixou a Inglaterra com um grupo de mercadores holandeses, que contavam com uma frota de cinco navios em busca do Japão, numa tentativa de quebrar o monopólio comercial dos portugueses e espanhóis.

Porém, ao decorrer de sua longa viagem — que durou intermináveis 19 meses —, os navios naufragaram por diferentes razões. Apenas a embarcação de Adams chegou ao Japão, no ano 1600. A bordo, restavam apenas 23 dos 100 homens iniciais e, desses, apenas nove, incluindo o próprio Adams, pisaram nas terras nipônicas.

Ilustração sobre a chegada de William Adams e seus tripulantes ao Japão / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

No Japão

Após a chegada de Adams e sua tripulação ao Japão, os missionários portugueses logo os consideraram como piratas, e sugeriram que fossem julgados e executados como criminosos do mar.

Enquanto aguardavam por seu destino, a tripulação se aventurou no Castelo de Osaka e, depois, foram mantidos em cativeiro pelo senhor feudal Tokugawa Ieyasu — que, por sua vez, inspira o personagem Yoshii Toranaga, interpretado por Hiroyuki Sanada. Enquanto isso, os japoneses saquearam o que restava no navio da tripulação de Adams, e assumiram o controle de seus canhões.

Castelo de Osaka hoje em dia / Crédito: Getty Images

Enquanto os navegadores estavam detidos, Adams e Ieyasu se encontraram algumas vezes, para que o líder japonês entendesse mais dos conhecimentos navais do britânico. Como consequência, Adams foi liberto e recebeu a ordem de construir, para os japoneses, um navio ao estilo ocidental.

Impressionado com o resultado, Ieyasu concedeu favores especiais aos navegadores, permitindo que muitos deles retornassem para suas casas. Com a ajuda de Adams, Ieyasu venceu a guerra civil no Japão, e consagrou-se como shōgun, ao passo que deu a Adams o status de samurai e um lar, além de torná-lo seu próprio diplomata e conselheiro comercial.

+ A história real por trás do filme 'O Último Samurai'

Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada) em 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão' / Crédito: Divulgação/FX

Conquistas

Como conselheiro, Adams foi crucial para que fossem estabelecidas novas rotas comerciais e parcerias entre o Japão e outras nações. Foi graças a isso, inclusive, que a Companhia Holandesa das Índias Orientais — chave importante na colonização da América — surgiu, bem como uma eventual parceria entre os ingleses e os espanhóis.

Em nome da Companhia Inglesa das Índias Orientais, Adams planejou expedições comerciais, trabalhando com o shōgun para permitir tais empreendimentos. Entre essas expedições, estão algumas ocorridas na década de 1610, nas quais ele explorou onde hoje existe a Tailândia e o Vietnã.

Ilustração antiga representando Tokugawa Ieyasu / Crédito: Domínio público via Wikimedia Commons

Por fim, William Adams morreu em maio de 1620, aos 55 anos, em Hirado, na província de Nagasaki — onde está enterrado —, aos 55 anos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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