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Relembre o período em que a suástica nazista esteve 'na moda' entre os punks
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Relembre o período em que a suástica nazista esteve 'na moda' entre os punks

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Aventuras Na História
21/03/2023 16h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15473500/original/open-uri20230321-18-kz28j5?1679417156
©Reprodução e Divulgação/Redes Sociais
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Nesta terça-feira, 21, a jovem Chaeyoung, que integra o "Twice", um famoso grupo pop sul-coreano, foi o centro de intensas críticas nas redes sociais após publicar uma fotografia em que usa uma peça de roupa trazendo uma suástica. 

Na imagem, a cantora está vestida com uma camiseta estampada por Sid Vicious, músico britânico dos anos 70 que ficou famoso por sua contribuição para o movimento punk. Na estampa, por sua vez, ele utiliza uma camisa que traz o controverso símbolo associado à ideologia nazista — que foi uma parte comum de seu vestuário da época em que fazia sucesso. Entenda a seguir como foi este período em que suásticas decoravam as roupas de membros do punk. 

Sid Vicious

Na imagem da capa, Sid Vicious, baixista do Sex Pistols, com a namorada Nancy Spungen. Um detalhe na foto logo chama atenção: a suástica nazista estampa a camiseta de Sid. E a pergunta que vem à cabeça é: Por quê?

O punk britânico surgiu para chocar. Cabelos espetados, jaquetas de couro com rebites, mensagens nas roupas, piercings , coturnos, pins, alfinetes e correntes. Valia tudo para não parecer com a geração anterior, dos hippies, cujas ideias tinham sido tão deglutidas pelo mainstream que os âncoras de TV se apresentavam de cabelos longos.

Exibida em faixas, camisetas e até pinturas no rosto, a suástica se tornou parte da cultura punk no início do movimento. Mas, juram os punks, a intenção não era alienar judeus ou difundir uma mensagem antissemita. Pelo menos não para maioria deles.

“Era algo anti-mães e anti-pais. Nós odiávamos pessoas mais velhas martelando sobre Hitler ‘nós mostramos para ele’, e aquele orgulho presunçoso. Era uma forma de ver essas pessoas ficando vermelhas de indignação”, afirmou a cantora Siouxsie Sioux, um dos maiores ícones da época.

Siouxsie And The Banshees / Créditos: Reprodução

Sid Vicious, do Sex Pistols, também exibia o símbolo nazista como um ato de rebeldia, e isso nem passava perto de seus ideais – aliás, a sua namorada, Nancy Spungen, era judia.

O guitarrista Marco Pirroni, que trabalhou com Siouxsie, falou sobre o assunto em 2002. “A gente estava tentando parecer decadente e imperfeito a ponto de irritar todo mundo, até os nazistas. Não éramos nazistas nem tínhamos tendência política. A gente não tinha problemas com judeus, paquistaneses, gays ou qualquer grupo, só odiávamos todos que viviam em um mundo certinho.”

Mas poucos entendiam isso, tanto que a Frente Nacional Britânica, partido político de orientação ultra direitista e racista, tentou recrutar jovens membros do movimento punk na década de 70.

Foi quando surgiu o estilo Oi! (com exclamação mesmo). Eram skinheads – jovens de classe trabalhadora que até então ouviam sons da jamaica e, porque não podiam trabalhar com cabelos da moda, os raspavam. E, absolutamente, nem todos os skinheads eram supremacistas brancos. Mas alguns eram, e a imagem do neonazista careca estaria sempre associada ao Oi!

Isso fez com que os demais punks buscassem se distanciar de qualquer ligação com o nazismo. Surgiu o Rock Against Racism e o Anti Nazi League - com membros entre os skinheads. A brincadeira com suástica ficaria para trás.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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