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Ana Paula Padrão entrega chave para as conquistas: 'Não faço o que os outros esperam'
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Ana Paula Padrão entrega chave para as conquistas: 'Não faço o que os outros esperam'

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Caras
07/03/2024 20h58
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16095458/original/open-uri20240307-72-nux9dl?1709845413
©FOTOS: PRISCILA PRADE
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Aos 58 anos, Ana Paula Padrão tem motivos de sobra para se orgulhar de sua trajetória, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Sem arrependimentos e passando longe das crises de idade, — ao contrário, ela fala com consciência e segurança sobre o processo de envelhecimento —, a jornalista e apresentadora cria novas e melhores versões de si em consonância com o tempo. “Hoje, a minha versão tem um pouco menos de pressa e é, definitivamente, bem mais segura. Sou a mesma pessoa, porque a gente não foge de quem é, mas com uma dose menor de ansiedade. A ansiedade é boa, porque faz a gente se mover, mas ansiedade demais paralisa. É uma versão mais profissa!”, diz ela, durante ensaio exclusivo para CARAS, em SP.

Faço parte de uma geração de mulheres que já consegue discutir sobre o etarismo abertamente. O preconceito existe? Existe, mas olha eu, fazendo fotos com roupas sensuais para CARAS, aos 58. Fiz aos 30 e não vejo diferença”, avalia a comandante do reality Masterchef Brasil, da Band. O posicionamento diante do tema é fruto de sua consciência sobre a própria liberdade. “Sempre tive um compromisso comigo mesma e não atendo expectativa alheia, ponto final. Não faço o que as pessoas esperam que eu faça. Se me olho no espelho e gosto do que estou vendo, é o suficente!”, explica ela, cuja determinação a direcionou em passos importantes e ousados.

É confortável olhar para trás e ver que tenho a vida que eu queria ter. Tive medos, mas não me paralisei. Sempre quis ser independente. Eu estou em meu terceiro casamento, não tive filhos e nunca quis ter uma família Doriana. Também troquei de bons empregos, as pessoas diziam que era louca, mas tudo foi o meu compromisso comigo mesma. Tenho orgulho dessa história”, pontua Ana, já com uma nova versão em 2024! “Será o ano da seletividade e da intencionalidade. A prioridade serei eu! Direi mais nãos, para dizer sim para mim mesma”.

– Você sempre teve consciência desse compromisso?

– Sempre fui a pessoa que pensa muito. Não sou impetuosa, então, essa coisa de ficar mais consciente não cabe para mim, porque nunca fui de arroubos. E sempre me planejei, fiz estratégias e tenho muita coragem. Não tomo decisões precipitadas, não entro em guerras, brigas pequenas, não curto DRs.

– Isso te traz segurança...

– O fato de olhar para trás, saber que passei por certas coisas e me virei dá segurança. Por exemplo, antes eu estudava demais para tudo, hoje, estudo menos e dou espaço para a intuição. Você reconhece as armadilhas da vida e não cai nelas. Também tenho uma dose de otimismo que é quase irresponsável. Sou muito otimista! E sempre dá certo, eu dou sorte. Acho que as coisas nunca vão dar erradas, mas claro que sei reconhecer pessoas e situações, não sou ingênua.

– Esse olhar te ajudou a construir a vida que queria?

– Mesmo nova, eu já sabia que a gente passa por muitos nãos na vida. E nunca achei que um não era um não. Isso não tem a ver com idade ou com a maturidade, mas com personalidade.

– Nas redes, você aborta muito a temática da idade. Sente responsabilidade em debater isso por ser uma pessoa pública?

– Não sinto, porque o grande compromisso da minha vida é comigo. Podem até chamar de egoísmo, mas não ligo. É preciso ser fiel a quem você é e ter um grau de autoconhecimento que te permita viver de acordo com o que você deseja. Aí, o exemplo passa a ser natural. Eu não falava de etarismo porque não tinha idade, mas ao fazer 50 isso começou a fazer parte da minha vida. Assim como passei a falar da não maternidade porque passei da idade fértil.

– Crises de idade passam longe!

– Vamos voltar para a Ana Paula que se planeja? Não tenho problema porque planejei a idade. Menopausei há seis anos porque fiz uma histerectomia total. Tinha três miomas que começaram a crescer e o médico achou melhor tirar, obviamente, saí menopausada. Eu sabia o que iria acontecer, eu estudei. As crises se manifestam pela falta completa de informação. A mulher chega perto dos 50, a cintura engrossa, ela perde a libido e põe a culpa no trabalho, na relação... isso é falta de hormônio. Eu tinha informação sobre meu corpo e de como passaria pelo processo, por isso, não tive sustos. Lógico que muita coisa muda, eu reponho hormônio, perdi cabelo, mas não era supresa, não fiquei deprimida.

– Conhecimento é a chave...

– A mulher, de maneira geral, tem dificuldade em reponder o que a faz feliz. A gente foi treinada para associar nossa felicidade à do outro. No terreno masculino, essa resposta é fácil. Isso é cultural e passa de geração em geração. Enquanto mulheres são criadas para ver se alguém precisa de café na sala, homens são criados para dominar. Isso dificulta estruturar nossa individualidade, pois você entra no campo das concessões.

– E o que te faz feliz?

– Olhar o horizonte me faz feliz, o sol me faz feliz! Dias nublados me dão certa melancolia. Também gosto de cozinhar eventualmente e ter relações com coisas menos cerebrais e mais físicas, como ir a uma exposição para ver cores e texturas. Trabalhar também é bom, me traz dinheiro, realização intelectual e, durante um tempo, fui definida pelo trabalho. Hoje, não mais. É o sol que me faz feliz!

– Para a mulher, a falta dessa resposta é cultural?

– Totalmente. Há um estudo que diz que a ambição é adquirida na infância. Um menino vai aprender a andar de bicicleta, ele cai e é incentivado a continuar. A menina, se cair, não precisa continuar, tadinha, não chora! Ela nunca vai desenvolver ambição assim. As crianças precisam desenvolver ambição. Para a mulher, ambição é quase um palavrão. É viver um papel na sociedade, conforme sua idade, sem discutir e sem se questionar se aquilo te faz bem.

– Sua maneira de se relacionar mudou ao longo dos anos?

– É diferente, mas é uma questão de experiência. Ela te mostra que as relações podem ser mais simples e que a aceitação do outro é importante. Ainda existe a ideia de ‘sou uma princesa que precisa ser resgatada da tristeza’. Nas gerações mais jovens, isso até me preocupa, pois eles romantizam demais certas coisas. A mulher precisa saber se defender, porque o mundo não é justo.

– Se orgulha de sua história?

– Muito! Nasci em Brasília, na época, era um faroeste. Não tinha mulheres incríveis para me espelhar, mas sabia que queria sair dali desde menina, conhecer outras coisas. Não nasci rica, mas nasci branca, frequentei escolas, sei que falo de um lugar de privilégio.

– Você disse ser planejada. Quais seus proximós planos?

– Tem uma coisa engraçada nessa equação: quanto mais idade você tem, menos você planeja. Não preciso correr tanto, nem provar nada para ninguém.

– Defina empoderamento?

– É você ter consciência do poder que você tem. Você pode fazer o que quiser, inclusive, não fazer nada! É bom ter mais mulheres em posições de liderança, mas se você não quer isso, tudo bem. Só não faço as coisas porque alguém quer. 

FOTOS: PRISCILA PRADE; BELEZA: ANDRÉ FLORINDO; PRODUÇÃO: MYRNA SEGUEL; VIDEOMAKER: DIEGO CORDEIRO; AGRADECIMENTOS: NOBU, AGILITÁ, THE GRACES, CAROL BASSI, SCHUTZ, CHRISTIAN LOUBOUTIN, LETHICIA BRONSTEIN E HANDLACE

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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