Bárbara Paz abre o jogo sobre relacionamento aberto e avalia limites da traição: 'Decisão do casal'
Caras
O que é traição? Foi desta pergunta que o filme A Porta ao Lado, de Julia Rezende, surgiu ao expor os dilemas vividos pelos personagens de Letícia Colin (33), Bárbara Paz (48), Dan Ferreira (31) e Tulio Starling (32). Na trama, Paz é Isis, uma mulher não monogâmica em um relacionamento aberto, decisão que seria bem diferente em sua vida fora da ficção. "Sou muito romântica, eu jamais abriria uma relação, apesar de jamais ser uma palavra muito forte."
Celebrando sua volta ao cinema, após anos dedicados à direção de filmes como Babenco, Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, ela ainda conta que questionou os limites de uma relação e de até qual ponto uma traição começa para além das câmeras e de sua personagem solar e "refrescante", como classificou em uma coletiva de imprensa, da qual a CARAS Brasil participou.
"A traição começa realmente na falta de lealdade, essa decisão é dos dois, do casal. Me identifico com a parte solar da Isis, mas sou completamente diferente dela", acrescenta, sobre sua personagem. Além disso, ela também celebra a relação com a personagem de Colin, a chef de cozinha Mari, e como o longa-metragem coloca a mulher como um ponto central da trama.
Colin acrescenta ao dizer que as duas personagens não competem entre si, mas sim, acabam se tornando um ombro amigo no desenrolar da história. "Queremos pensar sobre o mundo que a gente acredita, onde as mulheres têm ocupações que não são ficar competindo com outras mulheres."
A atriz ainda diz que o filme retrata a liberdade feminina em uma relação e sua importância. "Em qual momento vira um relacionamento tóxico ou abusivo? Viver frustrada também é uma violência, não merecemos isso. Queremos ser felizes, ter prazer, viajar, viver nossos sonhos. O filme aponta para um lugar em que as mulheres consigam viver suas vidas autônomas, completas."
CONHEÇA O FILME A PORTA AO LADO
O longa mostra a história de Mari (Colin) e Rafa (Ferreira), juntos desde os 25 anos, vivem um casamento monogâmico tradicional e se apoiam nas mudanças que a chegada dos 30 trazem. Tudo muda quando eles recebem seus novos vizinhos, Isis (Paz) e Fred (Starling) que vivem um casamento aberto, e fazem com que a chef de cozinha passe a questionar seu relacionamento, desejos e o conceito de lealdade.
Para a diretora do longa, Julia Rezende, a produção vem para trazer questionamentos para os espectadores, não respostas. "As pessoas ficam muito mobilizadas para falar sobre [relacionamentos]. Essa importância que estamos vivendo hoje de dar nome às coisas, nomear é libertador."
O filme foi gravado em meio à pandemia de Covid-19, e precisou ter as filmagens paralisadas por seis meses em seu primeiro ano de produção. "Fizemos o filme no meio de um lugar que não conhecíamos. Gravamos de máscara", relembra Paz. Após o fim da construção do projeto, o longa estreou no Festival de Cinema de Gramado em 2022 e deve chegar aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, 9.